domingo, outubro 04, 2009

Desesperante Sporting

Futebol devia ser alegria. Emoção, ansiedade, sim, mas uma festa. Confesso que nesta época, os sportinguistas, vivem os jogos com uma tristeza imensa. A equipa não mostra capacidade de jogar futebol, a dinâmica do jogo é em sacrifício, respira medo de falhar, e está nitidamente em depressão.

Não vejo motivos para tantos passes falhados, nem encontro explicação para o fio de jogo nulo. O facto é que Paulo Bento não consegue criar uma verdadeira equipa, com confiança em si própria, que tenha um conjunto sólido que acredite que pode ganhar porque é superior ao adversário. E isso é o mais evidente: a falta de um espírito de equipa. Neste momento parece óbvio que a equipa atingiu o pico mais baixo dos últimos anos. Terá sido um erro continuar com o treinador?

Os resultados são o verdadeiro tribunal, e para já, serão o mal menor. Embora na Liga a distância para os da frente já seja significativa, ainda não se perdeu a esperança de chegar ao título. (na verdade, seria um milagre, tal como estão hoje as coisas). Na Liga Europa, a passagem está quase assegurada.

Mas para quem gosta de futebol, o resultado não é tudo. Nós, no Sporting, temos uma experiência extraordinária. Aos grandes espectáculos proporcionados pela equipa em 2005, com Peseiro, com nulos êxitos, o novo treinador trouxe uma nova abordagem, que simplificadamente é: jogar para o resultado, sem preocupações com a “qualidade exibicional”; a segurança, o controle, o rigor táctico tomaram o lugar do futebol de ataque, de posse de bola, de remates e golos. E a verdade é que se ganharam títulos (2 Taças e 2 Supertaças) e os resultados foram melhores (presença na Champions, 2 x finalistas da Taça da Liga e no Campeonato 2ºs lugares que não satisfazendo, só ficam atrás do campeão) mas, realmente este miserável jogo contra o Hertha Berlim, foi um exemplo daquilo que não nos satisfaz: ganhar 1-0, sem o merecer, e com um jogo que nos envergonha a todos não é aquilo que espero do Sporting.

Quero uma equipa que junte ao pragmatismo da equipa de Bento, a criatividade e alegria do futebol de Peseiro. Mas a espera torna-se desesperante. Quando é que começamos a jogar futebol?