terça-feira, fevereiro 28, 2006

Florentino Perez, ascensão e queda do Real Madrid


Florentino Perez, o mediático presidente do Real Madrid, o maior clube do mundo, demitiu-se ontem face aos maus resultados desta época. Eliminados da Copa do Rei pelo Zaragoza, na Liga a 10 pontos do líder Barcelona enquanto na Champions tem a difícil recuperação em Londres (desvantagem de 0-1), frente ao Arsenal. Assim neste ano a equipa “galáctica” ficará provavelmente sem qualquer título e o mesmo se passou o ano passado. Mas o agora ex-presidente ficará para sempre na história do clube com um palmarés com dois Campeonatos e uma Champions (além de 2 Supertaças de Espanha, uma Europeia e outra Intercontinental). Igualou o record histórico de Santiago Bernabéu, desde que assumiu a presidência em Julho de 2000. O grande trunfo na sua chegada ao Real é Figo (na altura ídolo do rival Barcelona) que dá início à aquisição dos melhores jogadores para formar a equipa Galáctica. A venda da Cidade Desportiva não só permitiu liquidar o enorme passivo que sufocava o clube, como lançou um futuro pleno de oportunidades na modernização das suas estruturas assim como constituir um plantel com os melhores futebolistas do mundo. Assim após 4 anos de seca, o Real conquista a Liga, fazendo regressar jogadores emblemáticos para funções administrativas como Valdano e Butragueño e nomeando Di Stefano presidente honorário. Nesse ano Figo é Bola de Ouro e Raúl o melhor marcador. Na época seguinte, ano Centenário, a contratação de Zidane faz com que o Real vença a Champions 2001-2 (a Nona) e na época seguinte contrata Ronaldo (o melhor avançado do mundo) e sagra-se campeão de Espanha em 2003. A decisão de contratar Carlos Queiroz e sobretudo David Beckham, um “modelo publicitário” que também marca livres e o despedimento de Del Bosque o treinador campeão e de Hierro o capitão, marca o inicio do declínio do Real. No ano seguinte, 2004 muitas críticas e Valdano sai e o Real ganha “apenas” a SuperCopa de Espanha. Eleições onde se critica o desequilíbrio do plantel (pouca gente para defender), mas Florentino ganha esmagadoramente. Temporada de 2004-05, a demissão de José António Camacho, e a sua substituição, alguns meses depois por Wanderlei Luxemburgo para treinador e Arrigo Sacchi para director de futebol. Nenhum título, e esta época a dispensa do ídolo Figo (incompatibilizado com Luxemburgo), e a contratação de Robinho, jovem estrela brasileira e Júlio Baptista. Em Dezembro sai o treinador, e agora Florentino sai.
A filosofia imposta por Florentino fez escola e pode-se resumir assim: apostar em grandes espectáculos, grandes vedetas e uma equipa Galáctica. Isto pressupõe orçamentos multi-milionários, de elevado risco e sujeitos também a perdas astronómicas. É um case-study para os gestores de grandes clubes de futebol que estão sempre entre dois extremos: o risco ou a segurança, a aposta

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2 Comments:

Blogger Alex said...

O que este caso prova é que são os resultados desportivos que contam. O Real Madrid é um portentado económico, faz muito dinheiro e não é por isso que o Presidente se demite. Este caso significa duas coisas : O dinheiro não faz as boas equipas (mas ajuda...) e são os resultados que determinam o sucesso.
Saudinha

quarta-feira, março 01, 2006 12:27:00 da tarde  
Blogger El Ranys said...

Acho que um dos grandes segredos do futebol passa pela formação de equipas coesas, em que trabalhem todos os jogadores, por igual, para o bem comum.Se todos sentirem, também, respeito pela camisola que envergam, melhor ainda.
O que acontece no Real Madrid é que se formou um plantel desequilibrado, em que há elementos que se julgam "maiores" do que os outros.
Mas um nome não joga, e o desempeho de cada jogador é avaliado pelos adeptos jogo a jogo. Espera-se de um craque que jogue cada jogo como se fosse o último. No Real Madrid, uns são mais que outros e a equipa entrou em ruptura.
O dinheiro não substitui o trabalho
competente.

quarta-feira, março 01, 2006 2:07:00 da tarde  

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