segunda-feira, março 05, 2007

O momento do Sporting

Em primeiro lugar, quero dizer que, com o empate de ontem, fico com a convicção de que o Sporting se despediu das aspirações à conquista do campeonato. Mais difícil terá ficado, também, a luta pelo acesso directo à Champions. Mas, face ao espírito ontem demonstrado pela equipa dentro de campo, esta não é a hora (aliás, no Sporting, isso nunca pode acontecer) de desistir dos objectivos. Há ainda 10 jornadas por disputar e, em cada uma delas, em cada jogo, a equipa só pode entrar com um pensamento em campo: ganhar. Mais do que a massa de que são feitos os jogadores concretos esta é, será sempre, a massa de que é feito o Sporting. Ganhar. Sempre!
Jogar no Sporting, vestir a camisola listada de verde-e-branco, implica elevadas responsabilidades, expectativas e empenho.
Não interessa aos sportinguistas que vão estar, na próxima semana, no estádio de Alvalade para ver o jogo contra o Estrela da Amadora, se a bola não entrou na baliza do Leiria. Ou melhor, até interessa, mas mais importante do que isso, é fundamental ver os nossos jogadores, a nossa equipa, entrar em campo com uma única vontade e determinação: ganhar. Sempre!
Ricardo sabe, Polga também, Moutinho ou Liedson não deixam dúvidas. Jogar sempre no máximo, porque os adeptos, os sócios, o clube, merecem no mínimo essa aplicação.
Em Leiria, esse espírito esteve presente. Só uma equipa (reduzida, às tantas, a 10 elementos) quis ganhar. A outra foi a demonstração daquilo que o futebol não deve ser: uma hora e meia de engonhanço. Domingos, não há paciência.
Liedson foi bem expulso devido a um acto impulsivo. Tendo em conta a sua atitude dos últimos jogos - os tempos de prima donna da era Peseiro parecem ter ficado para trás - não deve ser crucificado. Aposto que, contra tudo o que seria recomendável (lembrem-se do jogo único de castigo à Nuna depois de entrada assassina sobre João Moutinho), o "levezinho" vai levar dois jogos de suspensão para não defrontar o Porto. Acredito também que Moutinho (4 amarelos) vai ver a cartolina contra o Estrela, para também não jogar no Dragão. Vamos ver...
Dizia eu, Liedson foi bem expulso - não obstante, o auxiliar que aconselhou o árbitro era cá uma rifa - mas ficou por assinalar penalti contra os leirienses. Caso contrário, se nada houve, como explicar o amarelo a Rossato?
O actual Sporting depende, em larga escala, de quatro jogadores-chave: Ricardo, Polga, Moutinho e Liedson. Se algum destes jogadores sair nos próximos 3 anos, a direcção vai-me ter à perna. A acrescentar a este "lote de ouro", o plantel tem algumas certezas: Abel, Caneira e Tonel. Um Tello inspirado será sempre um jogador útil.
Depois, há os jovens: Nani jogou bem em Leiria e o Sporting precisa urgentemente que supere a crise que atravessa. Pode vir a ser um grande, enorme jogador. Se a cabeça deixar.
Miguel Veloso deslumbrou no jogo com o Inter em casa. Depois, tem feito um percurso com demasiados altos e baixos. Tem necessariamente de estabilizar o seu futebol, porque o potencial está lá. Yannick é rapidíssimo. A falta de maturidade ainda não lhe permite ter o killer instinct no momento do último passe ou do remate, mas acho que vai lá. Pereirinha ainda é muito verdinho. Ontem, o jogo passou-lhe completamente ao lado. Mas já o vi fazer "coisas bonitas" (Artur Jorge, por onde andas tu?). Bem trabalhado, pode crescer e tornar-se jogador importante. Ronni tem de rodar fora do Sporting, para se perceber melhor o potencial. Não tem lugar, para já, na equipa principal do Sporting.
Dos "jovens" menos jovens, podemos começar pelo "herói de Alkmar", Miguel Garcia. É um jogador útil, que tanto pode alinhar a lateral direito como a central. Nunca será um craque, mas o banco fica-lhe bem, conquanto possa, de vez em quando, fazer o gosto ao pé. Jogador para ficar.
Carlos Martins é um eterno "caso". Enorme talento, cabeça fraquinha. Já lhe foram dadas todas as oportunidades de que podia necessitar para pôr, de uma vez por todas, o seu futebol ao serviço do Sporting. Mas parece que Carlos Martins prefere ter o Sporting ao serviço da sua atitude oscilante. Por mim, pode seguir a sua vida. Noutro clube. Custódio: quando está em forma, o "capitão" é um jogador que muito prezo. Mas as últimas exibições não têm sido felizes. Muito melhor a "fechar" do que a levar a bola, é jogador que o clube deve manter. João Alves: que é feito dele? Ainda pertence ao plantel? Que grande flop, ele que, no Braga, tanto prometia.
Do contigente estrangeiro recém-chegado, algumas notas, começando pela maior desilusão do plantel: Carlos Paredes foi contratado para ser titular de caras, complementando com a sua experiência a juventude da equipa. Mas, devido a uma enorme lentidão de movimentos, algumas lesões e falta de ritmo, não justificou ainda a sua contratação. Em Leiria esteve menos mal do que é habitual. Das duas, uma: ou ganha ritmo e agressividade e passa a referência do meio-campo, ou pode fazer as malinhas e acabar a carreira num clube lá da terra. Romagnolli é dono de imensa técnica, visão de jogo e vontade de levar (com objectividade) a equipa para a frente e para o golo. Gosto muito de o ver na condução de jogo, levando a bola no pé até à área contrária. No entanto - não sei se é de ainda não se ter adaptado ao futebol europeu ou outra coisa qualquer - falta-lhe ainda aquele "algo mais" que faça dele um jogador que entenda que o Sporting deve conservar. Alecsandro não teve ainda muitas oportunidades. Joga bem, tem técnica, mas parece algo "mole" na atitude. Não marca muitos golos e isso não pode admitir-se a um avançado do Sporting. Caso a acompanhar com mais atenção, mas algumas reservas quanto à sua real importância para o plantel. Bueno caíu nas boas graças do treinador e dos adeptos com os 4 golos marcados ao Nacional. É raçudo, defende, vem buscar a bola atrás, nunca desiste e por vezes excede-se na luta. É um jogador útil (faz-me lembrar, de certa forma, Iordanov), mas nunca será um grande jogador. Basta lembrar os golos feitos que insiste em desperdiçar. Tendo em conta o que o PSG lhe paga e o que vale a cláusula de opção, não estou seguro de que valha o preço. Se este baixar, é jogador a ponderar em termos de manutenção no platel. Farnerud teve uma lesão prolongada. Entrou bem contra o Aves, entrou muito mal contra a Académica. Para formar uma opinião minimamente justa, preciso de ver mais minutos de jogo do sueco que, apesar de loiro, não me parece, desde já, brilhante.
Temos ainda os guarda-redes suplentes Tiago e Rui Patrício. Com Ricardo, o primeiro nunca será titular. Se ganha muito (?), talvez seja substítuido com vantagem por outro guarda-redes da formação. Quanto a Rui Patrício, do que já vi, pode ser o futuro. Manter.
Quer isto dizer que já estou a pensar na equipa do próximo ano? Sim. Um sportinguista é feito de esperança renovada. Para o ano é que vai ser. Este ano, resta-nos ganhar todos os jogos que faltam para o campeonato, tentar ainda subir na tabela e não deixar fugir a Taça.
Na próxima época, precisamos prioritariamente de um "campeão" para o meio-campo, um titular inquestionável que jogue ao lado de Moutinho (e que a ele seja alternativa em caso de castigo ou lesão) na organização do ataque e a fechar quando é necessário. Precisamos também de parceiros para Liedson no ataque, que alternem com Yannick a titularidade (poderão Silvestre Varela, Carlos Saleiro e Fábio Coentrão constituir a resposta?).
Se Caneira não ficar, precisamos de um defesa esquerdo que seja titular de caras. Aquele mocinho do Belenenses, Rodrigo Alvim, parece-me boa hipótese (mesmo que Caneira fique). Estabeleçam já as prioridades e ataquem quem devem atacar. Paulo Bento, obviamente, terá uma palavra a dizer. Porque é com ele que conto, na próxima época.
Viva o Sporting.

1 Comments:

Blogger manolo said...

Ah ganga Sporting. Aos sportinguistas pede-se que sejam orgulhosos do seu clube e conservarem a esperança e o optimismo. Aqueles que o conseguem são uma mais-valia. Os outros que sublinham sempre o negativismo e o pessimismo pouco ou nada ajudam. Força Sporting, Paulo Bento e os produtos da cantera; são estes que nos fazem vibrar (mesmo com maus resultados, a falta de sorte não há-de durar sempre) e são a base da equipa nacional. O futuro é nosso, El Ranys. Também gosto do Rodrigo alvim, mas temos o Andre Marques...

segunda-feira, março 05, 2007 5:05:00 da tarde  

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