sábado, março 18, 2006

O dia seguinte

O Projecto de Soares Franco não passou. Os sócios não permitiram vender o Património não-desportivo. A decisão está tomada, agora interessa o dia seguinte. Apoiei a estratégia de Soares Franco pelo objectivo claro de criar condições para termos a equipa de futebol regularmente na Champions; para isso é necessário conservar os nossos melhores valores, e como temos encargos e compromissos a cumprir com os bancos financiadores, essa (a venda de património) seria uma solução, para além de diminuir passivo e reduzir os encargos da dívida (as receitas geradas por este património não chegava para o que temos que pagar). Naturalmente que continuo com muitas dúvidas. Tivemos receitas extraordinárias (venda de jogadores, boa campanha na UEFA, etc), a direcção não foi capaz de manter o número de sócios (e aumentá-lo), foi feito um esforço enorme de contenção de despesas e, mesmo assim foi necessário a venda de Quaresma e C. Ronaldo, por exemplo.
Para os que estavam contra esta solução, foi uma vitória na AG claramente com um sabor amargo. Os resultados mostram que a grande maioria apoiava esta solução, mas os estatutos (e bem) obrigavam a 2/3. Ficou a 2%, muito perto. As alternativas serão agora apresentadas, e os candidatos já perfilados, têm a obrigação de ter soluções que evitem a venda de jogadores, e a de cumprir os compromissos com os bancos, sem vender este património. Dias Ferreira, que se bateu sempre por uma auditoria, é alguém que está por dentro dos meandros do futebol, parece-me uma pessoa séria e esteve sempre numa posição não afastada das últimas direcções. Mistura uma certa agressividade com bom-senso e consigo vê-lo a assumir a presidência. Abrantes Mendes, um juiz desembargador, já foi presidente da mesa da Assembleia Geral, vem da área Por um Sporting Renovado, e tem uma atitude muito mais radical de cortar com o passado próximo. Prometeu apresentar apoios fortes e alternativas. Guilherme Lemos é menos conhecido, e, só seria eleito, na minha opinião, se várias circunstâncias muito improváveis coincidissem. Lamento, mais uma vez, que a opção negada pela AG não possa concorrer a eleições. Seria uma escolha entre as alternativas. A questão será: haverá algum candidato a defender esta opção? Todos nos lembramos de Miguel Ribeiro Teles. É o presidente desejado por vasta maioria de sócios, entre os quais me incluo. Se fôsse candidato, a defender este projecto (nas suas linhas fundamentais) e vencesse, haveria necessidade de outra AG. Que podia ter um resultado semelhante ao de ontem, o que criaria um impasse. Mas são ainda muitos ses, e agora interessa que as candidaturas apresentem os seus projectos (Soares Franco deverá demitir-se, quando, ainda está em aberto, não se deve re-candidatar) e vamos a eleições. Entretanto a equipa de futebol, superiormente dirigida por Paulo Bento viaja para Leiria para mais um jogo fundamental no ataque ao título de Campeão Nacional em ano Centenário. Toda a sorte do mundo! Saudações leoninas.