No Domingo fui à bola
Creio que já contei aqui que deixei de ir regularmente ao futebol depois de um penalty assinalado em Coimbra contra a Académica, no seguimento de uma queda espalhafatosa, disparatada - e premeditada - de Paulo Futre (com a camisola do FC Porto), lá por volta de 1986/87.
Depois desse lance, contam-se pelos dedos das mãos as vezes que fui à bola. No Domingo, acabei por ir a Alvalade. Um jogo à tarde, a fazer lembrar os tempos em que eu ia aos estádios, antes da ditadura das televisões.
Gostei da festa, gostei dos festejos após os golos (um do Moutinho, três do Paços), gostei do ambiente de fim de campeonato, dos vivas pela qualificação directa para a Liga dos Campeões. Gostei também da sobriedade, da cumplicidade e da civilidade da maioria dos sócios do Sporting da bancada onde eu estava sentado.
Não gostei das claques - os petardos são uma estupidez perigosa, os cartazes sobre a arbitragem são uma tonteria inconsequente - e não gostei de confirmar (mais uma vez) que existe uma pulsão por parte de muitos adeptos que praticamente apenas se manifestam para desqualificar os árbitros, os fiscais-de-linha, toda a sua descendência e parte da sua ascendência. Um cartão amarelo mostrado a um adversário é invariavelmente fonte de uma alegria colectiva que me pareceu funesta. Eu ainda sou do tempo em que se considerava que o "tribunal de Alvalade" era habitado por uma plateia exigente que aplaudia o bom futebol e que não era tão facciosa como outras. Julgo que isso (infelizmente) terá mudado...
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