Pragmatismo ressacado
O Sporting jogava na Amadora com a ressaca da desilusão da derrota da semana passada, no jogo da decisão tanto aguardada. Apesar de ainda ser possível, os sportinguistas só se podiam agarrar à fé e esperança. Mas o jogo de ontem era também importante para a batalha do 2º lugar, o acesso directo. E, a verdade é que fomos surpreendidos pelo Estrela na 1ª parte, que nos remeteu à nossa defesa, jogando no nosso meio campo e tendo quase sempre o domínio do jogo. O Sporting nunca se desuniu e mais uma vez não cedeu oportunidades de marcar ao adversário. Mas foi pouco. Uma certa tristeza no jogo, um esforço com pouca vontade, o querer foi muito mais forte do lado do Estrela que jogava a permanência, que tem merecido. Todos temos visto a carreira leonina nesta 2ª volta, fantástica nos seus resultados, mas com um tipo de futebol “cínico e eficaz”, que, como ontem, não é eficaz apenas se fica pelo cínico que é manifestamente de menos. A defesa, os seus centrais Tonel e Polga, também Custódio estiveram bem, mas daí para a frente nota negativa, no primeiro tempo. Nani mal na construção de ataques, João Alves a perder muitas bolas e Moutinho sem arriscar, obrigou a um futebol directo, pouco convincente que deixava os avançados Liedson e Koke muito sozinhos. O intervalo fez bem à equipa. Entrou Carlos Martins (por João Alves) que trouxe uma dinâmica nova, com mais ritmo e velocidade. Toda a 2ª parte foi mais bem jogada pelo Sporting que podia ter chegado ao golo, num remate acrobático de Liedson na melhor jogada de envolvimento leonino. Deivid e Douala entraram muito bem no jogo (Paulo Bento mostra-se muito conservador nas substituições) e os últimos 15’ são de autêntico sufoco junto à baliza do Estrela. A questão que fica por saber é porque não começar o jogo decididamente à procura do golo? A resposta é simples; ou porque queria mas não foi capaz (devido ao bom inicio da equipa da Amadora), ou optou por controlar o jogo, fechando bem sem dar oportunidades e aproveitar os erros adversários para marcar. Inclino-me mais para a 2ª alternativa, pois é assim que temos jogado, o tal futebol pragmático, que tem dado resultados (veja-se, por exemplo o caso da Grécia, campeã da Europa, e mesmo o FC Porto de Mourinho na final da Champions contra o Mónaco, levou este futebol pragmático ao seu expoente máximo, 3-0), mas, que obviamente só os resultados entusiasmam. Contra o Estrela da Amadora, a reacção (conseguida) foi tardia e não suficiente, embora de aplaudir. Nesta série de vitórias, várias vezes em jogos semelhantes o golo e os consequentes 3 pontos apareceram, o que não foi o caso de ontem. Faltam 3 jogos, e falta garantir o 2º lugar. Sabemos o que nos aconteceu nos últimos 2 anos; não deixemos que essa frustração, de ficar de fora da Champions outra vez, nos assalte. Próximo jogo, Alvalade contra a Naval, também em luta desesperada pela fuga à “condenação à morte”. Absolutamente necessário vencer. Dependemos apenas de nós para o objectivo fundamental que é o apuramento directo para a fase de grupos da Champions League.
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