quarta-feira, dezembro 06, 2006

Adeus, UEFA

Não é fácil compreender este jogo. Não me lembro de ver o Sporting com tanta falta de confiança, para iniciar o jogo com medo e sem determinação. Aos 16’, já perdíamos por 0-2, a jogar em casa, num jogo decisivo e, teoricamente, perfeitamente ao nosso alcance. Foi mau de mais e deixa-nos a todos preocupados e apreensivos. Aplicando, mais uma vez a “teoria da rotatividade” (que apesar de vantagens – todo o plantel é titular – rouba também automatismos que se ganham quando se mantém um onze estável), Paulo Bento apostou em Paredes a trinco, Yannick atrás dos avançados, e fez entrar Ronny para lateral esquerdo fazendo subir Tello para médio. Na frente de ataque Bueno fez, mais uma vez, companhia a Liedson.

A fragilidade da equipa foi tão evidente, com passes falhados (sobretudo Yannick), jogando longe uns dos outros, e uma ansiedade não disfarçada de meter a bola na frente, que era difícil de acreditar que marcaríamos um golo. Nesse aspecto, foi pior que o jogo contra o Benfica. Com o meio campo a avançar no terreno e Paredes demasiado recuado, os contra ataques do Spartak com muito espaço, foram sempre perigosos e resultavam em lances de finalização, ao contrário de nós. Ainda assim chegámos ao golo por Bueno, o que dava boas perspectivas para o 2º tempo. Garcia sofrera lesão infeliz, tendo sido substituído por Veloso (finalmente o regresso).

No 2º tempo exigia-se o assalto à baliza dos russos e, se é verdade que o jogo decorreu quase em exclusivo dentro do meio campo adversário, também se deve dizer que as oportunidades de empate foram demasiado escassas. As entradas de Nani e Alecssandro melhoraram um pouco, (saíram Paredes – um jogador que teima em passar completamente despercebido, e Bueno – só vontade não é suficiente) mas o ambiente desesperado e falta de lucidez manteve-se. A estocada final (1-3), castigo impiedoso fez recordar a amarga final da UEFA e a maldição de Moscovo.

O mais grave é o abismo que separa o Sporting de há 3 semanas (“está bem e recomenda-se”) com o actual, de duas derrotas seguidas e, mais grave, a ideia que transparece da própria equipa não acreditar que consegue fugir à fatalidade: os resultados, no futebol, ditam sempre as sentenças, mesmo quando o caminho é bem traçado e executado. Por isso Paulo Bento acabou o seu estado de graça. O porquê desta súbita quebra de forma? Não sei. Imaturidade, cansaço psicológico (demasiados pontos perdidos com sabor a “castigo desproporcionado”, reveja-se o Beira-Mar, Porto, os dois jogos do Bayern), o que causa maior dificuldade em reagir às adversidades. O remédio é só um: ganhar, ganhar e ganhar. Já em Setúbal, jogo que ganha uma importância transcendente. Foi o adeus à UEFA, sem brilho, mas ainda há muito para ganhar.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Mesmo na derrota temos que ter dignidade.Scp sempre.

quarta-feira, dezembro 06, 2006 8:14:00 da tarde  

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