O CLÁSSICO II

O “jogo do título” afinal não decidiu nada! O duelo Simão-Quaresma ficou em branco (enfim, uma assistência para cada um)!

O Futebol é uma caixinha de surpresas.

Mais uma vez, a estatística brinca com o Benfica. Em 2007 o Benfica, no campeonato, só perdeu pontos no celebérrimo Benfica-Boavista (ver post "Isto é futebol - frenético e aliciante"), a última derrota no Campeonato fora em Novembro frente ao Braga, em 2007 o Benfica ultrapassou duas eliminatórias na taça UEFA e está nos quartos de final de uma competição europeia pelo 2º ano consecutivo, e subitamente, o Porto cede perante o Sporting… Estádio da Luz cheio que nem um ovo, preparado para a festa. Poderíamos lá perder a oportunidade!

O Benfica nem entrou mal. Viu-se a vontade, a garra e a ambição. Mas a verdade é que o Porto agarrou o jogo e, durante quase toda a primeira parte dominou a partida. Julgo que foi uma vitória táctica de Jesualdo. Ao jogar com Jorginho no meio (o primeiro do losango) que surgia muito nas alas e transformava o 4-4-2 num 4-3-3. E foi nas alas que o Porto foi mais forte. Facilmente apareciam em superioridade numérica. Fernando Santos disse que a defesa estava muito recuada, a jogar longe do meio campo… Deve ter razão, a verdade é que as segundas bolas eram sempre do meio campo portista.
Apesar disso, só teve uma verdadeira ocasião de golo, superiormente defendida pelo Quim. Depois veio o golo. Parvoíce completa. À segunda tentativa (pois a primeira, e como eu adivinhei, Quaresma tentou marcar directo. Foi prás mãos do Quim), Anderson deixa ir Pepe (como se nunca tivesse visto Pepe a marcar golos…) e Quim não tenta ganhar a bola… Aos 43 minutos! Que balde de água fria! Mas o remate de Karagounis logo de seguida a que respondeu Helton com a sua primeira grande defesa da noite, fez-nos acreditar. O Benfica valia muito mais do que havia mostrado até aí.
E entrou Rui Costa. Eu julgo que é altura de se calarem em relação ao Rui Costa. Aqueles que acham por um infinitésimo de segundo que Rui Costa está acabado! Tomara ao Benfica que ele não se tivesse lesionado! Rui Costa é a definição de classe!
Desculpem-me os tripeiros mas … ajoelharam. O Benfica da 2ª parte fê-los ajoelhar. Faltou um marcador para que a lide fosse perfeita (não estou a chamar nomes a ninguém, é digamos, uma metáfora). Miccoli podia ter sido o matador… Infelizmente a Deusa só nos deu o golo aos 82’. Se o Benfica tem marcado mais cedo… a vitória era nossa.
Depois do golo, naqueles dez minutos foi um jogo impróprio para cardíacos. Mantorras ía-nos levando à loucura e depois a catástrofe esteve à vista na jogada de Anderson/Renteria. Foi um bonito jogo. Cheio de emoção e intensidade e com qualidade média alta. E no fim de contas, todos (principalmente os sportinguistas) temos que nos dar por satisfeitos com o empate.
Em relação a jogadores, julgo que devo dizer que considero Pepe o melhor defesa central a jogar em Portugal. Helton também esteve brilhante. A par destes dois esteve um miúdo que está em Portugal há dois meses. David Luis esteve soberbo! Imperial! Que puto fantástico! Capacidade de antecipação assombrosa. Liderança absoluta. Quem viu o jogo no Estádio reparou com certeza na sua insistente pedido de bola. Pedia sempre a bola para iniciar as jogadas. Estou mesmo convencido que o Benfica teve o jackpot nesta contratação de Janeiro. Em dois dias, depois da imperdível venda de Ricardo Rocha, o Benfica conseguiu encontrar um diamante.
Está um campeonato explosivo. Está muito interessante. Qualquer dos três pode ocupar, no fim, qualquer das três primeiras posições. No último campeonato que o Benfica foi campeão, também foi um bocado assim. Será um presságio? A verdade é que os”bons presságios” de que falei (vitória do Benfica no torneio do Dubai e afastamento do Porto da Taça de Portugal pelo Atlético) teriam o seu cume na vitória neste jogo. O Benfica teve nas mãos a capacidade de ser o principal candidato ao título e deixou-a fugir. Agora resta acreditar e ir ganhando os jogos. Mas a minha opinião é que o Benfica foi mais forte que o Porto.

O negativo deste jogo foram as claques. Até os dirigentes se portaram bem. Os SuperDragões são tanto, como os NN Boys, um bando de infelizes que não sabem viver, que são uns infelizes, uns completos animais abjectos e irracionais. Não vi de perto a claque portista mas vi os No Name. Desde fumos, a very-lights, a ameaçarem miúdos e senhoras com cachecóis dos adversários, são uns mentecaptos dementes e irritantes.
O Futebol não precisa nada desta merda!
Outra merda que este jogo teve foi a falta de fairplay de um lado e de outro.

Agora, caros leitores, aguardem um momento que estamos a aproximarmo-nos de outra grande guerra: Quartos de final da Taça UEFA. E isto, é de outro Campeonato.

Saúdinha