domingo, fevereiro 19, 2006

Cumprir objectivo sem brilho

Muito melhor resultado que a exibição. Numa noite de temporal, apenas aquecida pela derrota do Benfica em Guimarães, a chuva e a ventania tornaram o espectáculo desagradável. A equipa do Sporting, com a sua geometria habitual, losango na intermediária e dois avançados livres, tentou ganhar o meio-campo e jogar a bola rente à relva o que se tornou quase impossível. As condições do terreno, a prender a bola, fizeram com que muitos passes se transviassem, e poucas jogadas (muito poucas) chegaram a zonas de remate. Com Carlos Martins desinspirado, Romagnoli com iniciativa mas pouca profundidade, raras eram as bolas que chegavam a Sá Pinto e a Liedson, que se mostrou esforçado. A primeira oportunidade de golo é do Paços, valendo Ricardo numa defesa com os pés. Essa jogada teve origem numa correria louca pela direita do Didi na ressaca de um canto a favor do Sporting. Em duas jogadas de ataque leonino pela esquerda (Caneira a apoiar sempre bem) Carlos Martins e Sá Pinto p odiam fazer melhor mas “fizeram-se ao penalty”, ou deu-me essa impressão. O golo surgiu quando não se esperava numa entrada de Moutinho e o guarda-redes o abalroou. 1-0, por Sá Pinto. Numa primeira parte de muita luta a meio-campo e poucos remates à baliza fomos para intervalo a ganhar. Paulo Bento deu ordem de entrada a Deivid (tinha esperança em ver Koke) para fazer a dupla mais goleadora: Liedson e Deivid. Os pacenses procuraram o empate, mas o nosso sistema defensivo deu conta do recado. Perdemos o meio-campo mas a equipa nunca perdeu estrutura, mostrou sempre tranquilidade e confiança. Os laterais Abel e Caneira deram outra dimensão ao jogo. Fortes a defender, apoiam o ataque e pressionam os adversários, fazendo com que o Sporting preencha bem todo o campo. Alguns cruzamentos sem perigo, com os centrais apoiados por Custódio a resolverem. Sai C. Martins por Nani que se posicionou à esquerda. Seria mais tarde quando Tello entrou para a sua posição (tantas vezes reclamada) de interior esquerdo e Nani subiu para o vértice superior no lugar de Romagnoli. E foi Nani que em duas acelerações desenhou na assistência o 2-0 por Deivid à boca da baliza e o 3-0 por Tello (de pé direito), curiosamente as opções de P. Bento que deram um “colorido” ao resultado que o Paços de Ferreira não merecia. O que fica é que cumprimos o objectivo (não se podia falhar) mesmo sem grande brilho. Jogos em que se ganha categoricamente sem jogar bem, é uma normalidade nas equipas campeãs. Próxima semana a visita a Coimbra (obviamente, jogo crucial, pois é o seguinte) onde a vitória nos abre excelentes perspectivas de aproximação ao primeiro lugar. Oxalá…

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