sábado, dezembro 02, 2006

Ingloriamente

Em cada jogo de futebol há sempre duas maneiras de ver o jogo: a da nossa equipa e a do adversário. Os sportinguistas dirão que foi uma derrota imerecida, os benfiquistas uma vitória gloriosa. Mais uma vez a equipa que mais confiança tinha na vitória (antes da partida) foi aquela que perdeu; será isto o sortilégio do derby?

O golo inicial marcou irremediavelmente o jogo. Ninguém aos 2’ justifica já estar à frente do marcador. A sorte do jogo sorriu aos encarnados. O Sporting sentiu o golo, mas arregaçou as mangas e foi à procura do empate. Jogando deliberadamente ao ataque, exerceu forte domínio encostando o Benfica na sua área. Mas raras foram as vezes que chegou com perigo à baliza contrária. Nani de cabeça, e, uma jogada de entendimento Romagnoli – Tello, causou sensação de empate.
Ao caudal de jogo ofensivo do Sporting, respondeu o Benfica com um “autocarro” à frente da sua área, defendendo bem, espreitando a possibilidade do contra-ataque, que no final da primeira parte, resultou no 0-2 e numa bola à barra de Miccoli. A exibição do Benfica foi, na 1ª parte, “saber e inteligência”, ou seja fazer render o golo madrugador, ocupar o espaço todo atrás e deixar correr o tempo; quando, na ressaca de ataques do Sporting, apanhava o Sporting em contra pé, com espaço, “matou” o jogo. Sem roubar mérito ao jogo do Benfica, convém dizer que a exigência desta atitude é bem diferente daquela que o Sporting teve (e não foi capaz) de ultrapassar; com isso o mérito da vitória perde fulgor, embora, naturalmente arrecade os 3 pontos, que é aquilo que conta.

A 1ª parte teve melhor futebol, e o Sporting como equipa, não tendo jogado mal, faltou-lhe o ataque: Liedson jogou parado (bem diferente do habitual) e Bueno (teoria da rotatividade…) é um trapalhão. Nani está a atravessar um mau período e atingiu ontem o seu ponto mais baixo. A maioria das bolas que lhe chegaram, foram “estragadas”; ora passes com força de menos, cruzamentos com força a mais, perdas de bola “por distracção”, enfim, espero que o Nani esteja de volta rapidamente. Gostei do meio-campo, Romagnoli (outra surpresa) fez muito jogo, tem criatividade, Moutinho foi simplesmente o melhor, logo seguido de Tello que, incrivelmente é actualmente o melhor lateral esquerdo a jogar em Portugal. Custódio insosso, a defesa quase sempre bem.

Na 2ª parte, P. Bento mexe: coloca Moutinho no vértice recuado, entram Martins e Yannick para os lugares de Custódio e Romagnoli. O Benfica “desistiu” pura e simplesmente de jogar: tudo atrás a aguardar o final de jogo. Ao Sporting restava lutar pelo golo que poderia dar ânimo à reviravolta. Mas este não apareceu, infelizmente. Alecsandro substituiu Bueno, e alteramos para 3 centrais, (Tello subiu para médio) a reagir à saída de Miccoli e passagem para 4-2-3-1 por Fernando Santos. Mas claramente, foi faltando, a força anímica, e nos últimos 10’ sentiu-se mesmo alguma revolta, natural, pelo resultado tão castigador para o Sporting. Os últimos minutos, com o resultado feito, foram usados pelo Benfica para tentar a humilhação que não conseguiram. Polga, e depois Nuno Gomes viram o vermelho nesta fase final.

Findo o jogo, e apesar da derrota, continuo a pensar que o Sporting tem melhor equipa para o Campeonato, e gostei de ouvir as declarações do treinador e presidente no final do jogo. Foi uma derrota, chateia sempre, reconheço que estamos numa fase má, mas não dou razão ao Miguel Sousa Tavares; acertou no resultado mas não pelas razões apontadas: “a qualidade de jogo, a qualidade do futebol”; aí não nos foram superiores. Estamos em 2º, e ainda falta muito Campeonato. Agora é reagir para garantir a UEFA.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Talvez seja bom agoiro.No ano que lhes demos 7-1 ficamos em quarto,talvez desta o final seja outro.

sábado, dezembro 02, 2006 3:43:00 da tarde  

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