sexta-feira, março 31, 2006

Patetices

Não gosto de comentar arbitragens nem nomeações de árbitros.
Mas há coisas que são uma verdadeira patetice da parte de quem nomeia os árbitros.
O árbitro Rui Costa e o Sporting processaram-se mutuamente. Nomear esse árbitro para o Sporting-Penafiel é um exercício perfeito de palermice.
Olegário Benquerença apitou no FC Porto-Sporting, sendo a sua arbitragem muito criticada pelos sportinguistas. É uma hipótese para o jogo que pode decidir o título?!
Estas nomeações podem ser reveladoras apenas de uma enorme idiotice, mas revelam tanta irresponsabilidade, imprudência e arrogância que devem ser investigadas no âmbito do Apito Dourado. Basta de palhaçadas! Trata-se de uma questão de bom-senso, ou de falta dele, e resume-se objectivamente num péssimo serviço à causa da credibilização da arbitragem.
À mulher de César não basta ser séria, tem de o parecer. Se formos por aí, Luís Guilherme até pode ser sério (?), mas com estes critérios de nomeação mais parece uma puta velha nojenta (desculpem o meu francês...).
Imagem e notícia roubadas indecentemente ao BnR B

quinta-feira, março 30, 2006

Jorge Coroado, o famoso árbitro da "azia", conversou ao longo de diversos dias com o jornalista Jorge Baptista.
Dessas conversas resultou este "O último cartão". Nas entrevistas promocionais, o antigo árbitro e o autor prometeram revelações sobre o obscuro mundo dos bastidores da arbitragem.
Porque as discussões que aqui mantemos devem ser esclarecidas e informadas, já comprei e comecei a ler o livro, que foi hoje lançado, e dele irei dando conta, aqui no RdJ.
Vamos ver se as promessas se cumprem. Para já, posso dizer que foi a muito custo que me separei dos 12,96 euros (IVA a 5% incluído) que me pediram por esta "obra" duvidosa.
Mas pronto, fico com a noção que ajudo a eonomia nacional. Com o meu contributo, Coroado poderá finalmente liquidar a dívida à farmácia do bairro, resultante de uma conta calada, acumulada ao longo de anos, em kompensan's.
E bem que este País precisa de boas contas.

quarta-feira, março 29, 2006

Benfica 0 - Barcelona 0

Assim de repente nao me ocorre dizer nada....

Chauvinismos à parte...

Vi o jogo com distanciamento. Não iria exultar se o Benfica ganhasse, mas também não vinha nenhum mal ao mundo se o Barça ganhasse. Assim como assim, o Barça, com um português (e quase tantos como o Benfica) já defende bem as cores de Portugal.
Não vou entrar em detalhes, deixo isso para os lampiões (se estiverem para isso). Mas irritou-me o chauvinismo dos comentadores do canal 1. O Benfica até foi prejudicado (um penalty e um fora de jogo), mas aqueles néscios conseguiram sempre defender que todo e qualquer lance era a favor do Benfica, mesmo quando as repetições demonstravam que isso era falso. Isto é serviço público?

Nostalgia

Ainda se lembram quando 0-0 em casa era um mau resultado, qualquer que fosse o adversário? Quando as pernas não tremiam se o sorteio ditava um qualquer Barcelona? Quando os clubes portugueses (maxime Benfica, depois Porto) eram o top das Taças europeias?
Dou comigo nostálgico, num dia em que o desportivamente correcto me diz devia estar a celebrar um empate a zero...
A racionalizar muito, ontem surpreendi-me a desejar que o tempo passasse, a ver se eles não marcavam, tal adepto apaixonado de equipa menor. Surpresa o Benfica passar a eliminatória com o Barcelona? Ao estado a que chegou o futebol português... Talvez a lei Bosman tenha muito a ver com isto (e sobre o assunto me debruçarei futuramente), mas não haverá outros responsáveis?
O jogo ele próprio teve duas partes distintas (passe o lugar comum): a primeira, onde N. Senhora da Luz teve grande intervenção, e a segunda onde o Benfica conseguiu equilibrar o jogo e foi espoliado pelo árbitro (a deferência pelos grandes é um mal de que nem só os árbitros portugueses padecem, e o Benfica europeu actual já se afastou desse estatuto). Moretto foi simultâneamente o melhor e o pior em campo (mais uma vulgaridade), pelo que a distinção tem que ir para Ricardo Rocha, que, qual Moisés, abriu passagem pelo enorme rio chamado Ronaldinho, secando-o quase completamente. Do conjunto das duas partes, acabaria por não ter surpreendido a vitória do Benfica, mesmo que com a (muita) sorte do jogo.
Mas eu vou estando velho, agarrado ao sempre maior clube do Mundo, não consigo exultar com um empate. Defeitos de quem se habituou ao melhor... E a evolução da «consciência de não temer ninguém» para «o bom seria não sofrer golos» ainda não a consegui fazer...
Por isso, como Benfiquista já entradote, não posso deixar de gritar aos ventos todos que o Benfica só não ganhou porque fomos roubados, em Camp Nou é que eles vão ver como elas lhe doem!!!

Leão viu lampiões

Já que os "revisores" encarnados ainda não apareceram aqui a dar conta do que sentiram ontem, deixo o meu olhar leonino sobre o Benfica - Barcelona.
O jogo de futebol é, como todos sabemos, dividido em duas partes. Ontem, essa divisão foi ainda mais notória. Creio que o Benfica entrou de peito feito, sem medo, mas o desequilíbrio de forças é de tal ordem que o mais impressionante foi a quantidade de golos falhados pelo Barcelona. Nessa primeira parte, há que destacar o nervosismo de Moretto, um bom espelho da bipolaridade lampiónica: cometendo 3 erros absurdos, por 3 vezes condenou o Benfica. Mas foi também ele, graças a várias belíssimas intervenções, o herói da partida. Paradoxal. Também Anderson me pareceu excessivamente nervoso e com actuação desgarrada, permitindo (com Luisão) grandes facilidades ao ataque do Barça.
Pela positiva, o destaque tem de ir, inteirinho, para Ricardo Rocha, que ontem fez marcação quase directa ao melhor jogador do mundo, Ronaldinho Gaúcho. Ricardo Rocha esteve, simplesmente, irrepreensível.
Nesta primeira parte do jogo, a deusa do Alex esteve, de facto, com o Benfica, que podia ter sofrido com naturalidade, caso os avançados "blaugrana" estivessem em noite de acerto, dois ou três golos.
Mas o Benfica veio das cabines diferente, mais personalizado, factor a que não será alheia a troca de Laurent Robert por Miccolli. O Benfica ganhou em agressividade, mobilidade e criação de espaços. Beto subiu de rendimento e creio mesmo que, ontem, foi um dos melhores jogadores em campo. Anderson, lá atrás, assentou a cabeça e o jogo. O Benfica começou a espreitar a oportunidade de golo, sem ser através de remates de fora da área. A improvisada defesa do Barça começou também a meter alguma água, com desacertos constantes na marcação. Jogou-se mais taco-a-taco, o Barça sempre a tentar criar ocasiões, também, com Moretto a brilhar. Foi uma boa segunda parte de futebol, mais dividida, um bom espectáculo com grande espírito dos jogadores encarnados. Depois, uma mão na área, evidente, que o árbitro não quis ver. Mas, convenhamos, uma vitória do Benfica seria felicidade demasiada. A deusa do Alex esteve com o Benfica, mas não é louca. Parabéns aos meus amigos lampiões, pela exibição personalizada da vossa equipa, e boa sorte para Barcelona, onde prevejo, já com Messi, Puyol e Xavi disponíveis, noite muito, muito complicada.

Vídeo

Liga Portuguesa, 28ª Jornada


Nacional-Rio Ave 1-1
Benfica-Sp. Braga 1-0
Marítimo-Belenenses 1-0
Gil Vicente-V. Guimarães 1-1
V. Setúbal-Naval 4-1
P. Ferreira-E. Amadora 2-1
Académica-FC Porto 0-1
Sporting-Penafiel 2-0
U. Leiria-Boavista 0-0
Recordando o prognóstico avançado aqui em 16 de Janeiro, referente a esta jornada:
«Académica precisa desesperadamente de pontos e surpreende Porto. Benfica é impotente em casa contra prof. Jesualdo.? Porto 58, Sporting 57, Benfica 56.»
A realidade: Porto 63 (+5), Sporting 61 (+4), Benfica 56 (=0) (ainda Sp. Braga com 51, Boavista com 46, Nacional com 44 e V. Setúbal com 42).
Os 3 grandes
FC Porto ganhou em Coimbra num jogo sem grandes atractivos. Equipa desinspirada que só resolveu o jogo aos 70’, num lance raro de dois suplentes em quem Adriaanse não tem apostado: Jorginho e Hugo Almeida, o ponta-de-lança do futuro.
Sporting derrotou o Penafiel num jogo com dois grandes atractivos: um golão de Nani e um golaço de João Alves. O resto foi um imenso bocejo.
O Benfica venceu o Braga num jogo em que, depois de marcar no 1º minuto, se limitou a um jogo de contenção. Pouco atractivo.

Em resumo, os jogos em que participaram os 4 primeiros classificados (nem vale a pena falar do 0-0 em que o 5º foi cúmplice) foram simplesmente repelentes. Não é com vinagre que se caçam moscas...

A Zona dos Aflitos
Surpreendentemente, a situação não se clarificou. Continua tudo enrolado “lá em baixo”.

Classificação Geral:

1. FC Porto 63
2. Sporting 61
3. Benfica 56
4. Sp. Braga 51
5. Boavista 46
6. Nacional 44
7. V. Setúbal 42
8. U. Leiria 36
9. Marítimo 34
10. Belenenses 34
11. Académica 33
12. E. Amadora 33
13. Naval 31
14. P. Ferreira 31
15. Rio Ave 31
16. V. Guimarães 30
17. Gil Vicente 29
18. Penafiel 13

Antecipação da próxima jornada (16 de Janeiro):
«29ª jornada: FC Porto-Gil Vicente, Belenenses-Benfica, V.Guimarães-Sporting. Nesta fase acredito que o V. Guimarães já tenha perdido a esperança de se manter na Liga. Belenenses há-de continuar presa fácil dos grandes, FC Porto a chamar um figo ao Gil- Ganham todos».
Dos prognósticos feitos nessa altura mantenho todos – mesmo apesar do Guimarães continuar na luta para a despromoção. Vamos a ver...
E na jornada seguinte, o jogo do ano (mais um...): O Sporting-FC Porto!

terça-feira, março 28, 2006

Passeio pela FBF


No Apre, um exercício interessante sobre a Liberdade de expressão na blogosfera.
No Tudo à estalada, uma conversa perfeitamente desinteressante e parvinha sobre o mesmo tema. Por pouco, os co-bloggers não acabavam todos à estalada uns com os outros.

Nos Cepos dos Anos 90, homenagens a dois grandes vultos do futebol indígena: Paulinho Santos e Steve Harkness.

No Estádio Vazio, mais uma rodada da Copa Libertadores 2006.

No Futebloguês, uma palhaçada com os palhaços do costume, sobre o diferendo construído entre Baía e Ricardo. Um LINK oportuno para as imagens do FC Porto-Sporting, na RTP1. O lance entre Pepe e Liedson fica algures na 1h13m do ficheiro.

No Futebol ao rubro continuam as análises às jornadas das principais ligas europeias.

O destaque desta semana é para a Malta da Tropa...; além de continuar a série sobre os Campeonatos do Mundo (desta vez foi Itália 1934), iniciou uma nova série sobre jogos inesquecíveis, começando com a final da Taça dos Campeões Europeus de 1960, o Real Madrid - Eintracht Frankfurt 7-3. Ainda tiveram tempo de prosseguir com uma análise do léxico utilizado por Jorge Jesus. Este treinador esteve em foco na blogosfera, além da Malta da Tropa, também lhe abriram um Processo Sumaríssimo.

Na Bancada Central, o calendário que falta ao FC Porto e ao Sporting.
Na Poente Coberta, um estudo sobre as assistências médias em Portugal e noutros países. Esclarecedor.

No Sector B32, uma antevisão do Benfica-Barcelona, uma acha para a fogueira sobre o episódio da bola arremessada por Baía a Ricardo e uma provocação de Peyroteo, que infelizmente não passou disso...

Para terminar com chave de ouro, o Mãos ao ar: O segundo álbum, sobre João Moutinho. Um post inesperado sobre Carlos Lisboa, Isaías e ... João Moutinho. E ainda um grito pungente de Bulhão Pato, no seguimento do golão de João Alves.

segunda-feira, março 27, 2006

BERNA. 1961


Nas cinco primeiras presenças europeias de equipas portuguesas, apenas o Sporting passara uma eliminatória, ao derrotar os modestos holandeses do Utrecht. Daí que qualquer eliminatória que o Benfica passasse nesta sua segunda presença na Taça dos Campeões Europeus já era um êxito.Ficou célebre, aliás, o episódio da assinatura do contrato de Bela Guttman com o Benfica, com o treinador a querer incluir um prémio ( de 200 contos) pela vitória na Taça dos Campeões e o dirigente, divertido, respondeu que podia lá colocar mais 100 ! E foi assim, que o “feiticeiro” recebeu 300 contos, dez vezes mais que o prémio atribuído aos jogadores...
O certo é que de eliminatória em eliminatória, o Benfica ia fazendo sensação. Começou por ganhar em Edimburgo, ao Hearts por 2-1. Na Luz, na noite em que foi inaugurada a primeira fase do terceiro anel , aumentando a lotação para 70 mil, o Benfica ganhou por 3-0.
Seguiu-se a famosa equipa húngara do Ujpest. Na 1ª mão numa tarde memorável, em meia hora o Benfica ganhava por 5-0 ! O jogo acabou com um tranquilo 6-2. Na segunda mão, em Budapeste derrota por 2-1.
Terceira eliminatória, a Europa já temia o Benfica. O fraco Aarhus defendeu com 9 homens à frente da sua baliza. Resultado final 3-1. Na Dinamarca, apesar do frio o Benfica despachou-os com 4-1. José Augusto esteve tão endiabrado que foi considerado pelo jornal L’Equipe como o melhor extremo-direito da Europa.
E o Benfica chegava às meias-finais. O adversário : Rapid de Viena. Na Luz houve mais uma vez casa cheia. Os preços dos bilhetes variaram entre os 15 escudos para a geral (atrás da baliza) e os 45 escudos para a bancada central, com os sócios a pagarem apenas 10 escudos. Foi mais uma grande noite europeia. Resultado final 3-0, feito na 1ª parte.A deslocação ao estádio do Prater não foi fácil. O Benfica inaugurou o marcador, já na 2ª parte e a agressividade passou a imperar, com os jogadores e público do Rapid de cabeça perdida. Ainda empataram, e perto do fim os austríacos reclamam um penalty que o árbitro não concede. O jogo acabou praticamente aí. De tal forma que o árbitro deu o jogo como terminado a 2 minutos do fim. E a comitiva do Benfica esteve depois largos minutos encerrada nas cabinas, enquanto a polícia se mostrava impotente para reprimir a violência dos austríacos...
E estávamos na final !

31 de Maio de 1961. Berna.
Final com o Barcelona, no já demolido Estádio Wankdorf, em Berna. O Benfica fez deslocar a equipa com uma semana de antecedência, estagiando numa pequena povoação suiça, Spiez, à beira de um lago.E foram em grande número os portugueses presentes, uns idos de Portugal, outros emigrantes. Em Portugal, a RTP fazia a sua estreia em transmissões da Eurovisão. Mas os portugueses, que naquela época viam televisão essencialmente em cafés, mal puderam seguir o desafio. As interrupções eram constantes (ficou célebre a frase “o programa segue dentro de momentos”) e, na segunda parte, a RTP acabou mesmo por desistir da transmissão. Os ouvidos ficaram então colados ao relato de Artur Agostinho na antiga Emissora Nacional.
O Barcelona era nitidamente favorito. Eliminara o Real Madrid e tinha uma linha avançada temível : Kubala, Kocsis, Czibor (três húngaros), um brasileiro, Evaristo e o espanhol Suarez. O Benfica não tinha Eusébio (estreava-se nessa altura, em Portugal), nem Simões ainda júnior. Mas tinha um excelente guarda-redes, Costa Pereira, que terá feito a exibição da sua vida, um central de classe europeia, Germano, um meio campista poderoso, Coluna, um extremo rapidíssimo, José Augusto, um fino interior, Santana, um grande cabeceador e grande goleador, Águas, e um grupo de jogadores, menos dotados tecnicamente mas com muita raça e ambição e uma óptima condição física, Mário João, Ângelo, Neto, Cruz e Cavém.
Aos 20 minutos, Kocsis fez o primeiro para o Barcelona, confirmando o favoritismo dos espanhóis. Mas num só minuto, entre os 30 e os 31, o Benfica virou o resultado. Águas e Ramallets na própria. O Benfica vencia ao intervalo. Talvez demasiado confiantes, os jogadores do Barcelona deram muita liberdade aos jogadores do Benfica, nomeadamente a Coluna e começava a surgir a surpresa. Aos 10 minutos desta 2ª parte, Coluna, com um potente remate faz o 3-1 ! O Barcelona, desesperado foi para a frente e o Benfica a defender. O Barcelona massacrou cada vez mais. Aos 30 minutos, Czibor reduziu para 2-3. Os minutos finais foram de sufoco total ! Costa Pereira e os postes defendiam tudo . Num dos lances, a bola bateu num poste, passou por cima da linha, bateu no outro poste (eram quadrados os postes, nessa altura) e ressaltou para as mãos de C. Pereira !...
Bem distribuído, esse azar dava para perder 10 jogos, lamentava-se o treinador Orizada.
O Benfica era, para surpresa do mundo, Campeão Europeu !
Texto baseado no Livro Oficial do 100º aniversário do Sport Lisboa e Benfica


E amanhã ? Vamos desfrutar, gozar a raridade de um jogo destes. Sem nada a perder, vamos apenas banquetearmo-nos com um opíparo espectáculo ! Temos alguma chance ? Em 61 não tínhamos nenhuma !...
Que a Deusa esteja connosco, como em 61. Que seja o melhor espectáculo de futebol jamais visto. É muito belo, um jogo destes. Sorte daqueles que o presenciarem ao vivo.
Lá estarei, no meu lugar, torcendo, lutando, gritando até que a voz me doa !
Saúdinha

Amor entre os Homens

Acabei de ver uma imagem à Mike Tyson...Wender discute a bola com Petit e Luisão, enrolam-se os três e no fim da queda Wender trinca o nadegueiro direito de Petit...
oh meus amigos, amor entre os homens parece-me bem, mas no natal, não? Pois, pois...o natal é quando um homem quer, mas, quer she dijer...oh shôr Wender tá bem que o Evander Holyfield é feio como ò caraças e o Petit também, mas dá para distinguir as partes...!!

Futebol espectáculo

Sou apologista (apugilista, como em tempos ouvi alguém repetidamente dizer) do futebol espectáculo. Gosto de ver os "grandes artistas" da bola em acção, com as suas fintas, passes telecomandados, remates indefensáveis, movimentações imparáveis. Aprecio o futebol em movimento, com os génios da "chincha" à solta no relvado. Prefiro os jogadores fantasiosos aos jogadores certinhos e disciplinados (sendo certo que ambos fazem falta a uma equipa ganhadora). A jogar bem também se ganha, diz-se. Sem hipocrisia, amanhã torço pela melhor equipa da actualidade. Força Barça.

Serviços mínimos...

Jogo muito pobre do Sporting, obrigado a ganhar para manter a perseguição, contra o lanterna vermelha, e já condenado. Por motivos de trânsito, só cheguei ao Estádio cerca dos 20 ‘ de jogo, e já não vi o golo de abertura do Nani, aos 14’ num remate de fora da área, num chapéu feliz. Paulo Bento foi obrigado a resolver a ausência de Custódio e fez jogar L. Loureiro. O meio campo leonino, tantas vezes, o sector decisivo que faz pender o jogo para nós, esteve muito abaixo das suas últimas prestações. E Loureiro teve grande influência nesse facto. Ritmo lento, muitas vezes a passo, pouco pressionante, sem ganhar bolas na luta da intermediária (de cabeça, um desastre) e a revelar incerteza no passe. Algumas boas aberturas para as pontas foram excepções de um jogador que cada vez que tem uma oportunidade, teima em desaproveitá-la de um modo, digamos, ostensivo.
Há certos jogos bocejantes e este foi um deles. Certas atenuantes não podem fazer descer as exigências, é certo, mas o andamento do marcador, (1-0 aos 14’ e 2-0 aos 35’) foi talvez o principal motivo desta inércia colectiva: a vitória não esteve em causa, e a equipa adormeceu. Tudo o que um bom jogo de futebol deve ter, este não o teve, à excepção dos golos.
De positivo (para além do resultado) tivemos a defesa: Tonel e Polga mostram uma autoridade e sobriedade que jogo a jogo se intensifica. Para a Liga temos já 6 jogos consecutivos sem sofrer qualquer golo (sendo os dois últimos de penalty! Setúbal e Benfica). Abel, lateral direito é jogador para se firmar na 1ª equipa durante anos; já se percebeu que a prioridade é garantir a sua contratação; “raçudo a defender, sobe bem criando desequilíbrios na asa direita, compensando o facto do Sporting não jogar com extremos. Do lado esquerdo, o mal-amado R. Tello, que parece ter menos ansiedade e cumpriu sem ser especialmente notado. No meio temos as nossas pérolas, Nani e Moutinho. Não estiveram particularmente bem (como toda a equipa), mas ambos sobressaíram sempre que houve lancess de ataque bem gizados (poucos); são bastante diferentes, Nani é mais “brinca na areia”, mas ganhando maturidade (que já denota) vai ser um caso sério. Moutinho é um médio do antigamente: não é trinco, não é play-maker, é simplesmente um médio que ataca e apoia bem, defende e marca bem, sempre com ritmo forte. É uma mais valia, que mesmo jogando abaixo das suas capacidades (o caso de ontem) representa a alma do jogo do Sporting. João Alves também demora a adaptar-se à equipa. Marcou uma excelente bomba, mas esteve pouco em jogo, acabando por ser substituído. Para quando a sua afirmação? No ataque Liedson teve poucas bolas, e perdeu uma oportunidade para se aproximar (e ultrapassar) da liderança dos goleadores. Também saiu queixoso. Douala, que fez alguns jogos espectaculares na época passada, parece algo desaproveitado. Tem uma característica rara: capacidade de aceleração que deixa todos para trás, nunca consegue o espaço necessário. Penso que deve aparecer mais encostado às pontas em desmarcação. Exibição cinzenta. Ainda jogaram, C. Martins, Koke e Sá Pinto. Vou destacar Koke que deu algumas boas indicações.
O Sporting venceu, com tranquilidade mas apenas com os serviços mínimos, a cumprir calendário. Tantas vezes que jogámos bem e o resultado foi perder pontos. Assim com este pragmatismo (“Cinismo e eficácia”, também já lhe chamaram) garantindo o resultado é bem melhor. A verdade é que a luta continua. Não apenas os dois pontos de atraso mas também a pressão da distância que se mantém do terceiro. Vamos aguentar firmes e hirtos na próxima jornada: crucial, decisivo e, por assim dizer a meta desejada para o tira-teimas, quase final, a visita a Guimarães. Temos de ganhar, e a dificuldade é de grau máximo. Força leões o triunfo final está cada vez mais próximo.
O post do Manolo sobre a arbitragem é um exemplo de invejável bom-senso. A lucidez com que o Manolo aborda este polémico tema eleva a sua discussão para um outro patamar. Conhecendo-o como conheço, sei que ele é capaz de viver o futebol tão intensamente como qualquer outro, mas não é por isso que se deixa levar por desvarios que não podem trazer nada de válido a uma discussão civilizada.

Desde novo que o Manolo demonstra esta capacidade de cometer excessos comedidamente. É como se ele tivesse adquirido prematuramente “aquela” sabedoria que é própria da idade.

Parabéns Manolo.

domingo, março 26, 2006

A vida é feita de pequenos nadas


Foi há 5 minutos. O puto lá para dentro, a tomar banho, a casa tranquila, o Peter Frampton na aparelhagem, o Sporting na TV.
Frampton cantava Show Me The Way, Nani fez aquilo. Lindo instante. Que bonito, aquilo! Baby, I Love Your Way. É por isto que eu gosto de futebol...

sábado, março 25, 2006

Quando é o próximo jogo?

Não me consigo lembrar do primeiro jogo a que assisti ao vivo, mas foi certamente na década de 70. O que me fez encaminhar nessa altura para um estádio de futebol? Bem, não faço a mínima idéia, estes neurónios já não são o que eram dantes. Influências paternas, algum colega de turma? Talvez. Aquilo que ficou porém, foi este bichinho, esta ansiedade mal contida a cada fim de semana, a necessidade de estar defronte daquela mancha verde, sentir o ar fresco na cara, a emoção no ar.

Naquela altura os jogos realizavam-se à tarde, e como era difícil arranjar um bom lugar sentado na superior sul! Ao entrar no estádio sentia-se de imediato o entusiasmo da multidão, um frenesim generalizado, os gritos, os assobios. Olhe desculpe, podia dar um jeitinho?

Há uma jogada em que o Sporting ataca pela direita em direcção à superior sul, dois jogadores tabelam entre si e há um terceiro que se desmarca aparentemente num movimento desligado. A sequência contudo não foi aleatória, eis que a bola lhe aparece à frente como que por magia, o resultado de uma dança espontânea e desconcertante.

Não sei porquê mas esta imagem ficou para sempre bem impressa na minha memória. Talvez a seguir tenha aparecido um centro para a área e o encosto para o golo, com direito a entrar pela baliza a dentro e tudo. Ou talvez não, mas que interessa? O que mais me marcou foi o movimento, a coordenação, o espectáculo, a beleza. Ficou o vício.

Bolas, quando é o próximo jogo?

Contra a corrente

Penso que devo manifestar a minha profunda convicção; na minha opinião, os sportinguistas preocupam-se demasiado na critica aos árbitros e com isso não contribuem para melhorar o futebol em Portugal. Não me critiquem já. Vejam isto pelo lado positivo. Simplesmente não consigo encarar o futebol sob o prisma da culpa do árbitro. Vivo intensamente o futebol, o jogo em si, já me vieram lágrimas aos olhos algumas vezes (aqueles 5-0 do Katzirz, contra o Celtic depois de ganharmos em Alvalade 2-0…), para não falar da final do ano passado, tal como também já gritei com as veias do pescoço a rebentar de euforia em Alkmaar, do Miguel Garcia. Esta é a força, o encantamento do jogo: grandezas e misérias. Gosto de saber a história dos Mundiais e já assisto a jogos em Alvalade, desde o Yazalde. A maior contestação ao árbitro que vi, foi contra o Kaiserslautern. Actualmente o ambiente em Alvalade é de grande pressão sobre os árbitros. A minha ideia do árbitro é “à inglesa”, ou seja, um tipo que gosta de futebol e tenta ajuizar, em instantes, todas as contingências do jogo, de um jogo simplesmente. Mesmo o saudoso jogo da Glória tinha a casa da Morte. Assisto também a jogos de Campeonato de escolinhas e infantis e os árbitros são ainda puros, e também cometem erros, embora façam o melhor que possam. O único bom sistema é conseguir ir apurando os melhores, por definição, os que cometem menos erros, mesmo em jogos difíceis, que conseguem obter o respeito, durante o jogo, de jogadores, treinadores, imprensa e público. Quando falo nesta selecção “evolucionista”, refiro-me a mecanismos que, através das nomeações, das observações, do reconhecimento e da penalização filtrem os bons dos maus.
Os árbitros não são anjinhos, são sujeitos a grandes pressões, há muitos interesses envolvidos e mesmo os melhores cometem erros. O que tenho de reconhecer é que hoje a situação é melhor do que era. Lembro-me ainda da luta dos Pintos, das “suecadas” das Associações que ganhavam o único lugar que interessava: Presidente da Arbitragem. A tacanhice era idolatrada, o recurso à corrupção, constante. Um grupo de dirigentes era a cara do sistema, e iniciaram a sua perda de poder, imediatamente a seguir a atingirem o apogeu. Para isso contribuiu a tal “lufada de ar fresco”, da seriedade dos clubes como parceiros económicos, que orgulhosamente, posso dizer, contribuiu como nenhum outro, o meu clube, pioneiro de quase toda a mudança. Para que o ambiente ao redor da Arbitragem seja saudável deve-se tornar eficaz um sistema que (à falta de melhor) se pode chamar de profissional, mas sobretudo deve ser um sistema que seleccione os melhores árbitros. Não é necessário inventar nada, e o Manifesto (iniciativa do Sporting e Benfica) define os passos a serem dados.
O resto depende de nós, público, sendo o papel da imprensa como uma alavanca; seria pedir demasiado que, quando se fala em árbitros, todos aceitassem dois pontos prévios?
1. respeitar o homem-árbitro-juiz e
2. Não dar demasiada importância aos erros de arbitragem.
Quem não consegue aceitar estes pontos prévios pode e deve deixar de ler.

Na excelente meia-final da Taça, vi um Sporting a impor-se, a discutir o jogo, que inclusivamente só não ganhou a 8 minutos do final do prolongamento, quando houve uma desconcentração causada pela inexplicável expulsão de Caneira. O Porto jogou muito bem mas nós chegámos a dominar grande parte do jogo, forçando o Porto a encolher-se. Pensei nas palavras de Rantas, “Cínico e Eficaz” e já só faltava a eficácia. O golo foi espectacular (falha do defesa deles e Nani num passe com mel, ao grande Liedson, um dos melhores avançados que vi no Sporting). Moutinho foi o azarado. Tenho a certeza que todos os sportinguistas desculparam a mais este diamante (a pensar e executar futebol). Vi também o penalty (a meio da primeira parte), que mudaria por certo o decorrer do jogo. Um erro grosseiro, pensei. Agora parece haver dúvidas. (El Ranys, “É manipulação e cheira muito, muito mal. Haja vergonha”, acho um exagero).
A verdade é que os erros, a existirem, são parte do jogo. Não somos sempre beneficiados nem sempre prejudicados. As equipas pequenas sim, são quase sempre, no balanço geral, prejudicadas. Tenho pena de sermos criticados (pelos do Benfica e do Porto), por nos queixarmos constantemente dos árbitros.
Um qualquer jogo de futebol do Campeonato de Inglaterra, da Premier, é sempre melhor do que qualquer jogo de futebol da Liga Portuguesa. Isto não é verdade, mas podia ser. E qual é a maior diferença? É o público do futebol. Não olham para o jogo focando-se na equipa de arbitragem. O futebol é muito mais interessante que isso. O meu desejo, e nesse sentido a minha fraca contribuição, é que os adeptos portugueses de futebol das próximas gerações evoluíam, e tendam a ser à maneira dos ingleses, que “ignoram”, no bom sentido, o árbitro, e apoiam o seu clube, mesmo quando o resultado é adverso e as coisas não estão a correr bem. Tanta diferença! Evidentemente não me inibo de criticar e há árbitros maus e bons. Mas não entendo os que consideram todos os árbitros maus, vigaristas e com o desejo insaciável de nos prejudicar dolosamente. Já se puseram no lugar do árbitro?
A equipa está bem e recomenda-se. Mas pode não ganhar. Duas coisas são certas: É difícil e lutaremos até ao fim. E, quando, depois do “chato” Penafiel, do “último” grande obstáculo Guimarães, recebermos o Porto, …. seremos campeões. Mas, mesmo não o sendo, quisemos, e tivemos uma equipa a suportar com brilho o desejo de vencer, independentemente dos árbitros.

O MÍNIMO OBRIGATÓRIO



Amanhã, na Luz, o Benfica joga uma cartada decisiva no seu futuro imediato. O mínimo obrigatório, para o Glorioso, é a presença na Liga dos Campeões na próxima época. Disso depende a continuação do crescimento como grande clube na Europa.
Assim, e desgraçadamente, uma derrota amanhã coloca-nos numa situação desesperada.
Jesualdo Ferreira já demonstrou por várias vezes a sua ambição, e a sua equipa não precisa de provar a sua qualidade pois temos diversos exemplos onde esta ficou bem patenteada. Basta dizer que o Braga ainda não perdeu com nenhum dos grandes, esta época.
Para Jesualdo e o seu Braga este é o jogo supremo. É a oportunidade da Champions ! Vão lutar com todas as suas forças até à exaustão.
Como já escrevi, gostava que o Braga chegasse à Champions, mas nunca à custa do Benfica !
Por outro lado, já tivemos várias experiências em que na véspera de um jogo da Champions, a equipa pareceu sonolenta. Contra a Naval na 1ª volta, só acordou quando já perdia. Contra o Guimarães, contra o Estrela ! Espero que os jogadores do Benfica interiorizem que este é que é o jogo mais importante. O Barcelona é só para jogar à bola, sem pressão de ter de ganhar. É muito mais fácil . Não temos nada a perder. Amanhã temos muito a perder. Amanhã só podemos ganhar !
Quero que Koeman ponha Geovanni à frente, Simão e Manduca nas alas e Karagounis a apoiar. A Nuno Gomes um pouco de banco fazia-lhe bem. Mantendo a atitude dos últimos jogos e ... concretizando as oportunidades, vamos ganhar !
Não me apetece nada ter uma noite gelada, amanhã.

Saúdinha

O OUTRO FINALISTA


Gostava que o Setúbal ganhasse a taça ! Além da razão óbvia de ser contra os Andrades, seria uma prenda merecida para Luis Norton de Matos. O Vitória teve uma época quase épica. Sem nenhum dinheiro, nada recebendo desde o ínicio da época, manteve-se nos lugares cimeiros adquirindo cedo a tranquilidade. E agora, mercê de uma grande vontade, está na final da Taça e vai defender o seu magnifico troféu. Só um excelente grupo conseguiria isto !
Também uma palavra para o Vitória de Guimarães e o seu treinador. Também está a ter uma recuperação fantástica, apoiado pelos seus apaixonados adeptos e por um grupo de bons jogadores muito bem organizado pelo seu treinador. Depois do histórico afastamento do Benfica na Luz, Vitor Pontes sonhou alto. E a verdade é que esteve perto de lutar pelo seu primeiro título nacional. Do que vi, apesar de ser um jogo pobre, ao contrário da outra meia-final que foi um belo jogo, o Guimarães tem mais futebol que o Setúbal, mas... é futebol.Força Vitória !
Saúdinha

KOEMAN : DE MALAS AVIADAS


Koeman deverá estar de malas aviadas. Na minha opinião não deve cumprir o contrato. E a única razão é que não incorpora a mistíca do Benfica. Considero-o um Homem do Futebol, ambicioso, que tem uma maneira de estar positiva, bom profissional e com boa cultura táctica. Não considero que esteja a ser uma época negra, embora estejamos quase arredados de todos os objectivos. Julgo que o Benfica tem uma excelente equipa, nomeadamente nos jogos after Liverpool é evidente a sua falta de sorte na concretização. Calhou tudo bem em Liverpool !
Mas dizia eu que Ronald Koeman deve abandonar neste final de época. E porquê ? Concordo com muita gente que diz que Koeman teve opções estranhas e erradas, não corrigiu a tempo, insistiu em escolhas inexplicáveis... A equipa teve jogos em que falhou rotundamente. Alvalade, em Braga e voltou a falhar contra o Sporting. Mesmo jogos que não ganhámos, não falhámos tão rotundamente. Por exemplo na 2ª jornada contra o Gil Vicente em casa jogámos muito bem mas não marcámos e perdemos. Aliás nesse jogo, Koeman colocou o sistema que com certeza tinha pensado, o 3x4x3 que, caso resultasse nesse jogo podia alterar muita coisa. Mas portanto, nem é pelos resultados que não quero a continuidade de Koeman.
De alguém que chegue ao Benfica, nós esperamos, nós exigimos que essa pessoa sinta que chegou ao topo. E ele nitidamente não sente isso. E é essa falta de empatia com o Clube que me faz pensar que ele não é treinador para o Benfica. Camacho, apesar de toda a gente saber que era Madrilista, encarnou como ninguém esse modo de ser e existir.
Saúdinha

sexta-feira, março 24, 2006

Falta de vergonha...

A falta de vergonha é tal que até se dedicam à manipulação de imagens para tentar iludir o óbvio. Vamos por partes: o jornal "O Jogo", bem conhecido pelo seu portismo, e alguns blogs, estão a utilizar esta imagem para dizer que não foi penalty, porque a mão de Pepe ocorreu ainda fora da grande área. Agora, observem bem a imagem:
Desde logo, a bola ainda vai na sua trajectória, ainda não foi tocada pelo braço de Pepe. No momento em que isso ocorre, provavelmente já estariam ambos (mão e bola) para lá da linha.
Agora reparem no mais interessante da imagem: no looooooooongo braço de Pepe; nos quilos que Liedson, de repente, ganhou (parece inchado, não?); no espaço em branco, coincidente com o enfiamento da linha da área, no painel publicitário; no estranho "afundamento" e na largura das letras do reclame à "CASA.PT"...
É manipulação e cheira muito, muito mal. Haja vergonha.
E, já agora, fora ou dentro da área, é mesmo mão, não é? Pepe devia ter ido para a rua, não devia?
Imagem retirada do blog Tribunal do Futebol

Baía rasca

O Vitor Baía, que tanta comunicação social gosta de incensar, não é um "senhor" do futebol.
Pelo menos, as atitudes do capitão do Porto na meia-final da Taça são, isso sim, típicas do pior dos arruaceiros.
Baía foi canalha com Ricardo. Conforme os jornais desportivos hoje relatam, quando Ricardo se preparava, com grande coragem, diga-se, para bater o último penalty do Sporting, Baía insultou-o e atirou a bola contra a cara do guarda-redes do Sporting.
Ricardo não se deixou abater e, serenamente, perante um estádio do Dragão que o rebaixaria caso falhasse, converteu a grande penalidade.
Por isso, Ricardo é, a par com Moutinho, outro dos heróis do jogo.
E Vítor Baía é, a par com Malquerença, o vilão.
Sou dos que defendiam a chamada de Baía à selecção, como suplente de Ricardo. Defendia, leram bem. Depois destas atitudes, percebe-se bem a falta de carácter e de respeito pelos colegas de profissão de um guarda-redes que se julga uma espécie de herói grego. Há-de cometer dois ou três frangos em Alvalade, para ver se aprende. E o Mundial, esse, vê-o em casa. Desde esta semana, só posso dizer que é bem feito.
Força Ricardo, provaste de uma vez por todas que és o melhor guarda-redes português.
A foto foi retirada do site do jornalRecord

quinta-feira, março 23, 2006

Esperem para ver...

Um imbecil que é presidente de um clube das ilhas, antes da sua equipa se deslocar a Alvalade, e não satisfeito com já ter vigarizado o Sporting pelo menos duas vezes, produz declarações incendiárias.
Esse mesmo imbecil, depois de perder o jogo e de, desde aí, perder muitos outros, fala de um "clima de terror" em Alvalade e apresenta queixa na Liga.
A Liga abre um inquérito que culmina na instauração de um processo disciplinar a Tonel, Sá Pinto e Nélson, jogadores do Sporting.
Entretanto, a mesma liga nomeia, para o jogo Sporting - Penafiel, o árbitro Rui Costa, que foi processado pelo Sporting e que, também ele, apresentou queixa contra os leões.
Esperem para ver. Mas vão preparando a indignação.

Déjà Vu

Vejam se adivinham de que jogo estou a falar.

Realizou-se à noite um grande jogo de futebol. O estádio estava cheio e o ambiente claramente adverso à equipa do Sporting; devido ao equilíbrio de forças – mas não só – das equipas, acabou por ser decidido nos penalties. O Sporting foi eliminado, quando um seu jogador, por sinal oriundo das camadas jovens, falhou o penalty decisivo. O Sporting até se colocou em vantagem já no prolongamento. Parecia uma vantagem decisiva, mas eis que sofre empate já no final do prolongamento, numa fase em que contava com um jogador a menos, dado que foi expulso um jogador do Sporting. Trata-se de um jogador emprestado ao Sporting (pertence actualmente aos quadros do Valência, mas curiosamente foi formado nas camadas jovens do Sporting).
O Sporting foi uma equipa personalizada, mas efectivamente prejudicada pela equipa de arbitragem.

Continuamos mal


Vergonha. Olegário Benquerença. Na semana passada, Paraty. Os Paixões. Os Costas. O que é que esta malta ainda anda a fazer nos principais relvados portugueses?
Que mentira é esta a que chamamos futebol?
O ano passado, o Sporting não foi campeão devido a um erro do árbitro no Benfica - Sporting, Paulo Paraty.
Este ano, vê-se arredado da final da Taça de Portugal, com contributo de vários erros grosseiros de Benquerença.
Para alguns dos meus co-bloggers, não vale a pena falar de arbitragens. Para mim vale. Vergonha. Olegário Benquerença, Paulo Paraty e tantos outros, erram demais. Eu não gosto que o Sporting ganhe com a ajuda dos árbitros. Não gosto mesmo. Não gosto de batota.
Muitos dos árbitros portugueses, a troco de permanências no primeiro escalão, de meninas do "Pérola Negra", dos "quinhentinhos", de viagens ao Brasil ou do diabo a quatro, são batoteiros. Deviam estar presos. Para quando mais evoluções no caso "Apito Dourado"? Para quando mais verdade no futebol portugês?
Os árbitros podem errar, tal como os jogadores, tal como cada um de nós. Extraordinário é, em muitos jogos, errarem sempre para o mesmo lado. O Sporting só foi campeão duas vezes nos últimos anos porque conseguiu ser mais forte. Antes, passou longos anos de jejum, porque o Porto, o Benfica e até, imaginem, o Boavista, foram ajudados por arbitragens "amigas". O futebol, em Portugal, é uma vigarice. Admirem-se depois, senhores, de termos das mais baixas médias de assistência nos estádios. Vergonha, é o que tudo isto é. Viva o Sporting.

Que Malquerença

Foi pena. Num jogo em que o Sporting foi melhor e marcou primeiro, o árbitro Olegário esqueceu-se de marcar um penalty claríssimo (e de mostrar o cartão vermelho correspondente) a favor do Sporting, por mão de Pepe, não mostrou o segundo amarelo a Bosingwa quando o devia ter feito, por cortar com a mão, aos 97 minutos, poupou também o amarelo a Raúl Meireles, quando este aplicou um perfeito golpe de body combat a Tello, mostrou um inacreditável amarelo a Nani, por pretensa simulação e permitiu que uma das jogadas de maior perigo do Porto tivesse origem num fora de jogo evidente de Benny McCarthy. Acho até que o segundo amarelo a Caneira devia ter ficado no bolso, sem grande escândalo, mas enfim. Pena ter-se enganado sempre em prejuízo de uma única equipa... Quando há Malquerença, nada a fazer. Para a história, ficará a passagem do Porto à final da Taça de Portugal.
O jogo foi bastante equilibrado mas, à parte os primeiros 15 minutos, pareceu-me sempre que o Sporting estava mais perto de resolver a eliminatória a seu favor. Acabou por ir para o sorteio do Euromilhões e, aí, o Porto foi mais feliz.
A equipa do Sporting esteve toda muito bem e trabalhou, como já vem sendo hábito, muito. Merecia outro resultado. Que a vitória nos sorria para o campeonato.
O destaque maior do jogo vai para João Moutinho. O melhor jogador em campo. Um puto cheio de talento, maturidade e raça. Falhou um penalty. Acontece. É pequeno de tamanho, mas é o maior. Força, miúdo, tu és Sporting.

Desabafo



Hoje ninguém deve escrever...Benfiquistas estão na expectativa...os Sportinguistas ... bom...ainda devem estar a pensar porque é que o Ricardo cortou nos Danoninhos...
O Vítor Baía lá defendeu o Pénalti do Moutinho e ajudou a resolver um jogo que eu não vi mas onde aconteceu aquilo que eu desejava...o prolongamento.

Ora bem! Estava a ler no record a notícia da expulsão do Sérgio Conceição e fiquei estupefacto. Abismado. Como diria a minha irmã em vez de perplexo...fiquei repleto! Então não é que o personagem, que até é capitão de equipa, chefe de família e com mais de 30 anos depois de ter sido expulso por ter cuspido num adversário, equivalente a agressão, lançou a camisola à cara do árbitro! Não contente com isto, ao sair do relvado ainda foi pedir explicações ao quarto árbitro.
...
Faltam-me as palavras para classificar este acto. Um jogador que já ganhou campeonatos em Portugal em Itália, tacas, super taças, jogou uma meia final de um campeonato da Europa, esteve na fase final do campeonato do mundo e até foi considerado o melhor jogador do campeonato belga o ano passado perde assim a cabeça ao ser expulso...mas...porquê? O que é que ele ganhou? O que pode ter gerado tanta indignação? Há justificação para um comportamento destes?
Não percebo. Simplesmente não percebo.

quarta-feira, março 22, 2006

Serviço cultural RdJ


"São Jorge", do pintor Rafael, pintado em 1505

terça-feira, março 21, 2006

Desafio

Urubu

Liga Portuguesa, 27ª Jornada




Naval-Nacional 3-1
Boavista-Belenenses 0-2
FC Porto-P. Ferreira 3-0
Sp. Braga-Marítimo 2-0
E. Amadora-V.Setúbal 1-0
Penafiel-Gil Vicente 1-1
V.Guimarães-Académica 1-1
Rio Ave-Benfica 0-1
U. Leiria-Sporting 0-1




Recordando o prognóstico avançado aqui em 16 de Janeiro, referente a esta jornada:
«FC Porto vence, os outros dois empatam? Porto 58, Benfica 55, Sporting 54
A realidade: Porto 60 (+2), Sporting 58 (+4), Benfica 53 (-2) (ainda Sp. Braga com 51, Boavista com 45 e Nacional com 43).

FC Porto
O Porto é a equipa que actualmente pratica o futebol mais vistoso e mais espectacular em Portugal. Aparenta estar em grande forma e a imagem que se cola mais à equipa é um rolo-compressor no ataque.

Sporting
O Sporting é a equipa que actualmente pratica o futebol mais eficaz e mais cínico em Portugal. Aparenta estar em grande forma e a imagem que se cola mais à equipa é... o quê? Muralha defensiva? Ataque mortífero? Não, nem uma coisa nem outra - meio-campo, ou melhor, a equipa toda como um bloco único. Paulo Bento anulou os "vícios" das individualidades para colocar todas as virtudes de cada peça no jogo de equipa.

Benfica
Finalmente um golo! Mais uma vitória "à Benfica", a fazer lembrar as jornadas gloriosas da época passada, com Trapattoni, que renderam um título e escreveram páginas épicas do nosso futebol. Jogo emocionante até ao fim, com Mantorras como que a justificar a bipolaridade de que padecem os benfiquistas. Fez recordar também velhas glórias do clube, a começar pelo famoso agente secreto Calabote, tão incompreendido e injustiçado.

A Jornada
O resultado mais surpreendente, para mim, foi o do Bessa. O Belenenses fugiu (definitivamente?) da zona escorregadia da tabela classificativa. É curioso verificar que os adversários directos do Benfica (Braga, Boavista e Nacional) começaram a perder jogos de seguida, permitindo aos encarnados poupar uma vergonha. Enfim, o Braga desta até venceu tranquilamente um Marítimo que corre o risco de descer - o que seria uma excelente notícia, só obscurecida pelo facto de o Nacional ainda continuar na Liga.

A Zona dos Aflitos
A prudência não recomenda prognósticos, mas considero que Paços de Ferreira e Gil Vicente vão descer, para além do inevitável Penafiel. Para preencher a 4ª vaga que falta, alinham-se vários candidatos. Julgo que o Marítimo é quem reúne mais condições para entregar os papéis a tempo. O outro candidato potencialmente mais forte para esse lugar (a Naval) aparenta já ter (re)encontrado o seu rumo. Estou convencido que Rio Ave, V. Guimarães, Estrela e Académica se safam - isto para além de Belenenses e Leiria.

Classificação Geral:
1. FC Porto 60
2. Sporting 58
3. Benfica 53
4. Sp. Braga 51
5. Boavista 45
6. Nacional 43
7. V. Setúbal 39
8. U. Leiria 35
9. Belenenses 34
10. Académica 33
11. E. Amadora 33
12. Naval 31
13. Marítimo 31
14. Rio Ave 30
15. V. Guimarães 29
16. Gil Vicente 28
17. P. Ferreira 28
18. Penafiel 13

Antecipação da próxima jornada (16 de Janeiro):

«28ª jornada: Académica-FC Porto, Benfica-Sp. Braga, Sporting-Penafiel
Académica precisa desesperadamente de pontos e surpreende Porto. Benfica é impotente em casa contra prof. Jesualdo - PORTO perde, BENFICA empata e SPORTING ganha
».
Bom, não creio que a Académica esteja assim tão desesperada neste momento, mas ainda assim acredito que o FC Porto vá a Coimbra perder pontos. Vamos a ver...

De qualquer modo, o prato principal desta semana é o jogo grande de quarta-feira, onde se vão defrontar duas equipas completamente antagónicas nos seus processos de jogo e nas suas abordagens. O FC Porto com um poder de fogo avassalador, a fazer lembrar o lado positivo de Peseiro do ano passado ("marcar mais um que o adversário"), contra um Sporting compacto, com uma equipa de artistas a jogar em bloco e que já vai na oitava vitória consecutiva para a Liga, curiosamente a fazer lembrar Trapattoni pelo cinismo e matreirice - e indubitavelmente com muito mais pinta! ("sofrer menos um que o adversário"). Let the games begin!

segunda-feira, março 20, 2006

O "quanto baste" na oitava vitória seguida

Mais um jogo fundamental, com a pressão acrescida de sabermos os resultados dos adversários directos (quem em último joga, é sempre mais pressionado, independentemente dos outros resultados) em que, confesso, tive maus pressentimentos relativamente à vitória. Nos últimos 7 anos não ganhámos ao Leiria fora, temos uma série de vitórias consecutivas (foi a oitava para a Liga) e, algum dia, vai acontecer um mau resultado. Mas Paulo Bento construiu uma fortaleza, que, com serenidade e perseverança procura o resultado. O 1º tempo foi fraco no sentido de futebol de ataque e jogadas de perigo. Oferecendo (?) a iniciativa de jogo ao adversário, praticamos o futebol indesejado por eles.
(A interminável discussão, sempre polémica, entre o jogar bem, o futebol bonito e jogar para o resultado, no futebol de contenção e aproveitamento dos erros está como sempre na ordem do dia. Quantas vezes, nós, sportinguistas, fizemos grandes jogos de domínio intenso e de ataque continuado, e no final sofremos golos que nos abalaram a confiança no futebol e nos Deuses da justiça? Após tanto tempo a ver futebol, sei que a única coisa que conta verdadeiramente é o resultado. Para tal, marcar golos é fundamental, na mesma medida que os não sofrer. É no equilíbrio e na complementaridade destas dinâmicas, que as boas equipas ganham Campeonatos).
Gosto mais de ganhar jogando ao ataque e dominando os adversários, mas, como Paulo Bento tem vindo a mostrar na prática, muitas vezes não é possível dominar o jogo todo. E o tal lado pragmático, como muito bem diz o Dever Devamos, tem sido altamente eficaz. O meio-campo continua a ser a nossa mais-valia, sobretudo no que toca a preencher e roubar os espaços aos adversários. Moutinho é a batuta de uma pauta que determina o ritmo, que surpreende nos lances em profundidade, Custódio é o pronto socorro, ganha os lances pelo posicionamento não permite ao adversário nem tempo nem espaço e joga simples. Nani é a fantasia ingénua, respira futebol e Carlos Martins, o rompedor, capaz do melhor (remates) e do pior (não fecha bem). A defesa está “intratável”: Tonel antecipa-se, chega primeiro, impõe a sua presença nas alturas. Polga está com uma confiança nova: adivinha os lances, com a bola nos pés é intencional e não se precipita; ambos, quando é necessário também jogam feio. Os laterais foram as grandes alterações positivas de Janeiro; uma equipa sem extremos precisa absolutamente de bons laterais. Abel é duro, rápido, forte com e sem bola; o Sporting tem se assegurar a sua continuidade. Ontem jogou Tello; invariavelmente um jogador pouco “simpático” aos adeptos fez um jogo bem conseguido (é dele a boa assistência para Nani), mas pode render mais como interior esquerdo. Ricardo está o gigante que precisamos. Fazendo com que a bola lhe viesse, irresistivelmente, ter às mãos, parecendo ter alguma espécie de magneto, esteve seguro e dali já estamos despreocupados (que transformação…). O ataque, ontem muito apagado, Liedson jogou muito sozinho, mas cansa só de ver a sua entrega, como disputa cada lance, e o pânico que gera na defesa contrária. Sá Pinto tem a titularidade pela sua garra. Na sua última época, o capitão quer ser feliz e vencer o Campeonato do Centenário. Na 2ª parte, entrámos com mais agressividade, e surgiu o golo (com alguma felicidade) por Nani, numa jogada em que colado à linha de fundo, entra pela área, e já em plena zona do guarda-redes remata, tendo a bola desviado num defesa, e enganado o guardião. Nunca a vitória esteve em dúvida a partir daí. E esta é a grande mudança do Sporting actual: respira confiança, serenidade, coesão; ontem não empolgou, não foi brilhante, mas quem vê a equipa jogar, facilmente verifica estar em presença de um campeão, que, embora díficil, só depende dele. Ainda jogaram Deivid (Sá Pinto), João Alves (Carlos Martins) e no final Miguel Garcia (Nani).Próximo jogo da Liga é “chato”: Penafiel, lanterna vermelha, já despromovido visita Alvalade. Depois de tudo o que disse atrás… espero que não haja surpresas. Entretanto, 4ª feira jogamos a presença na final da Taça e medimos forças com o nosso grande adversário: F.C. Porto. Boa sorte, e acredito que façam um grande jogo. O resultado é, mais que nunca, imprevisível.

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A mensagem

Porque é que Soares Franco deve ser candidato?
Por SPORTINGUISMO. Se ele acredita que apresentou a única proposta capaz de garantir um futuro ao Sporting, se acredita que não há mesmo outra solução, tem a obrigação de não desistir à primeira contrariedade. Deve ir à luta. Combater os opositores. Fazer-se eleger, com a garantia de que a sua primeira medida será convocar nova AG para aprovar o seu projecto. É para mim óbvio que, se ele for eleito presidente, a venda do património passa em nova AG. Mas, entretanto, o Sporting esteve em debate e os sportinguistas ficam com uma maior noção do que correu mal e do que se pode fazer melhor. Dizer, como FSF disse na AG do Sporting, que a culpa do fracasso do "projecto" é atribuível ao 11 de Setembro e ao fim da bolha da "nova economia", não é, claramente, suficiente. A gestão foi má. Péssima. Sinistra. Tenebrosa. Lesiva. Isto, os sportinguistas já perceberam. E é isso que deve ser explicado. Os sócios não são clientes do clube. Os sócios são donos do clube e não admitem a forma como têm sido tratados, com mentira, arrogância e sem paixão. Eis a mensagem, fundamental, que ficou da AG. O resto é acessório. Quem não percebeu isto, não percebeu nada.

Ainda a AG do Sporting - razões para a derrota

Estou firmemente convencido que a derrota na AG se deveu mais à arrogância e à subalternização dos sócios que desde há 10 anos se verifica no SCP, do que à matéria de facto.
Estou firmemente convencido que mais do que 64,54% dos sócios e dos sportinguistas estão convencidos da necessidade premente de alienar património. Se a proposta não passou, isso deve-se aos anti-corpos gerados pelos gestores.

Por isso são maus gestores. Eu trabalho numa empresa de consultoria. Somos obrigados a satisfazer 3 interesses por vezes antagónicos: os Clientes (quem contrata os nossos serviços), as Pessoas (quem trabalha, os recursos humanos, o nosso activo mais valioso) e os Accionistas (quem investe e aguarda retorno desse investimento). Eu posso corresponder mais ou menos a cada um dos interesses envolvidos, mas se um deles ficar insatisfeito, não faço negócio. Se vender barato, o cliente rejubila, mas o Accionista não. O contrário também é verdadeiro. Se obrigar as Pessoas a trabalhar todos os fins-de-semana, o Cliente fica satisfeitíssimo pela rapidez com que lhe resolvo problemas; as Pessoas começam a ler o Expresso Emprego com mais cuidado... se não existir uma harmonização entre as 3 forças envolvidas, o projecto falha, forçosamente.
No caso do Sporting, julgo que se pode dizer que as Pessoas correspondem aos Jogadores e os Accionistas aos investidores (com os bancos à frente). E os Clientes, quem serão? Obviamente os Sócios. Foi aí que as Direcções do SCP falharam miseravelmente, ao ignorarem ostensivamente essa dimensão. Um clube como o Sporting simplesmente não pode ter apenas 30.000 sócios!!
Mas se os gestores são maus, os sócios também não estiveram à altura do acontecimento. Confundiram a autorização para vender património (para a qual a maioria entende como inevitável) com um plebiscito à actual Direcção. Claro que essa confusão foi fomentada por FSF e seus parceiros, mas esse facto não retira a responsabilidade aos sócios. A autorização à venda não deveria ser pertença de FSF, a oposição poderia e deveria ter agarrado essa bandeira. Não o fez, e agora o Sporting corre o risco de entrar em profunda crise directiva. Valha-nos Paulo Bento e sus muchachos, caso contrário a situação estaria bastante pior, ainda.

Com uma palavra se escreve...

P de perseverança
R de rigor
A de atitude
G de genica
M de músculo
A de alento
T de têmpera
I de inexcedível
S de sapiência
M de magia
O de onírico


Relatos de uma não ida à AG...

Contrariamente ao que pretendia, não pude ir à AG. Foram vários motivos, nenhum tão forte que me impedisse de ir, mas a conjunção de todos eles foi razão suficiente para ter optado por ausentar-me.

No dia seguinte ainda me pus a fazer contas. Quantos votos seriam 2,1%? Rapidamente conclui que não foi pela minha ausência que o projecto foi chumbado. Seria um fardo demasiado pesado para carregar.

Mas passando a assuntos sérios. Correndo o risco de dizer o que já foi dito, o resultado foi mau. Não só porque o (único) projecto em votação tenha sido chumbado, mas pelo vazio que se pode criar em virtude dos resultados obtidos; senão vejamos:
- Filipe Soares Franco obteve uma maioria absoluta confortável, mas falhou a maioria qualificada por uma margem muito pequena; só com a maioria qualificada poderia avançar com o seu projecto de alienação do património imobiliário;
- Em virtude de ter visto chumbado o seu projecto e tomando em consideração o que vinha dizendo relativamente ao resultado da AG, Filipe Soares Franco não deverá avançar para eleições; o que para mim faz todo o sentido; é certo que ele foi “legitimado” por uma larga maioria dos sócios mas se não pode por o seu plano em prática, vai candidatar-se a quê? E para fazer o quê? Sucessivas AG’s até ver o seu plano aprovado? Lutar por um projecto que não é o seu?
- E porque foi chumbado o seu projecto? Porque estava “colado” às anteriores administrações? E que dizer do seu maior opositor, Dias da Cunha, o maior responsável por todo este pântano, que defendia precisamente a solução oposta? Porque Soares Franco teve um projecto falhado no Estoril? Mas não conseguir rentabilizar um clube de segunda divisão é uma falha assim tão grave?
- Quem “pregou” pela manutenção do património imobiliário deve agora ter coragem para assumir a gestão do clube, como disse e bem, Miguel Galvão Teles no final da AG;
- Mas quem quer que venha a assumir a gestão do clube não será um presidente de todos os sportinguistas, nem sequer de uma maioria, pois representará menos de 40% dos sportinguistas, a não ser que alguém do “grupo” de Soares Franco avance (teoricamente ninguém que defenda a venda de património deverá avançar, a não ser que tenha um projecto alternativo credível);
- E mesmo que alguém avance, de que alternativas estamos a falar? Guilherme Lemos (?), Abrantes Mendes e Dias Ferreira. O primeiro, confesso que desconheço, ao passo que os outros dois me parecem demasiado ortodoxos. Do que eu tenho acompanhado ao longo dos anos, tem evidenciado as suas posições de uma forma demasiado radical.

Gostava ainda de fazer uma referência ao “produto Sporting”, um pouco na sequência do que Rantas comentou ao longo destes dias pós-AG. É certo que estamos perante um “produto” sem concorrência, um monopólio – ou se é do Sporting ou não se é de mais nenhum –, mas isso não é razão para sermos mal tratados enquanto sócios e adeptos. Posso dar o meu caso, que é um, entre outros.

Sou um simples sócio, com lugar na superior sul – um dos que chama nomes aos guarda-redes adversários na segunda parte – desde a inauguração do novo estádio. No início e numa iniciativa (até) inovadora, começaram a facilitar a aquisição dos bilhetes de época e bilhetes fora do pacote de época (taça e competições europeias) via referência Multibanco. Que maravilha. Não precisava mais de ter que aturar as bilheteiras e a compra de bilhetes passou a ser tão simples!

Mas eis que na última época isso acabou. Não se tivesse dado o caso de um sócio me ter avisado do prazo para a renovação dos lugares de época e teria simplesmente perdido o meu lugar, sem que tivesse recibo uma carta, um telefonema, um mail. Nada.

Mandei então um mail a reclamar, à espera de uma justificação, algo que explicasse esta falha inadmissível. Mas debalde, nunca me responderam. Fui ignorado.

Posso ainda acrescentar que aquando da inauguração do estádio éramos seis sócios com presença assídua. Neste momento, somos cinco, mas só três aparecem com frequência. Se calhar para o ano só já somos três. Quem sabe? Ou melhor, quem está preocupado?

Leiria 0 - 1 Sporting

Mais um jogo sem dar a mínima hipótese ao adversário, mais um jogo de total eficácia. Melhor ataque da liga. Cinco jogos consecutivos sem sofrer golos. O Sporting de Paulo Bento é uma equipa fortíssima. Na próxima quarta-feira, prova muito difícil, em que defrontamos aquela que é, de longe, a equipa com o melhor conjunto de jogadores. Mas a coesão dos leões é factor a ter em conta e tudo é possível. Eu acredito. Acho que vamos chegar à final da Taça e que somos os mais sério candidatos à conquista da Liga. O Sporting é grande. Enorme. Maior que os outros todos. Viva o Sporting.
Ah, e hoje, mais uma vez, menção especial à Naval. Depois de travar o Benfica, derrotou sem apelo nem agravo uma equipa do seu camponato. Assim é bonito.

domingo, março 19, 2006

Glorioso?

Epá... é que... quer-se dizer... sinceramente... valha-nos Deus...
O Benfica e o Paraty conseguiram levar de vencida o Rio Ave. Golo mal anulado aos de Vila do Conde e, já para lá da hora... Mantorras. Depois do jogo da Reboleira, há que dizer de novo, com toda a frontalidade: fosga-se!

sábado, março 18, 2006

Parar, escutar, olhar

O resultado da votação na AG do Sporting é, para mim, positivo. Na sequência de tudo o que tenho aqui escrito sobre o assunto, quero mais uma vez, e desde logo, esclarecer o seguinte: não sou contra a venda de património. O que me interessa, no Sporting, é o desporto, e não se tem, ou não, centros comerciais e edifícios administrativos.
Mas, para mim, o que realmente sempre esteve em causa na AG foi o seguinte:
1 - Há 10 anos atrás, o Sporting foi "assaltado" por um conjunto de tecnocratas, que se propuseram impôr uma receita de rigor, projectos empresarias e transparência. Estive de acordo. Sempre apoiei o "projecto Roquette". Quando, noutros clubes, via "operações coração", gestões Vale e Azevedo e coisas desse tipo, sorria condescendentemente e dizia aos lampiões: olhem para nós, temos uma gestão exemplar, gente séria, um projecto que nos vais transformar num exemplo.
2 - Até que, de repente, Filipe Soares Franco põe o dedo na ferida e desmascara a ilusão: afinal, o Sporting, por este caminho, não é viável, a boa gestão dos últimos dez anos é uma ficção, precisamos vender tudo o que é não desportivo (afinal, aquilo que constitui a essência, ela própria, do "projecto").
3 - Durante estes últimos anos, todos os sportinguistas se resignaram às vendas de Simão, Duscher, Hugo Viana, Quaresma, Cristiano Ronaldo, Enakharire... Só nos últimos seis anos, com a venda desta lista de jogadores (e só destes jogadores, faltam aqui muitos outros que fariam o valor disparar) a SAD encaixou mais de 60 milhões de euros. Repito, 60 milhões de euros. Resignámo-nos, em nome do rigor da gestão e das boas contas. Afinal...
4 - Afinal, a tecnocracia que tomou conta do Sporting falhou em toda a linha. Uma surpresa muito desagradável para todos. Onde anda José Roquette, na hora de assumir responsabilidades? Alguém o viu, ontem, na AG? Eu, que estive lá do princípio ao fim, não o vi. Sintomático.
5 - O grande problema da proposta apresentada por Filipe Soares Franco não é a proposta em sí mesma, é a forma como foi apresentada, com uma chantagem inadmissível. Aliás, diga-se que Filipe Soares Franco vem na linha da tal "tecnocracia". Com ele, estão todos os que representam essa via, com destaque para o próprio José Roquette. Contra FSF, a voz que mais se ouviu foi, justamente, aquele que é, para mim, o principal responsável pela penúria do Sporting: Dias da Cunha. Foi ele o gestor que durante mais tempo conduziu o "projecto" agora enterrado. Mal estávamos se não fosse possível ouvir outros protagonistas, que não sigam a linha "projecto".
6 - Com a derrota em AG da proposta da direcção, os sportinguistas presentes (e só esses contam) quiseram dizer: não há mais cartas brancas. O "projecto" falhou em toda a linha. Soares Franco é do "projecto", por muito que agora se queira demarcar. Porque não falou antes? Porque não avisou os sportinguistas? Porque continua a não criticar toda a gestão dos últimos anos?
7 - A proposta de Soares Franco era uma proposta para continuarmos a empobrecer alegremente. Será que há outras alternativas? Abrantes Mendes, por exemplo, diz que sim e que as vai apresentar na campanha eleitoral que se aproxima. Esta é a verdadeira mensagem de esperança. E é isto que, com a minha abstenção - sim, não votei contra, pus uma cruzinha na abstenção - eu quero: ouvir quem propõe alternativas. É a campanha eleitoral, em que todos lutarão com armas iguais, que deve esclarecer os sportinguistas. E não uma encenação de plebiscito, como FSF a montou, que deve decidir o futuro do Sporting. Com a AG do Sporting, ganharam os sócios, ganhou o clube. Perdeu a tecnocracia protagonizada por uns tantos "iluminados".
8 - Tendo a votação ficado a uma unha negra da aprovação da proposta de FSF, este tem a obrigação moral de ser candidato. Afinal, QUASE dois terços dos sócios que foram à AG (e só esses contam), apoiam a sua visão. Por respeito por esses sócios e pelas suas próprias ideias, FSF tem de ser candidato. A chantagem não funcionou. Venha a discussão aberta, democrática, com contraditório. O Sporting só tem a ganhar. Viva o Sporting. O futuro é nosso.

Vídeo: Luís Figo

Mes Horribilis



No principio do mes estavamos a lutar em tres frentes.... num curto espaço de tempo saiu-nos a equipa mais dificil na Champions, ficamos praticamente arredados da luta pelo campeonato e fomos eliminados da Taça!

Para os meus companheiros Benfiquistas deixo aqui um pouco de consolo para lembrar que ha vida depois destes desaires; para os outros que ainda tem o topete de andar para aqui a perguntar porque é que nao postamos, vao badamerda!



PS: so nao postei antes porque me embebedei na quinta-feira e na sexta estive o dia todo de ressaca (ja nao tenho idades para estas coisas)

PS: o badamerda foi so porque isto é um blog para homens civilizados (e porque se escrevesse o que queria o Ranys apagava-me o post).

AG Sporting: O pior resultado possível

Não sou sócio do Sporting, não estive na AG de ontem. No entanto, tenho uma opinião formada sobre o resultado dessa assembleia: entendo que foi o pior resultado possível para a instituição. Não pretendo defender agora uma posição ou outra. Isso não é o mais importante, agora.
O mais importante é o que vai acontecer nos tempos mais próximos. E não consigo perspectivar um futuro brilhante ao nível directivo para o meu clube.
Soares Franco foi derrotado. Isso é um facto indesmentível. No entanto, 64,54% dos sócios votaram no projecto dele. Os vencedores da AG representam pois... um terço dos associados! Triste vitória, essa...
Se Soares Franco (ou alguém por ele) decidir avançar para as eleições, como será? Vence as eleições mas não consegue colocar em andamento o seu projecto. Se ninguém do grupo derrotado nesta AG se apresenta em eleições, qual a representatividade da próxima direcção após 2/3 dos sócios terem votado numa proposta totalmente contrária às suas convicções?
O ideal era que Soares Franco tivesse ganho (bastavam 2%) ou tivesse perdido de forma clara. Nestes momentos de clarificação, mais do que a posição vencedora, importa que sejam isso mesmo: clarificadores. E esta AG foi tudo menos isso.
Um resultado inconclusivo pode ser bem pior que uma derrota...
O que mais me chateia é a minha percepção de que muitos sócios votaram contra o projecto não pela sua validade nem pelo seu conteúdo, mas sim pela forma como todo o processo decorreu. E ainda pelo facto de se sentirem postos de parte pelas sucessivas direcções do Sporting, nos últimos 10 anos. E que se fossem chamados a pronunciar-se sobre o mesmo assunto mas num outro contexto (mais propício à reflexão, menos sujeito a urgências impostas por quase chantagens), o sentido do seu voto seria outro...

O dia seguinte

O Projecto de Soares Franco não passou. Os sócios não permitiram vender o Património não-desportivo. A decisão está tomada, agora interessa o dia seguinte. Apoiei a estratégia de Soares Franco pelo objectivo claro de criar condições para termos a equipa de futebol regularmente na Champions; para isso é necessário conservar os nossos melhores valores, e como temos encargos e compromissos a cumprir com os bancos financiadores, essa (a venda de património) seria uma solução, para além de diminuir passivo e reduzir os encargos da dívida (as receitas geradas por este património não chegava para o que temos que pagar). Naturalmente que continuo com muitas dúvidas. Tivemos receitas extraordinárias (venda de jogadores, boa campanha na UEFA, etc), a direcção não foi capaz de manter o número de sócios (e aumentá-lo), foi feito um esforço enorme de contenção de despesas e, mesmo assim foi necessário a venda de Quaresma e C. Ronaldo, por exemplo.
Para os que estavam contra esta solução, foi uma vitória na AG claramente com um sabor amargo. Os resultados mostram que a grande maioria apoiava esta solução, mas os estatutos (e bem) obrigavam a 2/3. Ficou a 2%, muito perto. As alternativas serão agora apresentadas, e os candidatos já perfilados, têm a obrigação de ter soluções que evitem a venda de jogadores, e a de cumprir os compromissos com os bancos, sem vender este património. Dias Ferreira, que se bateu sempre por uma auditoria, é alguém que está por dentro dos meandros do futebol, parece-me uma pessoa séria e esteve sempre numa posição não afastada das últimas direcções. Mistura uma certa agressividade com bom-senso e consigo vê-lo a assumir a presidência. Abrantes Mendes, um juiz desembargador, já foi presidente da mesa da Assembleia Geral, vem da área Por um Sporting Renovado, e tem uma atitude muito mais radical de cortar com o passado próximo. Prometeu apresentar apoios fortes e alternativas. Guilherme Lemos é menos conhecido, e, só seria eleito, na minha opinião, se várias circunstâncias muito improváveis coincidissem. Lamento, mais uma vez, que a opção negada pela AG não possa concorrer a eleições. Seria uma escolha entre as alternativas. A questão será: haverá algum candidato a defender esta opção? Todos nos lembramos de Miguel Ribeiro Teles. É o presidente desejado por vasta maioria de sócios, entre os quais me incluo. Se fôsse candidato, a defender este projecto (nas suas linhas fundamentais) e vencesse, haveria necessidade de outra AG. Que podia ter um resultado semelhante ao de ontem, o que criaria um impasse. Mas são ainda muitos ses, e agora interessa que as candidaturas apresentem os seus projectos (Soares Franco deverá demitir-se, quando, ainda está em aberto, não se deve re-candidatar) e vamos a eleições. Entretanto a equipa de futebol, superiormente dirigida por Paulo Bento viaja para Leiria para mais um jogo fundamental no ataque ao título de Campeão Nacional em ano Centenário. Toda a sorte do mundo! Saudações leoninas.

sexta-feira, março 17, 2006

Os bipolares

Porque é que, sempre que o Benfica perde um jogo (no caso, com o Vitória, de Guimarães), os bipolares desaparecem deste blog?
E, com uma vitóriazinha, logo aparecem impantes, com postes em catadupa. Depois admiram-se.
Vá lá, rapazes. A grandeza de um clube - e dos seus adeptos - vê-se sobretudo nas derrotas. Nós sabemos do que falamos: sempre foram 18 anos...

quinta-feira, março 16, 2006

Voto Sim ao projecto Soares Franco

Amanhã os sócios do Sporting serão chamados a decidir se permitem ou não, que Soares Franco implemente o seu projecto. Em caso afirmativo, as eleições perderão qualquer importância pois que o vencedor estará, à partida, encontrado. Este método é assim, pouco democrático para os outros candidatos. Tem a virtude de clarificar aquilo que pretende fazer.
Conseguir aliviar os custos da dívida (cerca de ¼ das receitas totais), e, em consequência, libertar fundos para manter uma boa equipa de futebol, resolvendo, de passagem o défice de tesouraria, são as linhas gerais que propõe. À custa da venda de património imobiliário não-desportivo, que foi idealizado para ser fonte de receitas permanentes.

Como qualquer sportinguista, o que pretendo é uma grande equipa de futebol, que esteja presente com regularidade na Champions. Só assim será possível. Doeu-me serem vendidos, sucessivamente grandes produtos da nossa cantera, aqueles que são (seriam) os nossos verdadeiros ídolos.

Hoje vêem-se (lêem-se) muitos críticos à gestão dos últimos anos. Pelo contrário, a gestão do Sporting foi uma lufada de ar fresco; os resultados não foram óptimos? Sem dúvida, mas o método é esse. Penso que a herança Roquette (formação, orçamentos rigorosos e ser sério no futebol) foi extremamente positiva, e desencadeou a alteração de mentalidades em curso, que transformará o futebol português.
Sou contra as revoluções. Embora perceba a dramatização, sei que o Sporting continuará, independentemente do resultado da Assembleia, a ser o nosso orgulho, mesmo não ganhando tantas vezes como desejávamos, o seu percurso nos próximos anos (e décadas) vai ser influenciado pela AG de amanhã.
Apostar mais fortemente na equipa de futebol? Vender o património? O dilema não me levanta questão nenhuma. A resposta é obviamente afirmativa: claro! Naturalmente algumas questões gostaria de ver respondidas: qual a razão de perdermos tantos sócios pagantes nos últimos anos? Temos a garantia de não ser necessário vender Moutinhos e Nanis nos próximos anos? A ginástica e a natação, enorme fonte de atletas e sócios, auto-suficientes no tempo de João Rocha serão apostas? E a construção de um pavilhão para as modalidades como o andebol e futsal (de competição, auto-financiada) tal como para outras modalidades (hóquei em patins e basquetebol, de formação) será uma realidade?

A minha preocupação é o dia seguinte à Assembleia. Com a lavagem de roupa suja, o interesse mediático pelos detalhes (o da obrigação de re-compra é anedótico) não nos pode desviar do essencial. E o fundamental é aquilo que sportinguistas como Miguel Galvão Telles, José Roquette, José Eduardo Bettencourt, Miguel Ribeiro Telles, etc propõe: aliviar a “corda da garganta” que são, o peso da dívida, o passivo, a obrigação de vender os nossos jogadores, tudo para poder construir a tal equipa, que necessita sempre de manter o núcleo duro durante alguns anos.
O resultado da AG vai ser a não aprovação. Lamento. E mais ainda por não haver alternativa conhecida. Ou será que vai surgir alguém com muitos milhões e contratar “unhas e garras” para o nosso Sporting? Desses, já os tivemos, com o resultado conhecido: 18 anos sem ganhar o Campeonato. Agora a decisão é nossa. Viva o Sporting!

Passeio pela FBF


Em mais um passeio pela FBF, assinalo os seguintes destaques:
Kovacevic, do 442, compara os resultados obtidos por José Peseiro em 41 jogos de Campeonato com os alcançados por Paulo Bento, nos seus 19 jogos. Post em duas partes: a 1 e a 2.
A análise assenta em:
Peseiro: 41 jogos e 74 golos (média de 1,80 golos por jogo)
Bento: 19 jogos e 34 golos (média de 1,78 golos por jogo)
Jorge Kataklinsmann, do Malta da Tropa que curte Bola, adianta ainda o seguinte, num comentário no 442:
Peseiro: 41 jogos, 73 pontos - média de 1,78 por jogo.
Paulo Bento: 19 jogos, 43 pontos - média de 2,26 por jogo.
Ainda no Malta da Tropa..., realce para o primeiro post de uma série que se prevê interessante: Campeonatos do Mundo - Uruguai 1930.
Descobri o Processo Sumaríssimo: destaco a biografia de Cajuda, uma história curiosa e a lembrança de Careca, o novo Eusébio.
No Futeblog Total, a memória de um grande jogo de futebol: Brasil-Itália de 1982.
No Futebol ao rubro, bons resumos das jornadas dos principais campeonatos europeus.
O Estádio Vazio apresenta a Copa dos Libertadores 2006
A Taberna do Pirata recorda os melhores onze leoninos de 1988 a 2005 e analisa as contribuições de cada clube português para o actual ranking europeu.
Por último, o Mãos ao Ar aborda uma teoria de João Marcelino, do Record sobre Ronald Koeman.

Da assembleia geral

Os últimos 10 anos do Sporting foram marcados pela ascenção à direcção do clube de uma suposta "elite" de gestores, que prometeram "amanhãs que cantam". Criaram a Sociedade Anónima Desportiva e um conjunto de empresas onde pontificam a Sporting Comércio e Serviços, a NEJA e mais não sei quantas.
Construiram o novo estádio e a Academia. Reduziram fortemente o orçamento para o futebol. Tiveram apoios do Estado, no âmbito do Euro 2004. Alienaram património (terrenos do antigo estádio e pavilhões, uma quinta adjacente e não sei mais quê...). Venderam os melhores jogadores (assim de repente, Duscher, Simão Sabrosa, Boa Morte, Hugo Viana, Quaresma, Cristiano Ronaldo, Enakarire, Rogério, Danny, Rochemback, etc.), gerando o maior fluxo de receitas extraordinárias de que deve haver memória no Sporting num curto espaço de dez anos.
Deixaram-nos sem pavilhões nem pista tartan. Acabaram com a maior parte das modalidades semi-amadoras. Governaram o clube de costas para os sócios, ignorando-os olimpicamente entre co-optações e "project finance". Entregaram o clube às mãos de duas instituições bancárias, que são hoje os verdadeiros gestores do Sporting. Por isso, de 60 mil sócios pagantes, sobram 40 mil. As receitas de bilheteira cairam.
Agora, à rasca, chamam os sócios de novo. Com um monstruoso défice acumulado, com um insuportável serviço de dívida, com uma equipa profissional de futebol com um orçamento que é um terço do Porto e metade do Benfica, querem vender o pouco de bom que construiram: um património imobiliário que tornaria o Sporting (esse foi o argumento utilizado, recordo-me bem) imune à bola que bate no poste. Geraria as receitas necessárias para que o clube vivesse sem grandes preocupações financeiras.
Com a venda desse património, propõem-se investir no futebol, em novos jogadores e em não terem de continuar a vender as "pérolas" à razão de uma por ano. Ou seja, em aumentar, de novo, o orçamento para o futebol. Depois, quando as mais valias da venda do património se forem, a bola bate no poste e ao Sporting, para tapar os buracos de tesouraria, restará alugar o estádio à IURD e os campos da Academia para pastoreio e retiros espirituais.
Não sei qual é, ou sequer se há, alternativa a esta venda de património. O que sei, como sócio do Sporting, é que quero mandar bardamerda esta troupe de notáveis gestores que tomaram conta do meu clube e que o levaram a esta triste situação. Roquette, Dias da Cunha e Soares Franco (este com menos responsabilidades, porque com muito menos tempo de "serviço") deixam o clube bem pior do que o encontraram. É certo que ganhámos dois campeonatos e fomos a uma final europeia. Mas podíamos esperar mais uns anos, se a alternativa era esta.
Acreditei, em devido tempo, na viabilidade do "projecto Roquette". Hoje, sinto-me enganado. Para cobrir o buraco de tesouraria, votarei a favor de uma redução da participação accionista do Sporting Clube de Portugal na SAD até aos 50,1 por cento. São 15 milhões de euros. Os bancos, que surgem como "parceiros", que comprem as acções para viabilizar o futuro próximo do clube.
Porque não aceito ultimatos ou chantagens, porque entendo que planos sérios de viabilização do clube devem ser discutidos por quem os pretende levar para a frente depois de devidamente eleito pelos sócios, vou votar contra a alienação do património. Não que veja grandes alternativas. Mas esta forma de fazer as coisas não é séria. Faça-se uma auditoria. Perante a situação apurada, apresentem-se os candidatos e discutam-se os respectivos programas eleitorais, para que possamos escolher entre as diversas alternativas. Apresentar aos sócios factos consumados e questões de vida ou morte é que não. Agora não. Já é tarde. Por isso mesmo, e por paradoxal que possa parecer, há tempo. Pode esperar até Maio, até às eleições.