Final feliz
Derradeiro jogo, em Alvalade contra o Braga, uma das melhores equipas portuguesas, quando ainda estava em jogo a importante qualificação directa para a Liga dos Campeões. Sofrendo nos dois últimos anos a fatalidade de deitar tudo a perder nos últimos jogos, quando o Sporting foi a única equipa a lutar pelo título (há dois anos com o Porto – empate em Alvalade que fez Mourinho perder a cabeça, e no penúltimo jogo derrota contra o Benfica, quando os leões fizeram o suficiente para vencer e no ano passado, o jogo perdido na Luz a poucos minutos do fim, com erro de Ricardo, e a escandalosa derrota com o Nacional na última jornada, atiraram o Sporting para o 3º lugar quando foi a melhor equipa durante a época), havia o “fantasma” da possibilidade de, mais uma vez, perdermos aquilo que é, verdadeiramente fundamental: estar presente regularmente na Champions. Mas o Sporting de Paulo Bento caracteriza-se pela segurança, sem aflições, uma equipa que apesar de jovem, evidencia ser adulta, que não treme nem “acredita em fantasmas”. Ontem a jogar com Hugo no lugar de Polga (um dos melhores jogadores nesta 2ª volta), e Tello na intermediária (elemento que se revela útil na sua posição), o Sporting jogou com o seu onze mais utilizado: Ricardo; Abel, Tonel, Hugo e Caneira; Custódio; Tello, Moutinho e Nani; Deivid e Liedson. Um losango que se foi transformando num esquema 4-1-3-2, com Custódio a preocupar-se quase em exclusivo com o trabalho defensivo, um meio-campo de três unidades na zona central e dois avançados móveis. Na 1ª parte foi um belo jogo de futebol, com o Sporting a dominar conseguindo diversas jogadas de envolvimento, com vários jogadores a intervir, e a obrigar o Braga a defender. Grande realce para João Moutinho, a grande estrela do conjunto, numa época de confirmação, tanto na atitude (incansável) como a fazer jogar, tomando as melhores opções, dá gosto ver mais este “puto” da nossa cantera, que merece ser, e que belo prémio seria, um dos nossos na Equipa Nacional que estará na Alemanha. Ontem (especialmente ao longo do primeiro tempo) esteve muito acima dos restantes, foi dele o golo (de grande espectáculo) a aparecer em velocidade correspondendo a assistência de Abel aos 20’, que nos garantiu a presença na Liga dos Campeões. Desfrutámos de um bom jogo, sempre bem disputado, e com ambas as equipas a tentarem o ataque, obrigando as defesas a esforços redobrados. Para “matar” o jogo ao intervalo, saliento uma perdida flagrante de Deivid, que de cabeça, após cruzamento à linha de Caneira, faz o mais difícil atirando ao lado. Liedson foi sempre esforçado ao seu estilo, mas não foi feliz, tal como Nani, outro dos grandes valores, também o jogo não lhe correu da melhor forma. Segundo tempo, o Braga vendeu cara a derrota, mas o jogo foi menos alegre e menos conseguido por parte do Sporting. Com a linha de médios recuada, os avançados não tiveram apoio e muito dificilmente conseguiam criar perigo, nas bolas que lhes chegavam, sobretudo em passes compridos desde Ricardo. Veio ao de cima a estrutura defensiva, mais uma vez, não dando ao Braga, verdadeiramente qualquer oportunidade de marcar, nunca estando a nossa vitória em risco. Pelo contrário, as melhores ocasiões foram para o lado dos leões, sobretudo, na melhor jogada da 2ª parte onde Tello dentro da área, coloca em Liedson que remata à figura. Substituições, uma estranha, Miguel Garcia no lugar de Hugo (falta de ritmo) e outra já repetida a garantir o controle do meio-campo, João Alves por Deivid, e ainda Douala por Nani. Um final feliz, com vitória bem conseguida, e o objectivo crucial alcançado, na luta contra o Benfica, que “jogando miseravelmente” despede-se com pesada derrota, castigando o mau perder de Koeman, um treinador que não deixa saudades. Final de uma época que, sem ser brilhante, longe disso, acaba por ser positiva com a classificação directa da Champions, que é o que se tem que conquistar época após época.
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