Sorte merecida, equipa preparada para tudo.

Mereceu a sorte, a equipa made in Alvalade. Sofrendo um golo aos 4', após ter entrado bem, fomos empurrados para perto da nossa área, tendo dificuldades em ter a posse de bola pelo chão. Meio-campo muito distante, Veloso encostado aos centrais, Nani a fechar mal, Tello e Moutinho sem espaço. Os russos ganharam um alento extraordinario, têm uma boa equipa que joga em velocidade e obrigou-nos a defender com algum desespero. Com dificuldade começamos a encaixar este golo, e a 1ª parte já acabou com algum equilibrio, mas poucos ataques conseguidos. Yannick e Liedson atacantes muito iguais, marcados e sem bolas pelo chão, foram presa fácil. Ricardo esteve em defesas decisivas enquanto Polga perfeito e Tonel foram chegando com alguma intranquilidade. Miguel Garcia sempre com grandes dificuldades não é o defesa direito titular que o Sporting precisa. Dedo de Paulo Bento para a 2ª parte, retirando o alentejano, com Caneira a ir para a direita, Tello para lateral esquerdo, e fez entrar Alecsandro, para mim o melhor jogador leonino neste jogo. Entrada dos russos a massacrar nos 5' iniciais do 2º tempo, com toda a sorte do mundo em 2 ou 3 lances de golo iminente. São Bento a proteger? Sorte faz parte do jogo e todos os campeões a têm. Isto é frase-feita mas também a realidade. O Spartak "sabia" que o jogo estava ganho. Embora o Sporting lutasse bem o 2º golo (decisivo) advinhava-se próximo. Mas o futebol é assim..., primeira jogada do Sporting, troca de bolas sucessivas, à entrada da área tabela Nani - Liedson, e o jovem valor da cantera passa o guarda-redes e sem ângulo estreia-se a marcar na Liga dos Campeões, empata o jogo com um golaço! E, como sempre, o jogo é definido pela marcha do marcador. E aqui o Sporting foi grande, a lembrar a saga da UEFA, no controle do jogo, na posse de bola, e mesmo na aproximação da baliza contrária. Como disse, Alecsandro sobressaiu: bem a receber a bola libertando-se da marcação, pô-la jogável, um avançado ideal para formar dupla com Liedson. Foi a melhor fase do jogo, bom futebol de ataque, de parte a parte, com o Sporting a merecer sem dúvida a sorte com que ainda iria ser bafejado; os últimos 10' foram um novo sufoco, com a bola a não sair das imediações da nossa área. Numa palavra foi um jogo épico, mas daquela forma que todos os portugueses que gostam de futebol, torceram, talvez de forma inesperada, os benfiquistas e portistas, para que o Sporting "passasse" incólume. A verdade é que o Sporting hoje em dia é uma equipa altamente competitiva, que luta até ao fim pela vitória (vidé últimos Campeonatos) e em simultaneo é equipa simpática, constituida por muitos jovens "made in Academia", mesmo para os rivais (falo só daqueles que gostam sobretudo de futebol) o que é muito raramente conseguido (foi com o Benfica dos anos 60, e a outro nível, com a Holanda 74). Assim, estamos com 4 pontos, nada está ganho mas continuamos na luta. Ganhar em casa não perder fora continua a ser a receita infalível, e neste dificil grupo com 2 grandes colossos nós, o outsider estamo-nos a impôr. Próximo jogo, Bayern em casa; quase decisivo se o ganharmos, o que é substancialmente diferente de ser decisivo por não poder perder. O que falta sublinhar é que a equipa está preparada para jogar em qualquer situação: defender, atacar, controlar e qualquer dos 23 pode ser titular. E assim se fazem campeões.