terça-feira, março 14, 2006

Alguém percebe esta confusão?


Vou seguir o (bom) exemplo do El Ranys. Tenciono ir à Assembleia Geral (AG) do Sporting. Não sei ainda fazer o quê. Confesso que estou muito mal esclarecido sobre o tema de fundo. Votar a favor da venda de património? Por alma de quem? Como é que se chegou de repente à conclusão que era imperativa a venda dos activos não desportivos do clube? De onde surgiram tantos compromissos financeiros? O estádio não deveria gerar receitas que o sustentavam per si? E não era o Sporting um exemplo de gestão desportiva? O que é se passou de repente? Onde é que estavam os responsáveis do Sporting?

E o que dizer da extinção de modalidades? Modalidades do clube que sempre se considerou, com justiça, o mais eclético de Portugal! E alguém me explica como é que um Bingo dá prejuízo, num país em o que o jogo é dos negócios mais lucrativos? E que gestão é esta apresenta um desvio de um milhão de euros em receitas de quotizações? Estamos a falar de cerca de 7.500 sócios que simplesmente deixaram de pagar quotas de um ano para o outro!

Esta AG tem por objectivo sufragar o modelo de gestão desportiva que Soares Franco defende para o Sporting. Aquele que era um presidente de transição, assume-me como candidato a presidente do Sporting para o próximo mandato. Ou talvez não. Recentemente saiu uma sondagem na Bola (esse jornal insuspeito) em que a moção de Soares Franco nem sequer metade dos votos deveria atingir, quando são necessários dois terços. Esta sondagem foi posteriormente questionada por outra em que dizia que se fosse a eleições Soares Franco ganhava com larga maioria. A fazer fé no que Soares Franco tem dito, ao ver derrotada a sua moção, vai demitir-se e convocar eleições.

Soares Franco que, como muitos se lembram, foi um dos membros mais destacados da gestão de Dias da Cunha, chegou a presidente (de transição) num processo conturbado – que inclusive culminou com o afastamento do treinador –, mas que decorreu de uma forma pacífica, quiçá pouco democrática. As divergências entre ambos foram ao longo do tempo postas em evidências, mas nada faria prever que o actual presidente seja agora criticado por Dias da Cunha, que o acusa de traição! Dias da Cunha, relembro, foi um dos principais dirigentes do “projecto Roquette”; chegou a presidente num processo similar ao do próprio Soares Franco. José Roquette, o presidente anterior a Dias da Cunha, tece os mais rasgados elogios ao actual presidente, ao mesmo tempo que é infamado por João Rocha, outro ilustre sportinguista que se tem destacado a criticar todos os dirigentes desde que ele próprio abandonou a presidência do Sporting (não obstante não ter sido um presidente ganhador, foi o responsável pela fase de maior ecletismo do Sporting).

Entretanto Dias Ferreira coerente no facto de ser sempre do contra, vê-se “defendido” por Dias da Cunha, ao mesmo tempo que dispara para todo o lado (usufruindo para isso de um canal privilegiado que é a SIC Notícias). José Bettencourt e Miguel Ribeiro Telles, dirigentes que me pareceram ter feito um excelente trabalho em Alvalade vieram apoiar publicamente Soares Franco, que entretanto conseguiu reunir mais alguns ilustres, como é o caso de Rogério Alves, bastonário dos advogados, e Ernesto Silva, o homem do centenário. Alguém percebe porque se zangam as comadres?

Paulo Bento veio hoje pedir tranquilidade para o plantel. E não o fez de forma inocente. A equipa está numa fase positiva (e muito crítica) e Paulo Bento percebe que a instabilidade pode vir de fora, apesar da forma brilhante como tem conseguido até agora blindar o balneário.

Uma nota final: não pretendo esclarecer ninguém com este post. É apenas um desabafo de um sportinguista que continua sócio, apesar de nem sempre ser bem tratado pelo seu clube. Também não tenho problemas em assumir que, face ao que sei de momento (que é pouco), vou votar a favor de Soares Franco (ceteris paribus).

1 Comments:

Blogger El Ranys said...

Acho que o Paulo Bento não devia ter aberto a boca sobre estas questões. É um funcionário do clube e, se não lhe faltam, a ele e à equipa, os salários e as condições de trabalho, a única coisa que deve fazer é continuar a desenvolver o excelente trabalho que tem levado a cabo. Se os dirigentes têm conseguido manter o grupo de trabalho à margem de toda esta discussão, porque raio vem o líder desse grupo de trabalho falar de assuntos para os quais não foi chamado?

quinta-feira, março 16, 2006 3:17:00 da manhã  

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