segunda-feira, abril 03, 2006

Liga Portuguesa, 29ª Jornada




Sp. Braga-Nacional 1-0
Naval-Paços Ferreira 1-0
V. Guimarães-Sporting 0-1
Belenenses-Benfica 1-2
E. Amadora-Académica 3-2
Penafiel-U. Leiria 1-1
Boavista-Marítimo 1-1
FC Porto-Gil Vicente 3-0
Rio Ave-V. Setúbal 1-0


Recordando o prognóstico avançado aqui em 16 de Janeiro, referente a esta jornada:

«29ª jornada: FC Porto-Gil Vicente, Belenenses-Benfica, V.Guimarães-Sporting. Nesta fase acredito que o V. Guimarães já tenha perdido a esperança de se manter na Liga. Belenenses há-de continuar presa fácil dos grandes, FC Porto a chamar um figo ao Gil- Ganham todos».

A realidade: Porto 66 (+5), Sporting 64 (+4), Benfica 59 (=) (ainda Sp. Braga com 54, Boavista com 47, Nacional com 44 e V. Setúbal com 42).

FC Porto
Vitória tranquila contra uma equipa aflita, que acabou por mostrar essa aflição da pior forma: duas expulsões que marcaram o desafio. É verdade que o FC Porto teve a sorte do jogo do seu lado – o primeiro golo aos 45’+4’ é um timing invejável – mas também é verdade que só acerta no totobola quem marca as cruzinhas todas, coisa que o Gil Vicente até tentou mas não pôde fazer.

Sporting
Décima vitória seguida. Esta foi toda do querer, da raça, da maturidade. O Sporting colocou em jogo uma atitude de “soldado alemão”, de profissionalismo puro e duro - impiedoso mesmo - em que cada um é uma peça de uma engrenagem que defende e ataca com um bloco. Só Deivid constituiu (mais uma vez) a excepção a essa postura, revelando alguns sinais de egoísmo em prejuízo da equipa.

Benfica
O Belenenses começou muito bem, a fazer lembrar os 4-1 do ano passado. O actor principal dessa memorável faena, Zé Pedro, até voltou a marcar, logo aos 9’. Mas desta vez as papoilas saltitantes deram a volta ao texto, sob a liderança de um jogador que apenas as constantes lesões têm impedido de se tornar um dos ex-libris desta Liga: o pequeno Rato Miccoli.

A Zona dos Aflitos
Cada semana há clubes que respiram fundo para na jornada seguinte mergulharem novamente para a zona perigosa. A Académica, por exemplo, voltou a estar em perigo, depois de na semana passada ter atingido a 11ª posição! Apesar do elevado risco em se fazer um prognóstico este ano, digo que estou convencido que a Naval já se safou. O V. Guimarães continua “lá em baixo”, mas demonstrou que tem equipa para almejar a manutenção.

CLASSIFICAÇÃO
1. FC Porto 66
2. Sporting 64
3. Benfica 59
4. Sp. Braga 54
5. Boavista 47
6. Nacional 44
7. V. Setúbal 42
8. U. Leiria 37
9. E. Amadora 36
10. Marítimo 35
11. Naval 34
12. Rio Ave 34
13. Belenenses 34
14. Académica 33
15. P. Ferreira 31
16. V. Guimarães 30
17. Gil Vicente 29
18. Penafiel 14


Antecipação da próxima jornada (16 de Janeiro):
«30ª jornada: Sporting-FC Porto, Benfica-Marítimo. O jogo do título? – Sporting e Benfica ganham, FC Porto perde».

O Jogo do Título
O FC Porto está muito forte. Desde a derrota na Luz, ganhou os restantes 5 jogos para a Liga (12-0 em golos) e eliminou o Sporting da Taça. Pratica um futebol de ataque emocionante e espectacular.
A Favor – Tem 2 pontos de avanço sobre o rival (chega-lhe o empate?), tem um ataque mortífero e uma defesa que se tem demonstrado (surpreendentemente?) sólida, apesar da táctica.
Contra – Talvez pela sua falta de apetência pelos jogos grandes”, o treinador sente a necessidade de demonstrar algo, e fá-lo apresentando um futebol atraente. Correndo riscos, portanto. Por vezes dá ideia de preferir o espectáculo ao resultado Ainda hoje, quando o FC Porto vencia por 1-0, tirou Pedro Emanuel para colocar Hugo Almeida... como ficou arrumada a equipa? 2-4-4? 2-5-3? Isso é uma táctica de matraquilhos, porra!


O Sporting está muito forte. Venceu os últimos 10 jogos para a Liga (19-2 em golos, com a particularidade desses 2 sofridos corresponderem ambos a penalties fortuitos). Pratica um futebol fulminante: pausado e lento quando lhe interessa, eficaz e letal quando se proporciona. Mais do que criar ocasiões de golo (e que bem que o faz!), não dá aos adversários grandes hipóteses de o fazerem.

A Favor – Recebe o rival apenas a 2 pontos de distância – ou seja, perfeitamente ao alcance. Tem uma equipa com todos os mecanismos bem oleados, que funciona pelo colectivo mas onde as individualidades brilham. Tem um treinador acima de tudo pragmático, que pretere o espectáculo ao resultado.
Contra – A estatística? A arbitragem? Sinceramente, não se me afiguram quaisquer pontos fracos no Sporting, neste momento. Cegueira de adepto? O tempo o dirá...

Jogo grande em Alvalade. Curiosamente, o último golo que cada uma das duas equipas sofreu foi infligido pela outra, quando se defrontaram para a Taça.

Uma nota acintosa a terminar: o grande rival do Sporting, conduzido e liderado garbosamente pelo Grande Chefe Rui Alves, atingiu hoje uma marca importante: encontra-se já a 20 pontos de distância.