terça-feira, março 24, 2009

Taça da falsidade

Parecia mal, o Benfica, o maior, o clube dos “bons chefes de família” não ganhar nada. A última vez que foi campeão, fruto de um favor de um árbitro que fez vista grossa ao encosto de Luisão a Ricardo, quando faltavam poucos minutos para que o Sporting garantisse o empate e a vitória no Campeonato de 2005, foi-o também às custas de favores da arbitragem com o prejuízo do Sporting. Agora, a Taça da Liga oferecido por “intuição” do árbitro, sem brilho. Os benfiquistas, quando se recordarem desta vitória, “à Benfica”, deviam manter os olhos para o chão com vergonha.

O clube da Luz, habituou-se a ser considerado especial, pelo antigo regime, e após frustrantes épocas, sempre atrás dos outros grandes, prepara-se, mais uma vez para ser 3º, numa temporada em que investiu, através de Rui Costa em jogadores elevados aos píncaros pelos nossos queridos e consagrados jornalistas desportivos. O país salivava com os Di Maria, Reyes, Suazo, Aimar, etc, comandados pelo consagrado Quique Flores. Afinal a montanha pariu um rato. Prestação verdadeiramente vergonhosa na UEFA, eliminação precoce na Taça, o terceiro lugar na Liga, restava a Taça da Liga.

Na final algarvia, o Sporting chegou ao 1-0 (Pereirinha, na recarga à bola devolvida pelo poste, após remate de Liedson) e tinha o jogo sob controle, não se vislumbrando forma de o Benfica ameaçar a baliza. Faltavam 15’ para o final, Di Maria vê uma mão de Pedro Silva, que mais ninguém viu. Ponhamo-nos no lugar do árbitro. Aqui estava uma belíssima oportunidade de fazer justiça, para com a multidão de “bons chefes de família” que ansiavam pela Taça. Assim, por intuição ou percepção, ou simplesmente porque o Benfica é o “maior” e merece estas benesses, toma lá o penalty e a expulsão. Ficam com a Taça da falsidade e da vergonha; façam bom proveito.

A reacção do clube encarnado não foi a habitual indignação, contra a falta de credibilidade no futebol português, levando as suas queixas às mais altas instituições do país. Não. A extraordinária intervenção do seu “relações públicas”, mostrando a argúcia e capacidade de análise de qualquer insecto, denunciou a grande conspiração: o Sporting estava em campanha para condicionar a arbitragem para segurar o 2º lugar. Estava resolvido! Afinal o Sporting tinha tudo planeado: forçara o árbitro a roubar-lhe a Taça, para ter o argumento falacioso que lhe faltava. Brilhante.

Para terminar o rídiculo, hoje “A Bola” em toda a sua 1ª página, acusa: “Querem tirar brilho à nossa vitória!”. Anedótico, Luisão, o mesmo protagonista da outra mentira de 2005. E é assim que o futebol português se vai arrastando na lama. Nunca gostei da tendência de me desculpar com arbitragens, mas tenho direito à indignação. Mensagem à equipa e ao treinador: cabeça erguida e orgulho na nossa equipa. O sonho do título mantém-se.

sábado, março 21, 2009

Ganhar a final para atacar o sprint final pelo sonho

Escrevo na expectativa da final que começa dentro de pouco tempo. O Sporting, ainda na ressaca do choque de Munique, tem oportunidade de conseguir importante motivação caso vença a Taça da Liga ao seu rival de sempre, o Benfica.

Sim porque é necessário um forte complemento anímico para encarar o sprint final do Campeonato. Claro que os 4 pontos de vantagem do Porto lhe dão todo o favoritismo, mas é dever do Sporting manter a chama para aproveitar qualquer escorregão.

Cumpridos, sem especial brilho os últimos dois jogos da Liga, siameses no seu desenrolar e resultado (já 2-0 ao intervalo) contra Paços e Rio Ave, “obrigatório” para continuar a sonhar, aproveitámos o brinde da derrota da equipa do(as) Flores e passámos para 2º.

Acrescento que esta ultrapassagem ao Benfica na recta final é uma re-edição do que tem acontecido nas últimas temporadas. E nunca cedemos. Como nota, estreia a marcar de Rochemback (livre directo, claro) e também os golos de Moutinho.

Precisamos de ganhar a Taça, para recuperar estaleca. Temos equipa para isso. Vamos a eles!

sexta-feira, março 13, 2009

Estado de choque. E agora?

Humilhação, revolta, indignação. Após o jogo não me apeteceu ver ninguém, ter que falar com alguém sobre este terramoto era insuportável. Estado de choque seguido de tristeza. Tristeza profunda. Para um adepto leonino, viver esta derrota, uma nódoa indelével na história do Sporting, ser esmagado por 7-1, é experimentar o ponto mais baixo do naipe de emoções que o jogo transmite.

O sentimento imediato é mandar todos à merda (para ser soft) e desligar. Mas, no meu caso, quando a equipa está completamente em baixo, destroçada, ainda mais me reforça a vontade de ganhar, de ser Sporting. O momento é critico. O próximo jogo é como uma guilhotina. Ganhar é sobreviver mais uma semana.

Tudo correu mal nestes oitavos da Champions. Ao contrário do que esperava, e era exigível, o Sporting tinha que lutar por um resultado digno, tentar a vitória, que não apagaria a vergonha dos 5-0, mas daria a verdadeira imagem da evolução da equipa de Alvalade.

Pior não podia ter sido. As infelizes declarações de Veloso no aeroporto (atacando o clube que lhe paga), com a displicente atitude em campo, quando, inexplicavelmente, Bento o colocou a titular, arrependendo-se, e bem, ao intervalo, foram uma premonição do pesadelo.

A história do jogo é, certamente, indiferente. O Bayern encontrou facilidades inacreditáveis e mais golos poderia ter marcado. Curiosamente o Sporting fez 14 remates, 6 com perigo. Foi a defesa, melhor dizendo, a equipa que não soube defender, que fez o naufrágio. Polga foi o pior. Como sabem, considero o Polga um dos melhores defesas que tem jogado em Portugal, só Pepe foi melhor. Em Munique foi desastrado com intervenções disparatadas que resultaram nos 3 primeiros golos. O 2º e o 3º foram cómico-trágicos. Moutinho (grande golo) e Vukcevic foram os nossos melhores.

Sou optimista (não há utilidade nenhuma em o não ser), e sendo sportinguista não consigo deixar de o ser. Continuo a apoiar a estratégia do Clube, na formação de jogadores, na redução de custos e na contribuição para a credibilidade do futebol. Naturalmente, se os resultados não ajudam, o caminho, já de si difícil, torna-se quase intransponível. Os profetas da desgraça esfregam as mãos e "cortam cabeças", dirigentes, técnicos e jogadores, uma limpeza geral. Obviamente, não concordo.

A equipa tem que levantar a cabeça, cerrar os dentes, e demonstrar a sua raça já no próximo jogo. Têm um sério risco, pois a moral, a confiança, que têm um peso enorme numa equipa de futebol, atingiram o ponto "zero". Em Munique não tiveram "estofo" para altos voos, a reacção que amanhã revelarem ditará o futuro.

Sporting, a nossa Fé.

terça-feira, março 03, 2009

Foi-se a Champions, mas ainda cá andamos...

0-5 é um resultado que envergonha.
Após alegrias da vitória frente ao Benfica, as tristezas e humilhações, da derrota contra o Bayern.

Os bávaros têm um super-clube, a todos os níveis. O Sporting, a estrear-se na alta-roda da Champions, mesmo contra a estatística (demonstra aquilo que todos sabemos, nunca ganhámos a alemães, e o Bayern “só” perdeu a célebre final, em todos os jogos contra portugueses), sentia, ainda assim, que podia dar luta e até vencer o jogo. Essa atitude foi evidente na 1ª parte.

Saímos sem honra e sem glória. Resta-nos lutar com dignidade, pela vitória, em Munique. Bem recentemente, já tinha havido duplo confronto, Sporting-Bayern, e aí não ficámos mal, antes pelo contrário, embora perdendo, 0-1 e empatando 0-0, subiu a nossa reputação na Alemanha.

O vigoroso, sonoro, e a plenos pulmões, grito de “FODA-SE”, que me saíu, em Alvalade, ía já a 1ª parte a acabar, quando Ribbery, saltando sobre os centrais, marcou o 0-1, foi a mesma reacção da equipa. Um passe suicida, erro sem perdão, de Derlei ofereceu a oportunidade, que, os verdadeiramente clubes-top, nunca falham, (quase) sempre. Paulo Bento disse claramente: eficácia. Marcar 2 golos nas 3 primeiras oportunidades. A isto chamo eu, eficácia.

A ténue reacção do início da 2ª parte, foi travada com dois golos de rajada. Aí a equipa desconjuntou-se como um baralho de cartas. Pereirinha chegou, a lateral, a ser cómico. O Sporting real é o da 1ª parte. Batalhador, com a lição estudada, defender e recuar se necessário, mas a farejar atentamente a possibilidade de marcar, mantendo os alemães com um jogo de respeito.

Os 0-5, é um resultado que envergonha os sportinguistas, o que não significa que a equipa nos tenha envergonhado. Cabazadas sempre houve no futebol, mas não é normal, aliás, nunca tinha acontecido. O grito, com o 0-1 foi o simétrico dos gritos aos belos golos de Liedson contra o Benfica. Desta vez a nossa frustração foi também simultânea com a euforia de muitos lampiões, que ganharam 5-0!

Ir ao Dragão, com o machado na cabeça (no que respeitava à corrida pelo título), condenado pelos 0-5, treinador criticado (Romagnoli a titular, troca a defesa, teimosia por Rochemback e o problema das dores do Veloso), a situação era, futebolisticamente falando, catastrófica. E, certamente, que mesmo com grande incremento de adeptos, o Sporting seria derrotado por um Porto motivado, e com a indesperdiçável oportunidade de abrir uma passadeira larga para o título.

Com este cenário negro, a resposta da equipa, o jogo que fizeram, a forma como lutaram contra a adversidade, demonstraram, uma vez mais, que “Queremos ser Campeões”. E ao intervalo, o sinal mais (+) era claramente do Sporting. Liedson teve na cabeça a vitória. Na 2ª parte o Porto teve mais ascendente, o resultado foi o correcto.

No onze que terminou o jogo no Dragão, o Sporting tinha 6 da cantera. Estando de fora Patrício e Veloso. E Pereirinha a titular foi dos melhores. E este é um valor e factor de orgulho deste clube que apostou claramente na formação e venceu. E tem que permanecer. Nunca é de mais repeti-lo.
Estamos a 4 do Porto e a 2 do Benfica, e não somos inferiores a nenhum deles, como ficou à vista nesta semana terrível, Benfica – Bayern – Porto. Faltam 10 jogos. Nos próximos dois é proibido perder pontos; se tal acontecer, termina a real possibilidade de sermos, de facto campeões. Os dois em casa, Paços e Rio Ave. Às vezes estes são os piores, no sprint final. E aproxima-se a final da Carlsberg Cup. Outro título que perseguimos e queremos ganhar!

* o Bayern rematou 7 vezes e marcou 5 golos. Eficácia!