Da arbitragem
Não costumo falar das arbitragens, não gosto de focar esse aspecto do jogo, revoltam-me as pessoas que apontam o dedo aos árbitros. Mesmo com o Apito Dourado, continuo a confiar na honestidade da maioria.
No entanto... não consigo resistir a colocar aqui a minha perplexidade pelo que por aí se tem passado. Não vou falar dos 2 penalties por marcar na Amadora, nem dos foras-de-jogo. O Sporting ganhou esse jogo, marcou 2 golos em jogo, 2 aparentemente fora-de-jogo e ainda deu para um penalty se reverter contra o jogador que foi atropelado na área. E isso tudo antes do intervalo!
O que me deixa espantado ainda é o tema do passe-corte de Polga que Stojkovic agarrou. Mas também não me vou enredar na discussão gramatical do texto, se o "deliberadamente" é com o pé ou é com intenção, como já li por aí em alguns blogs, ou se os passes constituem falta e os cortes não. Esses temas deveriam ser claros, objectivos e cristalinos, logo, sem necessidade de discussão. Quando surgisse alguma dúvida, os especialistas deveriam analisar, debater e depois explicar e divulgar.
Em Portugal, é tudo ao contrário. O árbitro que tomou aquela decisão (e repito que não quero discutir aqui o mérito da decisão) veio a terreiro defender-se - o que acho louvável - afirmando que "a lei é clara e objectiva - passe com o pé é falta" (cito de fraca memória). Bom, se há algo que essa lei não é, é clara e objectiva. E tendo o árbitro em questão sido o melhor classificado da época passada, dá que pensar no grau de conhecimento que os árbitros têm das leis que aplicam.
Mas enfim, felizmente há outras estruturas no futebol português que podem esclarecer a questão, pois com tudo o que se escreveu na altura só deu para chegar a uma conclusão - é fundamental o esclarecimento, tanto até que na jornada seguinte, num lance decalcado daquele do Dragão, mas em que o beneficiado seria o Sporting, o árbitro não aplicou a lei da mesma forma.
Ora, como as leis se fizeram para que o jogo não fosse regido de forma arbitrária, seria importante um esclarecimento. E o esclarecimento veio: "um chuto com o pé para o guarda-redes pode ser falta". Cito com má memória, mas o "pode" assinalado a bold estava lá. Não era "deve", nem "tem", mas sim "pode". Umas vezes sim, outras não, deixa-se ao simpático critério do árbitro de ocasião. Pode ser que sim, mas também pode ser que não. Que belo serviço prestado à arbitragem!
Este fim-de-semana foi marcado por mais um episódio desta lamentável história. Parece que o chefe dos árbitros finalmente esclareceu que afinal não é "pode" e sim "tem". Tem de ser falta. Óptimo. Concorde-se ou não, fica pelo menos clarificada uma das regras do jogo. Mas atenção! Esclarecem-se os árbitros, mas não se esclarecem os outros participantes. Garantir que os participantes num jogo não conhecem as regras todas assegura espectáculos melhores, como se sabe. Esclarecer a interpretação de uma regra sem informar os clubes e os jogadores é de um ridículo atroz. Que belo serviço prestado ao futebol!
4 Comments:
Mesmo no jogo da Amadora, há um lance em que o defesa corta uma bola por alto, e o seu guarda-redes agarra-a com as mãos (passou em claro a todos os observadores). O próprio árbitro que quis esclarecer que "tudo" seria falta não a viu. A minha opinião é que a regra não surgiu para dificultar a vida aos guarda-redes mas para punir o anti-jogo (aliás onde esta regra está incluida, na lei anti-jogo). Será futebol, marcar um golo que pune o quê? Um corte do defesa? Que anti-jogo é que foi punido? As regras e sua aplicação servem para defender o futebol, ou não? E já agora, essas regras têm que ser claras e iguais para todos. Concordo inteiramente com o post Rantas.
Boa Posta!
Concordo com a posta e aqui com o manolo.
Boa Posta!
Concordo com a posta e aqui com o manolo.
Tretas se o lance se passasse na àrea dos dragões esta polèmica simplesmente não existia.
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