terça-feira, outubro 31, 2006

Caminho da Glória

Jogámos para ganhar. Desde o primeiro minuto. Era o que esperava do Sporting, e a equipa, mais uma vez não me desiludiu.
Faltou a última bola, o derradeiro passe, a jogada que isolaria para que o golo acontecesse. Mas a vitória esteve sempre a rondar. Aliás, digo desde já que também podíamos ter perdido.

Foi o nosso losango, o jovem miolo, que conquistou o domínio do jogo durante a maior parte do tempo. Com agressividade e velocidade, típicas da dinâmica da equipa, cedo calámos o Allianz e fomos cercando a baliza de Kahn nlgumas vezes, aos 13’, aos 26’ e também no final da 1ªparte. Razão absoluta tinha el Ranys quando “chamou” o capitão Custódio ao onze inicial. Equilibrando a zona da posse de bola e sendo um tampão de segurança para a muralha defensiva, Polga e Tonel, Custódio fez diferença, tornando a vida mais dificil para Veloso. Martins constantemente com muito jogo mas compensando isso com falhas frequentes. Paredes passou incógnito (e começa a ser uma incógnita a aposta nele para a titularidade) e, foi Moutinho, o gigante, que repartiu as despesas do jogo, conseguindo que a bola estivesse mais tempo no campo adversário. Os laterais estiveram fantásticos. Tello na esquerda, a fechar muito em cima, na dobra, e também no apoio ao ataque. Está de pedra e cal na equipa, uma surpresa após 6 épocas (está na 7ª). Caneira é um jogador que joga e define com o seu desempenho, a experiência que se torna fundamental. Polga fez um jogo impecável. Ainda a imagem da sua jogada que ofereceu o remate bem na área a Alecsandro ao cair do pano. Embora todos esforçados, foi o ataque que não conseguiu exprimir em lances mais incisivos o volume de jogo ofensivo. Liedson teve duas oportunidades e teve medo de falhar(?); deu-me essa impressão. Yannick, sempre esguio mas com sucessivas percas de bola, bolas fáceis, infantis.

Claro que o Bayern também jogou para ganhar. O seu treinador havia lançado o desafio: ganhar marcando, no mínimo 3 golos. Não foi superior ao Sporting, mas teve, talvez maiores ocasiões de desfazer a igualdade. Fortes fisicamente, à vontade nos passes longos, desmarcações fulminantes para as costas da defesa, o Sporting sofreu também; foi um jogo que se assistiu sempre com o nervoso miudinho, do tudo pode acontecer a qualquer altura. Grande jogo. E é isto que devemos exigir. O resultado fica, mas para o alcançar só podemos jogar como até aqui, pois é assim que se obtém vitórias. Parece mentira, pois os leões vão com 4 jogos seguidos sem ganhar, e no entanto, quem não considera que em todos eles (Bayer e Porto em Alvalade, Aveiro e agora na Baviera), os podíamos, os devíamos, tê-los ganho?

Ao intervalo entrou Nani, o sacrificado foi C. Martins. O ritmo baixou um pouco, mas por pouco tempo, e foi bonito de ver o à-vontade e tranquilidade que agarrámos o jogo. Finalmente Paredes deu lugar a Farnerud, participativo. Alecsandro substituiu Yannick completamente esgotado.
E a um quarto de hora do fim, numa rara arrancada de Nani, travada em falta, Moutinho, ia atingindo a glória: livre perfeito, estrondo na barra, com Kahn paralisado de terror. Até ao fim ainda jogadas de aflição em ambas as balizas.

Por último, reforçar a confiança à equipa, toda ela, todos os 23 jogadores, o treinador Paulo Bento, Pedro Barbosa e a direcção, Ribeiro Teles e Soares Franco. O caminho foi traçado há muito, e, com os tropeções normais, o Sporting vai seguindo o seu caminho. A Glória ainda pode vir longe mas o caminho é este.

Na qualificação fomos passados para 3º. O Inter foi ganhar a Moscovo (marcou ainda antes do primeiro minuto) e tem agora 6 pontos. Nós temos 5. O Spartak apenas tem 1, enquanto o Bayern já conta 10. Não está fácil, nem nunca o foi. Nem para o Sporting nem para os italianos. O próximo jogo em Itália poderá ser a chave, para o bem ou para o mal.

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Tivesse o Sporting a experiência e a matreirice das grandes equipas e talvez hoje pudesse estar a disputar a liderança do grupo teoricamente mais difícil para as equipas portuguesas nesta edição da Liga dos Campeões. Foi a falta desses suplementos essenciais nas equipas de futebol de alta competição que impediu o Sporting de ganhar em Moscovo (onde empatou 1-1), de ganhar hoje em Munique (onde empatou 0-0) e de empatar ou ganhar ao Bayern em Alvalade (onde perdeu por 0-1). Independentemente disso, a equipa leonina está a fazer uma excelente campanha nesta Liga dos Campeões, pois já facturou quatro pontos em jogos com os gigantes Inter de Milão e Bayern, dando uma boa imagem externa do futebol português do presente e, sobretudo, do futebol português do futuro, mostrando novos valores que, no início da época, não estariam equacionados, como são os casos de Miguel Veloso e Yannick Djaló. Um Sporting que pratica um futebol positivo, um “futebol honesto”, tão honesto que revela a falta de tal “matreirice”, que as grandes equipas exploram em muitas situações de jogo, em particular nas jogadas de bola parada. Um futebol que em Munique vulgarizou o Bayern, mas a que faltou sempre uma pontinha de qualquer coisa – ora um pouco mais de força física, ora um pouco mais de velocidade sobre a bola, ora um pouco mais de discernimento, ora um pouco mais de gente na área adversária... – para fazer o golo tão desejado. Ainda assim um Sporting pouco feliz, que nos dois jogos com os alemães chutou a bola contra a barra e o poste adversários. E se esses dois pontapés tivessem resultado em golo, as contas desta Liga dos Campeões estariam agora muito favoráveis à equipa portuguesa. Mas, como diria o célebre Malcolm Allison, “em futebol, o ‘se’ é apenas uma palavra”. E não adianta exaltar vitórias morais. Adianta, isso sim, continuar a aplaudir esta equipa, que, ainda este ano, vai dar muitas alegrias a todos os sportinguistas. De resto, continua tudo em aberto nesta Liga dos Campeões.

terça-feira, outubro 31, 2006 11:37:00 da tarde  
Blogger Alex said...

Bom jogo. Grande jogo. O Sporting pôs o Bayern a jogar em contra ataque. Assumiu o jogo e jogou no meio campo deles. Mas o problema foi não conseguir abrir a muralha. Não houve ocasiões flagrantes de golo. A bola à trave do Moutinho foi o momento mágico. E ele, mais que ninguém merecia fazer o golo. Moutinho, Custódio (boa surpresa), Polga e Ricardo foram os melhores. E Liedson? O que se passa com o Levezinho? Um Liedson ao seu nível e o Sporting teria ganho. Mas a verdade é que as maiores ocasiões de golo foram do Bayern. Foi um bom resultado que permite ao Sporting manter-se na luta. Em Milão tem que ser igual. Eu disse, antes, que seria um pouco menos que impossível o Sporting trazer pontos de Munique e de Milão. Façam o favor de contradizer-me, outra vez.
Saúdinha

quinta-feira, novembro 02, 2006 10:29:00 da tarde  

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