Arbitragem; 3 passos no bom sentido
Gosto de futebol. Do jogo. Não gosto de comentar árbitros de futebol. Ensinaram-me quando era pequeno (e jogava futebol) que "o árbitro tem sempre razão". Nem sempre tem. O que não suporto é a atitude muito portuguesa de criticar qualquer intervenção do árbitro (especialmente contra a nossa equipa); "É falta!" e se o árbitro assinala, então "Devia ser amarelo", se por hipótese o juiz mostra a cartolina, então, "Era para vermelho"e, quando, hipótese remota, o árbitro assinala conforme a nossa opinião então desconfiamos: " deve estar a preparar alguma...". Gostaria que se partisse do príncipio de dar sempre o benefício da dúvida; aquilo que o árbitro vê no campo não é igual ao que nós vemos na televisão e tantas vezes no jogo corrido o lance nos parece de um modo que depois das detalhadas repetições verificamos que afinal não era bem assim. Passo 1 seria respeitar o árbitro, querendo com isto dizer que aceitemos as suas decisões como boas, ou os erros como naturais.
Há, evidentemente, muitos exemplos de erros que não nos parecem aceitáveis. Devemos imediatamente rotular o árbitro de corrupto, ladrão ou outros mimos mais carregados? Há uns melhores que outros. O que devemos criar é um sistema que faça filtrar, e seleccionar os melhores. Isto só se consegue se a organização dos árbitros fôr independente dos clubes, e todo o processo de nomeação, avaliação e transparência fôr um sistema profissional. Uma comissão de peritos, revê todos os jogos e avalia com critérios objectivos a actuação de cada árbitro, publicita o resultado desse trabalho e quais os efeitos desse desempenho (na mesma linha que o post do Rantas). Portanto o passo 2, é profissionalizar o sistema de arbitragem.
Por último, e mais importante é não ligar demasiada importância (mais que os próprios erros dos jogadores ou treinadores) às actuações dos árbitros. Quando na televisão temos comentadores especializados em arbitragem, na rádio, nos jornais, etc. Não querendo ser ingénuo, pois sei que há muitos pontos perdidos e ganhos que resultam de erros graves, penso que devemos investir mais tempo a ajudar nas soluções, do que a "chorar" que fomos roubados ou que os nossos rivais foram escandalosamente beneficiados. Repito, erros sempre haverá; no balanço final os três grandes safam-se bem. O passo 3 é, portanto um desafio: não liguem mais aos árbitros do que o seu papel no jogo merece e apoiem as medidas que lhes permitam apitar com tranquilidade.
Etiquetas: arbitragem
1 Comments:
Subscrevo inteiramente.
Apenas um reparo: o "post do Rantas" a que te referes é posterior a este... resultados de posts gravados demasiado tempo :D
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