Acto de cultura
Portugal 1, Inglaterra 1, em 2004.
Benfica 3, Sporting 3, em 2005.
Portugal 1, Holanda 0, em 2006.
Qualquer um destes jogos ultrapassa o futebol. São verdadeiros actos de cultura, gestas de heroicidade, hinos de trabalho em equipa. Sofrimento, esforço, alegria intensa, desânimo, raiva, ódio, furor, espectáculo, arte! Que belos enredos estes jogos deram! Que felicidade termos tido a possibilidade de partilhar estes momentos homéricos - golos, expulsões, gritos, dor... e no fim, uma subida ao Olimpo.
São jogos que recordarei e que partilharei com o meu filho, com os meus netos, daqui a 30, 40 anos. Eu vi. Ao vivo. E sinto-me mais completo por isso.
2 Comments:
O jogo "maior" foi o do Europeu de 2000, quando, contra a Inglaterra virámos o 0-2 para 3-2, com Figo (golo galáctico), João Pinto e Nuno Gomes, treinados por Humberto. Outro inesquecível, mas com final infeliz, foi o Europeu de França, contra os da casa nas meias-finais: 1-1 nos 90', e Jordão faz o 2-1 no prolongamento!! Perdemos 2-3!
Infelizmente não assisti a esse Portuga-Inglaterra. Na altura estava em S. Paulo, a trabalhar, e não deu para assistir. Aliás, oúnico jogo desse Europeu que vi em directo (enfim, a segunda parte) foi o mais fraco da fase de grupos - contra a Roménia, com um golo de Costinha.
Esse jogo de 1984 foi dramático. Se não me engano, o golpe final foi dado pelo defesa esquerdo francês, Domergue, na marcação de um livre directo onde toda a gente estava à espera do remate de Platini.
Um outro jogo épico foi a cavalgada heróica de Carlos Manuel em Estugarda, em 1986.
Também podíamos relembrar a jornada gloriosa em que se tranformou a eliminação do Newcastle em Alvalade, em 2005. Tantos jogos, tantas emoções...
Há quem diga que a sensibilidade existe apenas quando se vai ao teatro, ou quando se ouve um concerto. Pois eu considero que um jogo de futebol pode ser um acto refinado de cultura, com todos os ingredientes de um drama de Shakespeare, de uma tragédia grega, de um filme de Hitchcock!
Claro que por vezes - demasiadas vezes, enfim - os jogos são xaropadas insuportáveis, de "teatros" no mau sentido, de anti-jogo, de violência exagerada. É um preço a pagar pela benesse de assitirmos, por vezes, a espectáculos destes.
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