quarta-feira, julho 19, 2006

Liedson na Selecção? - Mais uma acha

Esta questão, abordada pelo Dever na posta anterior, é-me cara.

Já a levantei algumas vezes, "aqui atrasado" (conferir arquivos RdJ e RdM), numa altura em que teria sido ainda possível Liedson vestir a camisola das quinas no Mundial (e que jeito teria dado).
Defendo a naturalização de Liedson por uma razão simples: não há, nem se vislubram num futuro próximo, pontas de lança portugueses de qualidade. Pauleta já era, Nuno Gomes nunca foi ponta de lança. Hélder Postiga? - eu falei de qualidade! Talvez Hugo Almeida, agora que foi para a Alemanha, se torne um bom jogador, mas por enquanto revela ainda muitas insuficiências. Parece que, nos juvenis do Sporting, há um jovem de elevado potencial, de seu nome Rui Fonte (irmão de José Fonte). Mas ainda só tem 15 anos.
Assim, qual a solução para os próximos Europeu e Mundial? - Só vejo uma, Liedson.
O "levezinho" é um excelente jogador, explodiu em Portugal (antes era um anónimo) e já está cá há alguns anos. Na minha opinião, é mais fácil justificar a naturalização de Liedson agora do que foi a de Deco, antes. Para a posição onde Deco joga, no "miolo" do campo, tinhamos (à altura da sua primeira chamada à Selecção por Scolari) outras opções, genuinamente portuguesas. Talvez nenhuma com a qualidade do "mágico", mas não era tão gritante a ausência de alternativas como é agora, para encontrar um ponta de lança.
Em tempos (creio que no RdM), lancei um abaixo-assinado com o título "Liedson à selecção". Ninguém assinou e recebi vários comentários críticos. Saúdo o facto de se voltar agora (o próprio Liedson, o jornalista que lhe fez a pergunta) a levantar a questão. Eu, mais do que apoiar, defendo a solução. É pena não haver pontas de lança portugueses. É pena, sim, mas não deixa de ser menos verdade por isso.

13 Comments:

Blogger Redus Maximus said...

Dizer que o Liedson antes de ir para o Sporting era um anónimo peca por defeito. A frase devia ser: "O Liedson antes de ir para o Sporting era um anónimo para os que andam a dormir e não acompanham o futebol internacional". Antes de vir para o Sporting o Liedson já era uma referência no Brasil gerando um comentário do próprio Lula da Silva (assumido adepto do Corinthians) lamentado a sua saída.
Quanto à questão da naturalização parece-me indiscutível que Liedson tem qualidade para jogar na selecção. Se devia jogar ou não é uma questão que antes de mais ele devia colocar a si próprio. Ele sente-se Português ou brasileiro?
Ele quer servir a Selecção ou servir-se dela.
A resposta a essas perguntas ditariam a minha opinião.

quinta-feira, julho 20, 2006 12:59:00 da manhã  
Blogger El Ranys said...

Presumo, portanto, caro Redus, que já conhecias o Liedson de ginjeira antes de ele vir para o Sporting.
Desculpa lá a ignorância, mas eu de facto ouvi falar dele pela primeira vez quando ele veio para Lisboa. Devo ser desses, dos que "andam a dormir e não acompanham o futebol internacional"...
E o Deco, sente-se português ou brasileiro? E o Scolari?
Já agora, tu que não "andas a dormir", deves ter ouvido o Liedson a responder à questão, presumo. Que conclusões tiraste? Como se sente ele?

quinta-feira, julho 20, 2006 11:48:00 da manhã  
Blogger El Ranys said...

Só agora vi que o Dever respondeu a algumas questões suscitadas neste post através de um comentário colocado no post seguinte, do Rantas. Respondendo-lhe, só posso dizer, Dever, que é tudo uma questão de bom senso.
Choca-te Obikwelu a ganhar medalhas por Portugal?
Choca-te Deco a jogar com a camisola da selecção nacional?
Indignas-te por Scolari ser o nosso seleccionador e Murtosa o seu adjunto?
É tudo uma questão de bom senso.
Liedson está há três anos em Portugal. Tem contrato com o Sporting por mais 4 anos. Não temos jogadores para aquela posição. Liedson está disposto a representar a equipa portuguesa. Dás uma no cravo, outra na ferradura, pelo que não percebo exactamente a tua posição. No caso concreto de Liedson, acho que se justifica a "nacionalização". No CASO CONCRETO. E só vou falar de CASOS CONCRETOS.

quinta-feira, julho 20, 2006 12:19:00 da tarde  
Blogger Dever Devamos said...

Tu chamas-lhe bom senso eu chamo-lhe equilibrio. O teu bom senso ainda permite (pelo menos) mais um jogador "aportuguesado" na selecção. O meu equilibrio não permite mais.

quinta-feira, julho 20, 2006 2:17:00 da tarde  
Blogger El Ranys said...

OK, agora percebi claramente que és contra (aliás, admito que, numa leitura mais atenta ao teu post, já devia ter percebido).
Não estamos, assim, de acordo no caso concreto do Liedson.
Concordo contigo que a selecção nacional deve ser idealmente composta exclusivamente por jogadores portugueses - que não "aportuguesados". Salvo em claríssimos casos excepcionais, em que haja total auseência de opções para uma determinada posição. Num futuro próximo, dá-se esse caso relativamente ao ponta de lança. Justifica-se a excepção. Liedson, na minha opinião, faz mais falta à selecção do que Deco. Mas Deco já lá está e não deve saír. Chame-se Liedson e ponham-se os olhos em Hugo Almeida e o tal puto dos juvenis do Sporting, Rui Fonte, que dizem ser bom. Idealmente, estes dois garantirão o futuro da selcção PORTUGUESA. Mas pensemos no presente. Quem convocarias para ponta de lança titular?

quinta-feira, julho 20, 2006 2:36:00 da tarde  
Blogger Dever Devamos said...

Para além da Nuna, há o João Almeida e o João Tomás.

Mas a questão não é ter, ou não ter, ponta de lança. A questão é ter de nos cingir ao que há. Por isso é a selecção nacional e não o sporting. Porque aqui não se fazem contratações. Cada país joga com o que tem.

Pontualmente não me oponho à utilização de estrangeiros ao serviço da selecção nacional. Mas, repito mais uma vez, com equilibrio. Que para mim já foi alcançado.

quinta-feira, julho 20, 2006 3:30:00 da tarde  
Blogger Dever Devamos said...

Só mais um pormenor: vamos ter fumo sem fogo? Ou está tudo a ser cuidadosamente preparado como foi com o Deco?

quinta-feira, julho 20, 2006 3:33:00 da tarde  
Blogger Rantas said...

Eu apoio 100% a naturalização de Liedson. Mas estou convencido que ele não está para aí virado :-(

quinta-feira, julho 20, 2006 4:20:00 da tarde  
Blogger El Ranys said...

Bom, a Nuna não é, nunca foi, ponta de lança. É um jogador para jogar em 4-4-2, ao lado ou atrás do ponta de lança.
O Hugo Almeida talvez, se algum dia passar de jovem promessa a jogador de qualidade. Por enquanto, ainda não o é.
O João Tomás? - Meu caro Dever, não sei se alguma vez o viste a jogar ao vivo. Eu já, durante alguns anos, na Académica. E, da imagem com que fiquei, posso-te dizer que o João Tomás é um rapaz esforçado, que quando está em grande momento de forma marca uns golos, mas que não tem classe para jogar numa selecção como a nossa. Concedo que também não desce ao ponto de o poder considerar um mau jogador, como o Postiga, mas não passa dum jogador mediano.
Esta é a minha opinião.
Liedson traria um inegável acréscimo de qualidade e poder concretizador (a coisa que nos faz mais falta, como se viu no mundial) à selecção. Não temos nenhum jogador português que, em termos de qualidade naquelas funções, se lhe aproxime.

"Cada país joga com o que tem", dizes tu...
se assim fosse, de facto, diria que a razão estava toda do teu lado. Mas vês jogadores naturalizados em todas as selecções, europeias e não só (creio que a Itália será a excepção).

"1 é bom, 2 é demais", parece ser o teu princípio irredutível. Mas porque não "2 é bom, 3 é demais" (aliás, é esse o provérbio popular)?
Qual a real medida do tal "equílibirio" de que falas? Qual a lógica?

Quanto ao fumo e ao fogo, espero que a coisa arda rapidamente em labaredas. Liedson à selecção, já.

quinta-feira, julho 20, 2006 4:33:00 da tarde  
Blogger Dever Devamos said...

Pois a galinha da vizinha. O que querem que diga?

Já agora, a Itália também não é excepção. Acho que o Camoranesi (?) é Argentino.

A minha real medida era não precisarmos de nenhum jogador estrangeiro. Não fui contra a utilização do Deco, mas também não fui a favor.

Não tenho nenhum critério cientifico para dizer qual é o número correcto. Porventura concebes uma selecção com 11 brasileiros? Suponho que não. Diria então que também tu tens um ponto de equilibrio.

quinta-feira, julho 20, 2006 4:53:00 da tarde  
Blogger Alex said...

Liedson é um jogador extraordinário, como diria o Manolo um Pelé.
Não temos grandes pontas de lança, é verdade.
Outra grande verdade é que a selecção de Portugal deve ser constituída por portugueses. Deco foi um mau precedente, se Liedson também vem passa a ser uma selecção luso-brasileira. (é para mim evidente que a equipa técnica não é chamada para estas contas).
Sou contra a naturalização de atletas para representarem outros países. (podem haver excepções, se um jogador filho de estrangeiros mas que nasceu, ou que fez toda a sua vida cá, pode considerar-se português).
Assim, sou contra a naturalização de jogadores estrangeiros com o único objectivo de representarem a selecção. Este é o meu ponto de equilibrio.
Saúdinha

quinta-feira, julho 20, 2006 5:25:00 da tarde  
Blogger Dever Devamos said...

Concordo. Sobretudo, o problema que se criou com o precedente. a verdade é que a porta foi aberta para que entrem tantos estranegeiros quantos se queiram.

quinta-feira, julho 20, 2006 5:28:00 da tarde  
Blogger El Ranys said...

Por uma lado, sou levado a fazer coro com a opinião de que 1 naturalizado já é demais. Corra-se, então, com o Deco?

Por outro lado, pragmaticamente, atendendo ao caso concreto, e tendo em consideração que o Deco já lá está, direi que o meu equilíbrio é "2 é bom, 3 é demais".

Garanto-vos, Dever, Alex, que se Portugal for campeão da Europa e/ou do Mundo com Deco, Liedson e o resto tudo portugueses, acho que atingimos uma posição perfeitamente equilibrada. Entretanto, a selecção deve trabalhar em conjunto com os clubes para a formação de jogadores portugueses que joguem nas posições em que somos mais carentes.

quinta-feira, julho 20, 2006 5:47:00 da tarde  

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