Claques: Uma reflexão
As claques organizadas tornaram-se num dos factores mais negativos que rodeiam o futebol. Abrigam criminosos, skinheads, hooligans, racistas, fascistas, o que há de mais podre. Interrompem treinos, cospem, ameaçam jogadores, agridem treinadores.
Vejam-se as ameaças de que Mourinho foi alvo.
Veja-se a entrevista do Costinha no ano passado, por exemplo, sobre o clima de intimidação a que o plantel do FC Porto foi sujeito na época passada.
Veja-se o ataque bárbaro a que Adriaanse teve de fazer face esta semana.
Veja-se, por fim, o que um dos líderes da claque Superdragões disse após a agressão ao treinador e ao corte dos apoios à claque por parte da SAD que se lhe seguiu: «Devíamos estar a discutir treinadores e tácticas.» (não é uma citação exacta). Porra! Mas quem é que este gajo julga que é?! Um chefe de uma claque arroga-se o direito de intervir neste tipo de decisões? Mas onde já chegámos?
É verdade que nem todas as claques são assim, nem todas as pessoas que participam nas claques o são. Mas o que dizer disto (in http://adeptos.blogspot.com/ , aliás Megafone - "só" o blog futebolístico mais acedido em Portugal, votado o blog do ano pela FBF):
«Nem que os 20 elementos que atacaram Adriaanse fossem efectivamente da claque, o que continua por provar, faz algum sentido tomar medidas radicais que se vão reflectir em todos os milhares de associados do grupo, a maioria dos quais também sócios do FC Porto? É um filme já visto. Mas, pensando bem, alguém alguma vez imaginaria ver um dia Pinto da Costa insultar um Adepto descontente com Adriaanse valorizando um profissional que episodicamente serve o clube em detrimento da defesa da massa associativa? A partir disto, tudo é possível.»
É altura talvez para dizer: quem anda à chuva molha-se. E o relacionamento de Pinto da Costa com Lady (risos) Carolina Salgado propicia estas confusões.
Perdoa-lhes, que eles não sabem o que fazem. São só uns gaiatos...
1 Comments:
As claques podem ajudar à festa do futebol, se trouxerem cor, incentivos e cânticos aos estádios.
Do que não precisamos nos estádios é de pancadaria, insultos, violência.
Nem precisamos de dirigentes e membros de claques a quererem interferir na gestão e na vida interna dos seus clubes. Um membro de uma claque não tem mais direito de intervenção na vida do clube do que qualquer outro sócio (isto partindo do princípio de que o membro da claque é sócio do clube, o que, mais vezes do que imaginamos, nem sequer é verdade.)
Como é bonito ter o estádio com cânticos e bandeiras, as direcções apoiam as claques com bilhetes mais baratos, ou até à borla, cedência de intalações, etc. Se as claques não souberem estar no futebol, o clube deve cessar imediatamente o seu apoio às mesmas.
Se pela cabeça de algum "ultra" passa a peregrina ideia de que são indispensáveis ao futebol, desenganem-se. Não são. O futebol vive muito bem sem ultras. Nem todos são iguais, claro, nem todos são violentos ou agressivos. Mas a violência e a intimidação não é solução para nada. Quem só sabe falar a linguagem dos gorilas, escusa de ir ao estádio. Porque nunca entenderá, na vida, a poesia do futebol.
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