domingo, janeiro 22, 2006

Falência...

Desde que “blogo” aqui no “Revisão” foi a primeira vez que tive oportunidade de ir ao estádio. Pese embora o resultado, é sempre agradável sentir a emoção ao vivo e viver todo aquele ritual que começa nas barraquinhas e que, por vezes, acaba em jantarada.


Mas voltando ao jogo. Começo pela arbitragem e tenho de concordar com o El Ranys. Foi má, mas sobretudo muito habilidosa. Não houve muitos lances polémicos, com excepção do penalty que até aceito, mas nos restantes lances uma dualidade de critérios incrível.

Relativamente à equipa do Sporting, o costume. Tivemos desta vez cerca de 20 minutos de bom futebol, insuficientes para compensar os restantes. Defensivamente continuamos muito mal – incrível a forma como sofremos o primeiro golo.
O meio campo completamente alheado do jogo: Custódio de volta aos tempos de Fernando Santos em que só sabe jogar para trás e para os lados, Moutinho irreconhecível, Carlos Martins a desperdiçar as oportunidades que lhe vão aparecendo, Romagnoli ainda sem capacidade para aguentar os ritmos europeus, Nani mais preocupado em contar o número de fintas que faz por jogo e Sá Pinto já sem capacidade para estas andanças. Como é que um jogador com esta experiência faz dois penalties em dois jogos consecutivos? E mais, como é que não é substituído após cometer o mesmo erro de uma forma tão infantil? Finalmente, o ataque com Liedson a fazer um jogo de muita vontade, mas muito trapalhão. Falhou um golo certo, a passe de Deivid e “defendeu” um remate perigoso de João Alves. Paulo Bento não é – para já – treinador para esta equipa. Já teve jogos suficientes para por a equipa a jogar melhor. É verdade que a equipa nem é grande coisa, mas esperava-se mais. Se tivesse havido com Peseiro a mesma paciência que os adeptos têm tido com Paulo Bento…
Todas estas questões remetem para o título deste “post”: falência. Falência de quê? Do modelo desportivo preconizado pela actual direcção do Sporting. Senão vejamos: o objectivo do clube é que 60 a 70% da equipa seja constituída por jogadores das camadas jovens, ou seja estamos a falar de 13 a 17 jogadores; os restantes seriam ou adquiridos/ emprestados a equipas nacionais ou então a equipas estrangeiras.
O problema é que o Sporting tem por objectivo a venda de um a dois jogadores por ano – os melhores – e as camadas jovens não tem capacidade para alimentar a equipa sénior, resulta daqui que os jogadores na equipa principal formados nos escalões mais jovens são apenas jogadores razoáveis. Não diria maus porque estes vão saindo para os outros clubes. Como o Sporting não tem capacidade para adquirir os melhores jogadores do campeonato nacional, pois estes vão para o Porto e Benfica, o plantel é enriquecido todos os anos com mais jogadores razoáveis, umas vezes melhores outras piores. Claro está, que a nível internacional é ainda mais difícil garantir as melhores escolhas.

Assim, com o que ficamos? Um plantel razoável, insuficiente para mantermos a tendência conquistadora que eu, pelo menos, desejaria.E se olharmos para o Ajax, afinal o melhor exemplo daquilo que o Sporting almeja, constatamos que por vezes está anos e anos sem ganhar títulos. Ocasionalmente, quando numa só geração conseguem juntar alguns jogadores de melhor nível conseguem ganhar algum momentum. Como esses jogadores rapidamente são vendidos, o Ajax volta a entrar noutro período de obscuridade. É isto que se pretende?

2 Comments:

Blogger manolo said...

Se encararmos o futebol simplesmente como um jogo em que as melhores equipas ganham (em geral), se aceitarmos que a competitividade aumenta (significando que, não só os resultados como a dificuldade dos jogos é maior, e todos vão tendo mais derrotas e empates)então, sem dramas, apreciemos o Campeonato e torcemos pela nossa equipa. Penso que apelar à revolução sempre que as coisas não correm bem, leva-nos, de revolução em revolução até onde? Dá ideia que os sportinguistas estão sempre zangados com o clube. E afinal, as equipas de futebol demoram a construir, não concordas? E a equipa de Peseiro não sobreviveu. Mas, pôrra, é necessário orgulho daquilo que é bem feito e criticar correntes de vistas curtas. Abaixo o futebol cujos gurus se movimentam nas jogadas baixas, na mentira, na vigarice, etc. Viva o Sporting!

domingo, janeiro 22, 2006 8:42:00 da tarde  
Blogger Dever Devamos said...

Manolo,
Até aceito que se percam jogos, aceito que não sejamos sempre superiores ao adversários e sobretudo aceito e concordo que os melhores ganhem jogos e campeonatos.
O que não consigo aceitar é a "belenenzização" do Sporting. Um cenário que teve início há mais de duas décadas, que parecia afastado quando ganhámos dois campeonatos, mas que agora parece surgir novamente.

domingo, janeiro 22, 2006 9:44:00 da tarde  

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