domingo, setembro 27, 2009

Renascer no Dragão

Este ano a normal euforia dos benfiquistas da pré-época materializou-se numa equipa que joga bom futebol, marca golos e ganha. O clube da águia vive momentos que Jesus, compara aos tempos de Eusébio. Ao contrário o Sporting definha, arrancando vitórias a ferros e deixando de lado qualquer tipo de brilhantismo. A ansiedade instalou-se rapidamente, e a equipa leonina em vez de “jogar de olhos fechados” parece estar ainda no princípio, aflita e sem alegria, cada vez a acreditar menos em si própria.

Claro que queria que o Sporting estivesse a viver um momento igual aos encarnados. Mas, como dizia o outro, “Sporting só há este, não há mais nenhum”, logo, é preciso apoiar, ajudar, mesmo com tantos passes falhados e erros enervantes, não assobio os meus, não deixo de “puxar” por eles. Pena, é este hábito de Alvalade, dos adeptos serem “os primeiros a abandonar o barco”, quando tudo corre mal.

Sem ganhar qualquer jogo até há quatro jogos atrás, quando Liedson se estreou a marcar (à Académica), Paulo Bento vai com 4 vitórias seguidas, ou seja, do mal o menos, ganhar quando se joga mal, é apanágio dos campeões. Com a “vaca holandesa” (Twente) a permitir disputar a qualificação da Champions, da qual fomos despejados (com pouca glória, 2 empates, estando ao intervalo em Itália a vencer a eliminatória,), para a Liga Europa. Aqui correu bem, a pouco mais que miserável vitória em Heerenveen (fantástico hat-trick de estreia de Liedson) deu-nos o 1º lugar no gupo (os outros empataram) e algum descanso no apuramento.

Na Liga, mau inicio, empate no Nacional, equipa difícil, e derrota em casa, merecida, com o Braga. Em comum, e também com o jogo contra os italianos de Florença, o facto de, no primeiro ataque adversário, em todos estes jogos, sofrermos o 0-1. Esta sequência de factos, juntamente com as pobres prestações na maior parte do tempo (causa e efeito), baixara imenso, quase de forma irreversível a expectativa e esperança de Glória.
Na última jornada, atingiu o paroxismo, quando o Olhanense, marcou, de forma sensacional, 2 golos em Alvalade. Para mim foi algo cínico, pois assisti ao último Sporting-Olhanense (terá sido há mais de 30 anos?), em que o resultado foi 9-1 (?), com 4 golos de Yazalde; ora nesse distante dia quando entrei no Estádio já vencíamos 1-0. Desta vez também entrei sem ver o golo inaugural, mas foi do Olhanense! Mais uma vez, no 1º ataque adversário… golo.

Receei o 0-3, mas vi e senti a atitude da equipa, apesar do público, infeliz e aumentando as dificuldades (Ângulo assobiado, e indirectamente, Paulo Bento), mas houve reacção, mesmo sem jogar bom futebol, carregamos e desperdiçámos excelentes ocasiões para marcar (ai Postiga!!). Foi o capitão sem medo, Moutinho, que agarrou no jogo e fez uma senhora exibição, um grande jogo. No fim o desinspirado, (falta-lhe inteligência) Vukcevic marcou o golo da vitória, dando expressão correcta ao resultado.

O Porto, o eterno adversário, único que nos ultrapassou nas últimas épocas, tetra-campeão, é o próximo. E estamos lado a lado. Seria (será) caricato, ver que explicações darão, se o Sporting vencer no Dragão?

Temos bons jogadores, Moutinho, Liedson, Carriço e Veloso são certezas, os reforços vêm somar (Matias é uam espécie do 14 holandês, Cruyff); resta o treinador torná-los numa excelente equipa, em que o todo vale mais que a soma das partes.
Mas como diz o presidente, é mais importante ganhar. O resto virá. E para amanhã, temos tantas hipóteses como eles. E, suponho, menos medo de perder que eles (vêm de 2 derrotas). Será, à semelhança da época passada, em que a equipa renasceu no jogo da Taça, eliminados nos penalties pelo Porto, mas em que fizemos uma primeira parte brilhante, (aliás com continuidade, embora no jogo seguinte fomos derrotados pelo Leixões em casa, mas com um bom jogo), o jogo, a partir do qual, sentirei aquela confiança de vencer, por ser superior, aquilo que está agora o Benfica a viver?

domingo, setembro 13, 2009

Revisão da 4ª jornada

A jornada começou com uma boa vitória do Guimarães sobre a Naval (3-0). Os homens da Figueira foram muito tenrinhos para o bom futebol apresentado pelos vimaranenses. O Presidente Aprígio é um grande defensor das chicotadas psicológicas e despediu Ulisses Morais ao fim da 3ª jornada. Deve estar muito satisfeito, a esta hora... O substituto é Inácio, que foi campeão no Sporting. Que lhe corram bem as coisas!
Em Vila do Conde, meia surpresa - vitória por 2-0 do Rio Ave sobre o "europeu" Nacional. Parece que Carlos Brito está a preparar mais uma época sem aflições.
No Dragão, o FC Porto atropelou o Leixões com 4 golos na primeira parte, tirando o resto do dia para descansar. Uma nota sobre o caso do jogo, o penalty que Hulk converteu. Num primeiro relance pareceu-me que o jogador portista tinha tropeçado no próprio pé, mas com a repetição consegui ver que ele caiu por acção directa do defensor leixonense. Penalty sem sombra de dúvida, correctamente assinalado pelo árbitro.
No domingo a jornada retomou a uma hora matinal, com o Marítimo-Sp Braga. Os madeirenses adiantaram-se no marcador mas depois assistiu-se a uma cena conhecida nas equipas treinadas por Carvalhal, quando se vêem em vantagem - muito calculismo, pouca vontade de jogar. O Sp Braga conseguiu dar a volta e ainda viu por 2 ocasiões os ferros da baliza de Peçanha devolverem a bola com estrondo. Continua assim a sua carreira imaculada nesta liga, com 4 jogos e 12 pontos.
Em Olhão escreveu-se uma página gloriosa para o clube, no jogo do regresso ao velho estádio. Uma expulsão aos 10 minutos, outra expulsão aos 63, um penalty convertido pela Académica aos 27... nada disso impediu a vitória dos bravos comandados por Jorge Costa.
Em Setúbal, o vitória local foi novamente goleado, desta vez pelo recém-promovido Leiria, como o master kodro já tinha previsto há 1 mês atrás.
No Restelo, o Benfica voltou a golear. Uma primeira parte pobre de parte a parte, em que valeu uma iniciativa individual de Saviola, muito facilitado pelos pastelinhos de Belém. Na segunda parte o Belenenses esteve perto do empate mas a maior valia do Benfica impôs-se, com mais 3 golos. Nota para o caso do jogo, o 2º golo de Cardozo. Os comentadores da Sport TV queriam à viva força que fosse fora-de-jogo. De facto, o paraguaio estava adiantado relativamente à defesa azul, mas estava atrás da linha da bola. Golo válido, portanto.
Por fim, o Sporting recebeu o Paços. Jogo de paciência, com os de amarelo a defenderem o nulo com unhas e dentes durante toda a 1ª parte. Na 2ª parte o jogo abriu mais e o inevitável Liedson resolveu a contento. O Sporting ainda não apresenta um futebol tão vistoso como os seus rivais, mas uma vitória por um magro 1-0 vale tantos pontos quanto uma goleada das antigas, e isso é que importa reter.
A propósito de chicotadas psicológicas, onde estão os fervorosos adeptos sportinguistas que defenderam pressurosamente a substituição de Paulo Bento por Carlos Azenha?
Comparando com os resultados da época passada (em que, recorde-se, o FC Porto ficou 4 pontos à frente do Sporting, que por sua vez alcançou uma margem de 7 pontos sobre o Benfica):
O FC Porto apresenta um saldo positivo de 4 pontos (este ano venceu o Leixões e a Naval, jogos em que tinha sido derrotado no ano passado, tendo empatado em Paços de Ferreira, jogo que venceu há um ano).
O Sporting tem um saldo positivo de 2 pontos (vitória em Coimbra, quando o ano passado não foi além do empate).
O Benfica tem também um saldo positivo de 2 pontos ("perdeu" 2 com o Marítimo, "recuperou" 2 pontos tanto com o V. Setúbal como com o Belenenses).
É cedo para euforias, ainda falta muito Campeonato. É verdade que, como se esperava, o Benfica de Jesus está a jogar muito mais do que com Quique; é verdade também que, surpreendentemente, o FC Porto sem Licha e sem Lucho continua dominador. E também é verdade que o Sporting este ano começou a contar com a veia goleadora de Liedson mais cedo do que o habitual.
A próxima jornada reserva-nos um prato forte, o Sp Braga-FC Porto, onde se vão defrontar duas das equipas portuguesas que melhor futebol têm praticado. O Sporting e o Benfica irão defrontar os novos primodivisionários (Olhanense em Alvalade, Benfica em Leiria). Notas ainda para o derby madeirense e para o confronto entre os 2 grandes candidatos à descida, para já: Naval-V. Setúbal. A jornada seguinte tem um FC Porto-Sporting que se prevê quente...
Mas para já vem aí uma jornada europeia. Boa sorte para todos os clubes portugueses envolvidos!

segunda-feira, setembro 07, 2009

Sobre a Selecção nacional

A selecção não vai ao mundial.Até aí nada de novo.
Estivemos lá quatro vezes, duas das quais de forma exemplar (3º lugar em 66 e 4º lugar em 2006). As outras duas não foram de tão boa memória em 86 e em 2002 não passámos da fase de grupos.
Eu até costumo ser optimista (estão a ler um post de alguém que achava que o Benfica tinha uma hipótese contra o Celta de Vigo apesar de contar com jogadores da craveira do Calado ou do Rojas nas suas fileiras) mas desta vez há alguém cujos desígnios superiores e capacidades de explicação excepcionais suplantam o meu optimismo e me fazem pensar desde o primeiro minuto da qualificação de que não estaremos na África do Sul. Carlos Queiroz é tão inteligente e capaz que...bom...vai falhar a segunda qualificação para o Mundial apesar de ter o melhor jogador do mundo no seu plantel e alguns jogadores de grande classe (Deco, Pepe, Nani, Ricardo Carvalho).
Porque é que esta não qualificação é imperdoável:
1 - São exactamente os mesmos jogadores que chegaram aos quartos de final do Euro 2008.
2 - Portugal tem o central mais caro da história do futebol (Pepe) onde é que ele joga? A trinco
3 - Portugal tem o melhor extremo de futebol, o melhor jogador do mundo, onde é que ele joga? A avançado. Ou seja, nas posições onde Portugal não tem problemas Carlos Queiroz com o seu génio cria-os.
Nas posições onde Portugal tem opções com menos qualidade (trinco, avançado e defesa esquerdo) Carlos Queiroz colmata-as com adaptações que seriam excepcionais nas suas posições de origem.
4 - Carlos Queiroz transmite uma falta de confiança e uma ansiedade que, mesmo, para jogadores com egos manifestamente desenvolvidos se torna contagioso...
Podem-me dizer que Portugal jogou bem, que Portugal rematou, que merecia ganhar. Que foi azar...
É tudo verdade.
Mas azar tem-se num jogo. Vamos em sete e o fado continua o mesmo.
Com Scolari tínhamos um grande condutor de homens. Teríamos jogado na Dinamarca na retranca feito um remate e ganho por um a zero. Perde o futebol? Os Suecos não teriam visto uma equipa portuguesa de grande recorte técnico? Se calhar...
Mas estaríamos na Africa do Sul.O futebol é um jogo simples. Há uns que defendem para dar espaço aos artistas atacarem. Queiroz quer o futebol total...meu amigo isso só na PlayStation.