quinta-feira, novembro 27, 2008
Vergonha ao intervalo e brindes infantis
Perder com o Barcelona é um resultado esperado. Mas aparentar ser uma equipa de iniciados contra uma de seniores ou que serviram para um tranquilo treino dos catalães, já é qualquer coisa que não é natural. A primeira parte foi humilhante, para quem, como eu, esperava pelo menos, dar luta, dificultar, fazer o jogo pelo jogo, até porque a qualificação já estava garantida. Nada disso aconteceu. Com toda a facilidade o Barça chegou aos 0-2 aos 17’ e a partir daí a derrota sem honra estava definida e assumida por toda a equipa.
O problema via-se da forma como o Sporting se posicionava, em nítido contraste o conjunto do Barcelona: jogadores distantes uns dos outros, pouco interessados em se “mostrarem” para receberem passes, acomodados e apáticos viam os jogadores adversários a trocarem a bola como queriam, sem dificuldade, com o jogador de posse de bola sempre com várias alternativas de passe, de modo simples e eficaz.
A equipa teve medo? De quê? Joguem apoiado, passe para o mais fácil, perto uns dos outros, que as oportunidades surgirão! Este primeiro tempo mostrou à evidência que ainda nos falta muitíssimo para podermos competir com os melhores. Temos muito a melhorar. Será com Paulo Bento?
Na 2ª parte melhoramos o nível de jogo (o resultado estava feito) mas caprichámos nas ofertas; logo a abrir aquele “brinde” da marcação do livre com tudo a dormir a fazer o 0-3 bizarro. Mas mais viriam. O melhor período dos leões chegou, com a equipa a perder as tremideiras e a soltar-se mais. Liedson e Derlei (Yannick foi surpresa no ataque titular, depois foi para médio-ala quando Romagnoli saiu, ao intervalo) ganharam algum espaço, Pereirinha e Moutinho (lutou imenso) conseguiam ter bola, Veloso melhorou da apagada (e parada) exibição da 1ª parte; a zona central da defesa teve dificuldades (obvias) com Carriço cada vez mais a impor-se, mas foi Caneira quem viria a ser o “pior em campo”.
Os dois golos de rajada (livre impecável de Veloso, mais aproveitamento fulminante do levezinho) a reduzir para 2-3, trouxeram-nos momentos de euforia. Duraria pouco pois Caneira, de forma bizarra, marcaria na própria baliza. Logo depois um penalty forçado, faria o 2-5 final e a expulsão de Patrício.
Perdemos sem glória, e a motivação da equipa está em baixa acentuada. Será que esta equipa já atingiu o pico e está em curva descendente? Cada vez mais parece ser o caso. E, se assim for, teremos que mudar no final desta época. Mantendo, espero eu, a aposta na formação, em que somos dos melhores e que deve ser um motivo de orgulho dos sportinguistas. Ontem estavam 7 jogadores na equipa inicial (Patrício, Caneira, Carriço, Veloso, Moutinho, Pereirinha e Yannick, mais alguns no banco).
Destaque especial para dois grandes jogadores de nível mundial: Xavi que conduz o jogo, marca o ritmo e descobre “buracos de agulha” e, claro, Messi verdadeiramente um fora-de-série. Ver este jogador ao vivo ficará sempre na recordação de todos.Segue-se a Liga, recebemos o Guimarães após vitória fora muito suada e sofrida contra a Naval. Aos soluços continuamos a manter-nos perto dos lugares cimeiros mas o risco de descolarmos é grande. Esperança verde, pois continuamos (ainda) a ter muito para ganhar.
O problema via-se da forma como o Sporting se posicionava, em nítido contraste o conjunto do Barcelona: jogadores distantes uns dos outros, pouco interessados em se “mostrarem” para receberem passes, acomodados e apáticos viam os jogadores adversários a trocarem a bola como queriam, sem dificuldade, com o jogador de posse de bola sempre com várias alternativas de passe, de modo simples e eficaz.
A equipa teve medo? De quê? Joguem apoiado, passe para o mais fácil, perto uns dos outros, que as oportunidades surgirão! Este primeiro tempo mostrou à evidência que ainda nos falta muitíssimo para podermos competir com os melhores. Temos muito a melhorar. Será com Paulo Bento?
Na 2ª parte melhoramos o nível de jogo (o resultado estava feito) mas caprichámos nas ofertas; logo a abrir aquele “brinde” da marcação do livre com tudo a dormir a fazer o 0-3 bizarro. Mas mais viriam. O melhor período dos leões chegou, com a equipa a perder as tremideiras e a soltar-se mais. Liedson e Derlei (Yannick foi surpresa no ataque titular, depois foi para médio-ala quando Romagnoli saiu, ao intervalo) ganharam algum espaço, Pereirinha e Moutinho (lutou imenso) conseguiam ter bola, Veloso melhorou da apagada (e parada) exibição da 1ª parte; a zona central da defesa teve dificuldades (obvias) com Carriço cada vez mais a impor-se, mas foi Caneira quem viria a ser o “pior em campo”.
Os dois golos de rajada (livre impecável de Veloso, mais aproveitamento fulminante do levezinho) a reduzir para 2-3, trouxeram-nos momentos de euforia. Duraria pouco pois Caneira, de forma bizarra, marcaria na própria baliza. Logo depois um penalty forçado, faria o 2-5 final e a expulsão de Patrício.
Perdemos sem glória, e a motivação da equipa está em baixa acentuada. Será que esta equipa já atingiu o pico e está em curva descendente? Cada vez mais parece ser o caso. E, se assim for, teremos que mudar no final desta época. Mantendo, espero eu, a aposta na formação, em que somos dos melhores e que deve ser um motivo de orgulho dos sportinguistas. Ontem estavam 7 jogadores na equipa inicial (Patrício, Caneira, Carriço, Veloso, Moutinho, Pereirinha e Yannick, mais alguns no banco).
Destaque especial para dois grandes jogadores de nível mundial: Xavi que conduz o jogo, marca o ritmo e descobre “buracos de agulha” e, claro, Messi verdadeiramente um fora-de-série. Ver este jogador ao vivo ficará sempre na recordação de todos.Segue-se a Liga, recebemos o Guimarães após vitória fora muito suada e sofrida contra a Naval. Aos soluços continuamos a manter-nos perto dos lugares cimeiros mas o risco de descolarmos é grande. Esperança verde, pois continuamos (ainda) a ter muito para ganhar.
domingo, novembro 16, 2008
Reposição de filme clássico de Alvalade
Revolta com o resultado, que o jogo do Sporting não mereceu. Parabéns ao Leixões que ganhou bem e é líder com todo o mérito. Teve a felicidade de a eficácia goleadora de Liedson e Postiga estar ontem reduzida a zero. O 0-1 de Alvalade é um filme visto e revisto e que mostra as fragilidades de uma equipa que ainda não atingiu a confiança necessária.
Aos 18’ a grande oportunidade de transformar o jogo em fácil; Romagnoli na cara do guarda-redes desperdiça o primeiro. E foi durante a maioria da 1ª parte que jogámos como devemos jogar sempre: bola colada à relva, empurrando o adversário e construindo lances de ataque suficientes para finalização; mas na zona da verdade, ou os cruzamentos batiam nas pernas dos defesas (Ai, Abel, chega a ser exasperante) ou o remate não saía bem. O ataque falhou.
Se jogarmos todos os jogos assim, mas com ataque “regular”, ganhamos quase sempre.
Não digo que ontem o Sporting fez um grande jogo, mas fez melhor do que a maioria dos jogos desta época. E acho justo dizer-se que esta sorte malvada (sempre presente, em cada jogo), foge-nos tantas vezes. E o filme do jogo é já um clássico de Alvalade.
A lesão de Rochemback, (que começa a ser uma importante “âncora” no meio campo leonino) seguida da de Pedro Silva obrigou a alterações, que intranquilizaram a equipa. Veloso foi para trinco e não esteve particularmente bem. Izmailov também não durante todo o jogo. Moutinho cumpriu sem brilhar e foi Romagnoli que mais produziu, mas foi sempre decaindo, física e emocionalmente. O grande destaque vai para mais um produto da cantera da Academia, o defesa Carriço, que esteve muito bem.
Podia ter sido uma noite feliz, com boa casa a apoiar fortemente a equipa, e esta a corresponder (excepto, vocês sabem, os golos), mas ao contrário, acabou da pior maneira possível: derrota e a tal revolta com o resultado. Mas não merecem ser vaiados, nem os jogadores nem o treinador nem o presidente (pazes com C. Queiroz, felizmente); ao contrário, merecem ser apoiados, especialmente agora com este ambiente frenético em que “A Bola” se assumiu o porta-voz dos desejos vermelhos e não esconde a ansiedade e facciosismo lampiónico. “Mete nojo!”.
Continua a haver muito para ganhar, mas perder pontos a este ritmo…
Recordaram ontem, nos ecráns do estádio, a eliminatória dos Campeões contra o Barcelona em 1986. Vi esse jogo, (estivemos com a passagem assegurada, mas um pontapé do “meio da rua”, perto do final fez o 2-1 que nos eliminou), e não me lembrava de tantos remates e ocasiões de golo feito! Fizemos um grande jogo, e seria fantástico repetir.
Aos 18’ a grande oportunidade de transformar o jogo em fácil; Romagnoli na cara do guarda-redes desperdiça o primeiro. E foi durante a maioria da 1ª parte que jogámos como devemos jogar sempre: bola colada à relva, empurrando o adversário e construindo lances de ataque suficientes para finalização; mas na zona da verdade, ou os cruzamentos batiam nas pernas dos defesas (Ai, Abel, chega a ser exasperante) ou o remate não saía bem. O ataque falhou.
Se jogarmos todos os jogos assim, mas com ataque “regular”, ganhamos quase sempre.
Não digo que ontem o Sporting fez um grande jogo, mas fez melhor do que a maioria dos jogos desta época. E acho justo dizer-se que esta sorte malvada (sempre presente, em cada jogo), foge-nos tantas vezes. E o filme do jogo é já um clássico de Alvalade.
A lesão de Rochemback, (que começa a ser uma importante “âncora” no meio campo leonino) seguida da de Pedro Silva obrigou a alterações, que intranquilizaram a equipa. Veloso foi para trinco e não esteve particularmente bem. Izmailov também não durante todo o jogo. Moutinho cumpriu sem brilhar e foi Romagnoli que mais produziu, mas foi sempre decaindo, física e emocionalmente. O grande destaque vai para mais um produto da cantera da Academia, o defesa Carriço, que esteve muito bem.
Podia ter sido uma noite feliz, com boa casa a apoiar fortemente a equipa, e esta a corresponder (excepto, vocês sabem, os golos), mas ao contrário, acabou da pior maneira possível: derrota e a tal revolta com o resultado. Mas não merecem ser vaiados, nem os jogadores nem o treinador nem o presidente (pazes com C. Queiroz, felizmente); ao contrário, merecem ser apoiados, especialmente agora com este ambiente frenético em que “A Bola” se assumiu o porta-voz dos desejos vermelhos e não esconde a ansiedade e facciosismo lampiónico. “Mete nojo!”.
Continua a haver muito para ganhar, mas perder pontos a este ritmo…
Recordaram ontem, nos ecráns do estádio, a eliminatória dos Campeões contra o Barcelona em 1986. Vi esse jogo, (estivemos com a passagem assegurada, mas um pontapé do “meio da rua”, perto do final fez o 2-1 que nos eliminou), e não me lembrava de tantos remates e ocasiões de golo feito! Fizemos um grande jogo, e seria fantástico repetir.
segunda-feira, novembro 10, 2008
Ainda muito para ganhar
Finalmente, o Sporting jogou bom futebol. Ao intervalo perguntávamos: onde estava escondida esta equipa? Não me lembro de ver um domínio tão avassalador, uma superioridade tão evidente do Sporting relativamente ao Porto como nestes primeiros 45’. Faltaram mais golos. Não há razão para desânimos, antes pelo contrário. A equipa renasceu.
O meio-campo voltou a mandar no jogo, agora com Rochemback a ser o pivot defensivo e Izmailov, Moutinho e Romagnoli a impor um futebol atacante, de elevado ritmo e velocidade, coisa nunca vista esta época. Até agora, nos jogos anteriores, a preocupação era exclusivamente defender bem, à custa de não ter posse de bola, tornando os jogos enfadonhos para os adeptos.
Infelizmente o jogo não ficou resolvido no 1º tempo. Oportunidades suficientes houve, mas apenas Liedson, de modo incrível, cabeceou lá para dentro. Temos ganho a jogar mal, ontem fomos eliminados a jogar bem!
No 2º tempo o jogo foi mais repartido, equilibrado, com o Sporting, sem abdicar do ataque apoiado, a controlar mais o jogo, não permitindo ao Porto ocasiões de marcar. Seria num erro infantil que Hulk chegaria ao empate. Um canto a nosso favor, desconcentração, e uma cavalgada do brasileiro portista, que Rochemback foi impotente para travar, e Abel também não teve posicionamento. Pouco depois a expulsão determinante de Caneira, sem motivo aparente. Substituição “esquisita”, Veloso foi para central, e entrou Pedro Silva para lateral esquerdo.
Jogo sempre vivo, com emoção, um bom espectáculo. Moutinho de cabeça obrigou Helton à defesa da noite, e Abel e Yannick podiam ter chegado ao golo no prolongamento. Por fim, a eliminação nos penalties, aliás nos últimos 5 anos quando não vencemos a Taça, fomos sempre eliminados desta forma. Ingrato.
O meio-campo voltou a mandar no jogo, agora com Rochemback a ser o pivot defensivo e Izmailov, Moutinho e Romagnoli a impor um futebol atacante, de elevado ritmo e velocidade, coisa nunca vista esta época. Até agora, nos jogos anteriores, a preocupação era exclusivamente defender bem, à custa de não ter posse de bola, tornando os jogos enfadonhos para os adeptos.
Infelizmente o jogo não ficou resolvido no 1º tempo. Oportunidades suficientes houve, mas apenas Liedson, de modo incrível, cabeceou lá para dentro. Temos ganho a jogar mal, ontem fomos eliminados a jogar bem!
No 2º tempo o jogo foi mais repartido, equilibrado, com o Sporting, sem abdicar do ataque apoiado, a controlar mais o jogo, não permitindo ao Porto ocasiões de marcar. Seria num erro infantil que Hulk chegaria ao empate. Um canto a nosso favor, desconcentração, e uma cavalgada do brasileiro portista, que Rochemback foi impotente para travar, e Abel também não teve posicionamento. Pouco depois a expulsão determinante de Caneira, sem motivo aparente. Substituição “esquisita”, Veloso foi para central, e entrou Pedro Silva para lateral esquerdo.
Jogo sempre vivo, com emoção, um bom espectáculo. Moutinho de cabeça obrigou Helton à defesa da noite, e Abel e Yannick podiam ter chegado ao golo no prolongamento. Por fim, a eliminação nos penalties, aliás nos últimos 5 anos quando não vencemos a Taça, fomos sempre eliminados desta forma. Ingrato.
Romagnoli e Moutinho foram ontem enormes. O argentino a furar e a assistir, o capitão com raça leonina tanto a defender como a atacar. Também confirmei que Rochemback só rende a trinco. Espero que a partir de ontem, se abra uma nova página da carreira leonina esta época e o futebol do Sporting comece a encantar. Temos ainda muito para ganhar.
sexta-feira, novembro 07, 2008
Contra factos não há argumentos. Ou há?
Quando não se conseguem resultados tudo é mau. Mas há resultados que superam uma vil tristeza de jogo. Toda a primeira parte do decisivo jogo da Champions (para nós e para os ucranianos) foi, da nossa parte, um afastar a bola para longe, sem preocupação de construir, sem posse de bola, sem ataques apoiados, como um todo, como equipa. Isso não se viu.
Dou comigo a pensar que foi deliberado, isto é, o mister, acreditou que esta era a forma de ganhar, não deixando sequer haver jogo. Aliás, esta de luta defensiva, de desgaste do adversário, de batalha, tem sido utilizado por várias equipas, e com sucesso.
Dou comigo a pensar que foi deliberado, isto é, o mister, acreditou que esta era a forma de ganhar, não deixando sequer haver jogo. Aliás, esta de luta defensiva, de desgaste do adversário, de batalha, tem sido utilizado por várias equipas, e com sucesso.
Lembram-se do Boavista de J. Pacheco?
E no entanto, há momentos que temos a certeza de que o Sporting tem grandes jogadores. Um Liedson, um João Moutinho, um Polga são nas suas posições do melhor que se vê na Liga. E não há melhor método de transformar bons jogadores numa boa equipa do que através de vitórias. E isso, há que reconhecê-lo, P. Bento conseguiu: dois 1-0 (Rio Ave e Shaktar Donetsk) que motivam e fazem crescer a equipa.
Obrigado, público de Alvalade; foi bonito de ver, a partir de certa altura do início da 2ª parte, o apoio cantado, que levou a equipa a transformar-se e a ganhar o direito a estar já nos oitavos da Champions, marco histórico. Eu que costumo ser tão crítico, insisto: imaginem o que seria Alvalade cheio, sempre a puxar intensamente desde o 1º minuto.
Falemos do futebol; o meio-campo não tem a bola, não a procura ter, e sem ela, sobra um futebol directo e esforçado. O problema Rochemback continua (melhor a trinco, ainda assim), e Veloso esconde-se. Moutinho e Izmailov rendem mas quando o conjunto funciona mal… Do ataque Liedson continua a surpreender (parece impossível) e estou a gostar muito de Postiga (atenção ao excesso de egoísmo). A defesa bem, Caneira demonstra ser bom reforço, Grimi não se define, com todo o potencial que tem.
Derlei foi o “coelho da cartola” de Paulo Bento, com grande golo e magnifica assistência de Izmailov. E estamos na luta para o primeiro lugar no grupo. Domingo Taça contra o FC Porto que se salvou de “ir ao fundo” no último minuto do jogo em Kiev. Exactamente o contrário do Braga com excelente jogo em Milão.
Conhecem a história de “O rei vai nú!” ? Toda a confiança que transpira dos jornais, televisões e rádios, e da massa anónima encarnada, do futebol praticado pelo Benfica, numa equipa de grandes estrelas e jogo proporcional, baseia-se em quê? Nos jogos em Leixões, ou na equilibradíssima eliminatória com o Penafiel? Talvez nas vitórias a ferros, com predomínio total de jogo defensivo, pois queria, e não podia dominar, contra a Naval ou Guimarães?
Tiro o chapéu ao golo, de Suazo, pantera negra, mas sobretudo ao toque de génio, daqueles lances sublimes que raramente se veêm na assistência de Pablo Aimar, do primeiro contra os vimaranenses. Mas convenhamos que, o nível demonstrado pelo conjunto, a dinâmica do jogo colectivo não tem sido superior, nem nos jogos das vitórias, aos seus adversários. A excepção (a tal que confirma a regra), chamou-se Nápoles.
Esta derrota caseira contra o Galatasaray, (parece que com certa facilidade), após tanta fanfarronice, faz lembrar a velha história de crianças, e a sua moral.
Saiu a lista da classificação mundial de clubes da IFFHS. O Sporting está na primeira página, 22º lugar, o melhor classificado português. À frente, o nº 1, Barcelona. O FC Porto em 53º, o Braga 6 lugares a depois. O Sport Lisboa e Benfica, o glorioso, persegue numa luta titânica e está já a meio ponto do 95º lugar, o Singapore Armed Forces FC, histórico clube do sudoeste asiático. Estes os resultados estatísticos. Há argumentos contra estes factos?
E no entanto, há momentos que temos a certeza de que o Sporting tem grandes jogadores. Um Liedson, um João Moutinho, um Polga são nas suas posições do melhor que se vê na Liga. E não há melhor método de transformar bons jogadores numa boa equipa do que através de vitórias. E isso, há que reconhecê-lo, P. Bento conseguiu: dois 1-0 (Rio Ave e Shaktar Donetsk) que motivam e fazem crescer a equipa.
Obrigado, público de Alvalade; foi bonito de ver, a partir de certa altura do início da 2ª parte, o apoio cantado, que levou a equipa a transformar-se e a ganhar o direito a estar já nos oitavos da Champions, marco histórico. Eu que costumo ser tão crítico, insisto: imaginem o que seria Alvalade cheio, sempre a puxar intensamente desde o 1º minuto.
Falemos do futebol; o meio-campo não tem a bola, não a procura ter, e sem ela, sobra um futebol directo e esforçado. O problema Rochemback continua (melhor a trinco, ainda assim), e Veloso esconde-se. Moutinho e Izmailov rendem mas quando o conjunto funciona mal… Do ataque Liedson continua a surpreender (parece impossível) e estou a gostar muito de Postiga (atenção ao excesso de egoísmo). A defesa bem, Caneira demonstra ser bom reforço, Grimi não se define, com todo o potencial que tem.
Derlei foi o “coelho da cartola” de Paulo Bento, com grande golo e magnifica assistência de Izmailov. E estamos na luta para o primeiro lugar no grupo. Domingo Taça contra o FC Porto que se salvou de “ir ao fundo” no último minuto do jogo em Kiev. Exactamente o contrário do Braga com excelente jogo em Milão.
Conhecem a história de “O rei vai nú!” ? Toda a confiança que transpira dos jornais, televisões e rádios, e da massa anónima encarnada, do futebol praticado pelo Benfica, numa equipa de grandes estrelas e jogo proporcional, baseia-se em quê? Nos jogos em Leixões, ou na equilibradíssima eliminatória com o Penafiel? Talvez nas vitórias a ferros, com predomínio total de jogo defensivo, pois queria, e não podia dominar, contra a Naval ou Guimarães?
Tiro o chapéu ao golo, de Suazo, pantera negra, mas sobretudo ao toque de génio, daqueles lances sublimes que raramente se veêm na assistência de Pablo Aimar, do primeiro contra os vimaranenses. Mas convenhamos que, o nível demonstrado pelo conjunto, a dinâmica do jogo colectivo não tem sido superior, nem nos jogos das vitórias, aos seus adversários. A excepção (a tal que confirma a regra), chamou-se Nápoles.
Esta derrota caseira contra o Galatasaray, (parece que com certa facilidade), após tanta fanfarronice, faz lembrar a velha história de crianças, e a sua moral.
Saiu a lista da classificação mundial de clubes da IFFHS. O Sporting está na primeira página, 22º lugar, o melhor classificado português. À frente, o nº 1, Barcelona. O FC Porto em 53º, o Braga 6 lugares a depois. O Sport Lisboa e Benfica, o glorioso, persegue numa luta titânica e está já a meio ponto do 95º lugar, o Singapore Armed Forces FC, histórico clube do sudoeste asiático. Estes os resultados estatísticos. Há argumentos contra estes factos?
O BENFICA DE RUI COSTA
Cá estou eu para uma "posta de pescada".
Grande balde que levámos ontem! Fomos batidos e convencidos! Eles foram muito melhores.
Mas o que me encheu o peito foi a demonstração de apoio, carinho e confiança que o Estádio deu no fim do jogo ao nosso Benfica. É sinal de que este é o nosso Benfica!
Aliás se o Benfica de Rui Costa não fosse o nosso Benfica qual seria?
Já tenho dito que Rui Costa é Único. Foi o jogador que eu vi com mais suavidade, com mais elegância, com mais inteligência na forma como tocava a bola. Na minha opinião, ele, Figo e João Pinto foram os melhores da sua geração. Embora Figo tenha tido mais sucesso e títulos que RC, o Maestro não ficava abaixo em classe. E noutra dimensão RC é incomparavelmente maior que Figo. No coração, na alma, no seu amor pelo Benfica.
É bom recordar que Rui Costa entrou no Benfica com 8 anos, subiu aos seniores, jogou uma época emprestado ao Fafe, voltou ao Benfica e foi campeão. Depois, foi para a Fiorentina, prescindindo do Barcelona proporcionando melhor receita ao Benfica, foi um Deus na Fiorentina fazendo dupla temível com Batistuta e quando o clube faliu, e só aí, seguiu para o Milan. Deixou lá saudades como demonstram as extraordinárias reacções do público, dirigentes e jogadores no ano passado.
Quando finalmente pode, mais uma vez prescindindo de dinheiro, regressou ao seu clube de sempre. E este ano assumiu, com uma responsabilidade enorme, com um risco que lhe pode ser fatal a condução do futebol do Benfica. E teve uma situação fundamental em que muito podia estar em risco, que foi a escolha e a concretização de ir buscar o novo número dez. A carta que enviou a Pablo Aimar e a operação de resgate em Saragoça, onde o trouxe no avião foi sintomático de um novo Benfica, do Benfica de Rui Costa. E a seguir a Aimar, vieram "só" o Reyes e o Suazo! (ambos por empréstimo).
Assim, Rui Costa formou uma grande equipa, conjuntamente com uma grande equipa técnica e devolveu à nação benfiquista uma força, uma crença muito dificil de superar, e que estávamos todos ansiosos de a sentir...
Ao sair do Estádio ontem, e ao sentir que todos os Benfiquistas acreditam nesta equipa, fiquei com a certeza: é desta...
E escolho esta altura para dizer isto para não pensarem que é fruto de uma qualquer vitória sofrida. Não, profetizo esta confiança, depois de uma derrota em que foram evidentes as nossas fraquezas.
Este é o ano 1º da era Rui Costa.
Saúdinha. Escrevam.